E cá estamos nós com o segundo post do Mini Comercial, aquele quadro que eu inventei pra falar de álbuns que foram lançados no trimestre. Caso você não saiba como isso aqui funciona, geralmente eu faço reviews de alguns álbuns que eu gostei, mas fica impossível falar de exatamente todos os que foram lançados. Então eu junto tudo num post só e faço um resumo do que eu achei de cada um deles.
Eu considero como “álbum” todos aqueles lançamentos que possuam quatro músicas ou mais que sejam inéditas. Ou seja, leu o post e não encontrou sua fave? Provavelmente ela não se encaixa no pré-requisito pra ser comentada aqui, apesar de ter grandes chances de eu ter gostado. Isso vale pra nomes como Rocket Punch, Everglow, STAYC, e outras que fizeram comebacks nesse trimestre com três músicas pra baixo.
Visão geral
Em comparação ao trimestre passado, tivemos muito mais lançamentos (como de costume pra época). Abril, maio e junho estão mais ou menos equilibrados em quantidade de álbuns, o que dá em média 8,5 títulos lançados por mês (apenas pra ilustrar, o primeiro Mini Comercial contou com 19 álbuns, dando em média 6,3 lançamentos, sendo que março ficou bem desproporcional em comparação aos dois meses anteriores, que foi quando o cenário deu uma engrenada).
Abaixo, os álbuns que serão comentados a seguir:

Wendy – Like Water
30/100

Sendo a primeira boleira a debutar solo (falaremos de outra mais pra frente) e a primeira aparição dela (musicalmente falando) depois do acidente na SBS, a Wendy lançou seu EP de estreia. Like Water é exatamente o que se esperava da vocalista principal do Red Velvet: recheado de baladas que têm o propósito de despertar algo no ouvinte, com o adicional de ser bastante influenciado por uma volta poderosa ao cenário musical.
Depois de fazer o post solo pra faixa-título, eu nunca mais me atrevi a ouvir o EP. É bonito, eu entendi a mensagem, mas não faz meu estilo de música, além de ser bem linear e não caminhar pra exatamente nenhum lugar. Seu único respiro de vida é Why Can’t You Love Me?, que continua sendo a melhor tentativa de R&B contemporâneo meio Alicia Keys que a Wendy desovou (fica a dica pra um comeback). É até uma pena uma música dessas estar num EP tão tedioso.
Destaques: Why Can’t You Love Me?
U-min – nineteen
35/100

Pelo que eu li, a U-min já foi dançarina pela 1MILLION Dance Studio, tem um canal no Youtube e, hoje em dia, se lançou na carreira artística, lançando o EP nineteen. Apesar da obscuridade diante do background dela, o álbum até que é bem simpático, daqueles que a gente consegue imaginar fazendo mais barulho na mão de outras artistas, como a menina do BOL4. YOU&I é um grande exemplo disso, trazendo a sonoridade muito presente no Red Diary Page.1. Ainda assim, não é um grande destaque, mas merece os méritos por ser um produto nugu que não aparenta ser tão nugu.
Destaques: YOU&I
Wheein – Redd
55/100

Depois das notícias sobre o término de contrato da Wheein com a RBW, o Redd faz ainda mais sentido pra mim, como se fosse um resgate de si mesma, das suas raízes, gostos, da sua essência. Apesar de ser, essencialmente, um álbum de cafeteria, é bem interessante como a Wheein consegue fazer desse lançamento a sua grande tela em branco, onde é possível misturar diversos gêneros sem medo de dar errado. Aqui temos bossa-nova, synthpop, R&B e tudo isso junto de uma só vez com o single water color, talvez o mais ousado que eu tenha escutado de uma solista coreana do mainstream nos últimos tempos.
É possível que a grande maioria não simpatize com o Redd por soar vanguardista demais, mas foi assim que grandes escolas artísticas se formaram: a partir do experimentalismo. E a Wheein, sendo uma artista em todas as suas esferas, representa isso muito bem ao dar ao seu primeiro álbum uma característica própria, mesmo que eu não escute isso aqui tantas vezes quanto eu gostaria.
Destaques: water color, TRASH (ft. pH-1)
Chanmina – BIJIN
55/100

Meio curioso que, apesar da imagem que a Chanmina passa no single, BIJIN talvez seja o álbum mais intimista e introspectivo da carreira dela, muito mais que a dupla Notebook lançada no ano passado. Se você estiver acostumado com músicas mais explosivas, pode ser que esse EP não seja exatamente a sua praia, mas vale a ouvida por conta de músicas como Dahlia, um ótimo blues melancólico e catártico que lembra a melhor fase da carreira da Amy Winehouse. O trap da faixa-título também continua envelhecendo muito bem.
Destaques: Bijin, Dahlia
Sakurazaka46 – BAN
50/100

Diferente do seu primeiro lançamento, o Sakurazaka46 tem se mostrado um grupo fora da curva do catálogo produzido pelo Yasushi Akimoto. Isso porque elas são uma reciclagem do falecido Keyakizaka46 e, com isso, foi necessário que elas mantivessem essa veia artística e conceitual, mas ao mesmo tempo que não relembrasse seu antecessor. Parece que, disso tudo, está nascendo um grupo muito interessante de se acompanhar (apesar do álbum todo não ser lá grandes coisas), como BAN e sua guitarra espanhola frenética.
Destaques: BAN, Sore ga Ai Nano ne
BIBI – Life is a Bi…
20/100

