LOONA vira o jogo a seu favor e Flip That provavelmente deve ser o melhor single da carreira delas

O kpop é engraçado… Tem semanas que não acontece nada, e outras, como essa, que todo mundo combina de lançar música junto. Só hoje tem dois comebacks e um debut (também tem o comeback da Yurina, mas a gente considera como jpop), e todos são nomes sobre os quais eu, pelo menos, quero comentar com mais detalhe sem deixar pra Xepa. A sorte é que minhas provas já acabaram e estou na última semana de aula, daí tenho mais tempo pra assistir os lançamentos e escrever no horário que eu quiser. Inclusive eu organizei o calendário de postagens dessa semana lá no meu Twitter

O primeiro grupo sobre o qual eu vou comentar é o LOONA, talvez o comeback mais esperado do dia de hoje (por isso fiz questão de usar o dia oficial do lançamento pra falar delas). Depois do desastre ambiental que foi Paint The Town, algumas coisas aconteceram na vida do LOONA, inclusive participar do Queendom e abocanhar um (questionável) segundo lugar. E a Blockberry, que tava à beira da falência por comprar prótese peniana e viagra pro exército coreano, conseguiu uma linha de crédito pra fazer o comeback especial de verão das garotas do mês acontecer.

Estão prontos para Flip That?

Eu tenho muitas coisas pra falar sobre Flip That e, pasmem, todas elas são muito boas. Não sei se isso é fruto de anos de frustração com o direcionamento estético e sonoro do grupo, mas acho que faltava vida no projeto do LOONA, vida essa que deu sinais no ano passado com a ótima Hula Hoop e seu MV de literalmente centavos. Flip That é uma extensão disso, ainda que não vá pelo mesmo caminho frenético do debut japonês, porém é tão colorida quanto. 

O nome já diz: Flip That é uma virada de 180 no que o grupo tem apresentado, principalmente em Paint The Town. E acho que é o comparativo perfeito pra entender o que é essa nova fase do LOONA, já que ambas as músicas foram lançadas na mesma época. No ano passado, acho que rolou um desespero em relação ao futuro do grupo, ainda mais que a maioria das pessoas nem tinha conhecimento sobre a situação de dívida da empresa. O Brave Sound Drop It pode me corrigir nos comentários, mas a impressão que eu tive foi que a Blockberry perdeu a mão das origens do LOONA e tentou conciliar uma demo do Blackpink com a lore que a gente já conhece, como uma última cartada pra hitar o grupo. O que aconteceu, pelo menos comigo, foi o contrário, e o conceito delas já tava muito desgastado pra continuar insistindo. 

A partir daí, foi uma sucessão de fatos, daquilo de estar no lugar e momento certos. Hula Hoop aconteceu (pra mim), o Queendom aconteceu, e cá estamos com o LOONA virando mesas e entregando o que talvez não seja seu single mais apelativo, mas com certeza é o mais coeso de toda a carreira delas como OT12. Todo o instrumental é amarradinho e não tenta reinventar a roda; aliás, ele pega a roda já pronta e desce a ladeira lisinha, sem tropeçar em nenhum momento. Sim, Flip That é linear nesse nível, mas dentro da discografia coreana do LOONA, as melhores músicas surgiram assim. 

A abordagem de verão que a música faz, apesar da linearidade, é fantástica. Literalmente. Os elementos de Flip That fazem com que ela soe como algo místico, folclórico, como se estivéssemos passando uma temporada em uma floresta europeia, convidados para um ritual céltico com as fadas. Não fica tão óbvio como um número de verão se a gente ouvir sem muita atenção ou não assistir ao MV junto, mas a música é essencialmente um drum & bass enfeitado de guitarrinhas, batidas étnicas bem tímidas e sintetizadores, deixando Flip That encorpada e sazonal. É aquele tipo de faixa que te traz sensações sem ao menos você perceber. 

Apesar de todo esse rolo da Blockberry (principalmente pelas últimas notícias, com um processo por parte da Chuu e a não inclusão dela na primeira turnê mundial do grupo), o MV diz logo no final que tudo virou, e iniciamos nossa jornada pela liberdade, o que dá substância pra essa nova fase do LOONA. Como vai ser? Não sabemos, mas é bem significativo. O Queendom, de alguma forma, trouxe a visibilidade que elas precisam pra tocar o projeto da forma como era antes, mesmo sem o Jaden ou qualquer outra coisa ou pessoa da época pré-debut. O que é insustentável é continuar fingindo que o LOONA é um grupo comum que dança trap industrial. 

Escute também: Pale Blue Dot

Os efeitos pós-Queendom já devem ter começado porque Fl!p That teve o melhor primeiro dia de vendas do LOONA desde o debut. E como elas mandam bem com álbuns, nesse daqui não foi diferente, já que, tirando Pose, eu achei a tracklist uma gracinha desde o highlight medley, mas eu entendo que incluir o single inédito do Queendom tenta criar uma conexão entre o grupo e o público coreano pra fazer com que elas sejam mais reconhecidas em solo doméstico. Dito isso, eu recomendo Pale Blue Dot como destaque do álbum. A música é uma fofura que dá vontade de guardar num potinho, e ainda exerce o papel de faixa otimista que bota todo mundo com o positivismo lá em cima. Serve muito como comfort song pra dias tristes e, bom, eu to tendo um dia péssimo, então já digo que funciona muito bem. 

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2 comentários

  1. Achei interessante o LOONA fazer comeback de verão… com um conceito de primavera.

    Mas concordo plenamente, “Flip That” funcionou MUITO BEM! As B-sides ainda não me conquistaram, mas talvez depois de ouvir mais algumas vezes (o que só terei como fazer no fim do dia) elas cresçam comigo.

    Sobre a BBC, a verdade é que ninguém sabe exatamente a treta. Na época que vazaram as informações sobre a dívida dela com investidores, havia muitos rumores de que ela ia ter que fechar e o LOONA daria disband; depois, surgiram informações de que a dívida não era tão séria assim e esse risco nunca existiu… mas aí tivemos o Queendom 2, e alguns episódios deram a entender que a situação da BBC era e AINDA É delicada, sim. Talvez até por isso ela pareça estar desesperada pra lançar logo seu boygroup e um segundo girlgroup (o que dá um certo medo; se ela já vive se atrapalhando pra conduzir só a carreira do LOONA, imagine conduzindo TRÊS GRUPOS ao mesmo tempo?).

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    • Ah, quanto ao segundo lugar no Queendom 2, é interessante que o que realmente prejudicou o LOONA não foi o zero no primeiro round. Vi muitos orbits reclamando que, se a Mnet tivesse dado uma pontuação mínima pra elas em vez de um zero, elas teriam ficado na frente das Cosmic Girls na final – o problema é que eles usaram como métrica a pontuação das Brave Girls no round 1 (que ficou em torno de 4 mil pontos), mas o mais provável é que uma pontuação de último lugar pro LOONA seria equivalente à pontuação das Brave Girls no round 2 (que ficou abaixo de 3 mil pontos, e com isso não seria suficiente pra cobrir a diferença entre a pontuação final delas e a das Cosmic Girls).

      O ponto que realmente prejudicou o LOONA (mas que prejudicou AINDA MAIS o Viviz) foi a pontuação por streamings no Spotify: embora os números absolutos mostrassem o LOONA isolado em primeiro lugar e as Cosmic Girls em terceiro atrás do Viviz com uma distância razoável, mas na hora de apresentar o resultado de acordo com a métrica dela (supostamente contando número de ouvintes únicos), as Cosmic Girls ficaram em segundo lugar e a diferença entre os pontos que elas receberam nos streamings e os que o LOONA recebeu foi de menos de 300 pontos (enquanto a diferença entre os pontos recebidos pelas Cosmic Girls e os recebidos pelo Viviz foi de mais de 4 mil pontos) – pra isso ser possível, tanto o LOONA como o Viviz teriam que ter tido vários streamings “repetidos” (isso é, feitos pela mesma pessoa) enquanto praticamente TODOS os streamings das Cosmic Girls teriam que ser de ouvintes únicos… o que não é impossível, mas é bastante improvável.

      Mas enfim, no fim das contas, quem saiu realmente prejudicado nisso foi o Viviz. E convenhamos, em termos de merecimento pelas performances, quem realmente merecia ter vencido era a Hyolyn, e a mulher acabou nem entrando no top 3… enquanto o LOONA conseguiu a façanha de pular do penúltimo pro segundo lugar na final. Acho que, considerando que elas zeraram no primeiro lugar e correram risco de serem eliminadas antes da final, ter participado da final e ainda ficar com a medalha de prata já é uma conquista a ser celebrada.

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