A BIBI é uma dessas cantoras conceituais demais pra me fazer escutar os lançamentos de maneira natural. Life is a Bi… comprova isso, sendo um dos álbuns mais chatos e desinteressantes desse ano até o momento. Ela poderia ter seguido a linha mais carismática que Eat My Love trouxe no começo de 2021, mas não. Pode agradar aos interessados no estilo ou na BIBI em si, mas a real é que só a faixa-título, com as suas construções meio épicas, segura esse álbum.
Destaques: Life is a Bi…
Hot Issue – Issue Maker
25/100

Eis que um ex-funcionário da Cube abriu sua própria empresa e resolveu debutar um girlgroup. E não só isso: batizou o projeto de Hot Issue, que, caso você seja muito novinho pra lembrar, é o nome da música de estreia do 4Minute, grupo que basicamente fundou a casa da mãe Joana que é a Cube. Ressentimentos? Não sei, acho que não dá pra ser mais direto que isso, né?
Sobre o EP de estreia, não existem surpresas: a tracklist é bem pensada pra apresentar todas as qualidades das integrantes e como elas se viram com gêneros variados. Achei a escolha segura, apesar de não ter nada tão bem executado no fim das contas, é só uma bagunça de estilos que não conversam entre si. Boas notícias: 1) como elas são novas e de uma empresa “inexperiente”, sempre dá pra melhorar, e 2) Purple é uma ótima escolha pra quem sente falta dos números R&B do Red Velvet.
Destaques: Purple
ITZY – Guess Who
35/100

O ITZY vem sendo um daqueles grupos que prometeram muito e começaram fortes, mas caiu lentamente pelos próximos lançamentos. Já em quesito de álbum, elas nunca tiveram apelo comigo, trazendo b-sides desinteressantes e barulhentas que eu nunca tive vontade de ouvir. Por isso, dias antes da estreia do Guess Who, eu botei minhas fichas porque o highlight medley parecia ser muito bom, tanto que foi um forte candidato a ganhar uma review separada no blog. Quem dera eu pudesse voltar no tempo e me avisar…
Eu sinto que o ITZY não tem nenhum direcionamento, mesmo depois de meses do lançamento desse EP. O Guess Who se perde tentando chamar tanta atenção, e isso diz muito do que o kpop tem se transformado ultimamente (sim, aquela história que eu e tantos outros blogueirinhos por aí falamos). Tem muito potencial aqui, como a agressividade debochada (que faltou no single) de Sorry Not Sorry e a deliciosamente metafórica TENNIS (0:0), mas que se deixa enterrar por outras faixas amargas e detestáveis. Uma pena.
Destaques: Sorry Not Sorry, TENNIS (0:0)
Oh My Girl – Dear OHMYGIRL
25/100

O Oh My Girl foi a grande sensação do ano passado. Graças ao Queendom, elas tiveram um reconhecimento gigantesco em solo doméstico, lançando o Nonstop meses depois e quebrando todos os recordes. O Dear OHMYGIRL também é fruto desse sucesso porque, se não fosse o Queendom e, subsequentemente, a grana faturada pelo Nonstop, esse comeback poderia não ter acontecido. Mas ele aconteceu e, por isso, hoje temos acesso a um EP bem estranho.
Fazendo um contraponto com a review de cima, o Oh My Girl também jogou seguro com esses lançamentos, mas de um jeito diferente. Esse som meio etéreo, fantástico e inofensivo que o grupo faz funcionou comigo ano passado, talvez por terem seguido a trend da época, mas o Dear OHMYGIRL foi um baita sonífero pra mim. E o fato mais surpreendente: eu aprendi a gostar de Dun Dun Dance (diferente da minha review na época), a melhor faixa do álbum, e odiar todas as outras. Bem triste, porque eu amei o ursinho da capa.
Destaques: Dun Dun Dance
=LOVE – Zenbu Naisho
45/100

Pra quem não sabe, o =LOVE é um grupo produzido por uma ex-HKT48, a Rino Sashihara, e ela colocou muitas características ditas “idol” nesse primeiro álbum. Mas sabe o que é interessante? É que, ao mesmo tempo em que o Zenbu Naisho parece um lançamento japonês simples e corriqueiro (a maioria da tracklist existe pra ocupar espaço mesmo), também é uma fonte de músicas muito divertidas e que fogem dessa coisa fofa-específica que as idols do Japão têm. CAMEO, por exemplo, é um EDM barulhento e viciante que se apropria da cultura chinesa enquanto elas são garçonetes sensuais de uma loja de ramen, mas acho que o destaque mesmo é o solo da Iori Noguchi, que continua sendo é um garage rock delicioso desde a primeira vez que eu ouvi. Isso aqui vai ser uma experiência legal se você tiver procurando algo que destoa de qualquer coisa que o jpop costuma lançar em pencas.
Destaques: Sasage Diamond Lily, CAMEO, Haikei Anata-sama
LiSA – LADYBUG
50/100

Sendo sincera, eu não conheço muita coisa da LiSA que não seja Oath Sign ou Gurenge, então ouvi o LADYBUG de mente aberta sem pensar muito no que me esperava. É um bom álbum; não sei se os anteriores são assim, mas aqui temos a mistura de músicas violentas, como a ótima Another Great Day!!, popzinhos bobos e coisas diferentonas que eu não sei descrever direito, como GL. Pra quem achava que a LiSA era puramente rock, ver um álbum tão diverso quanto LADYBUG me deixou surpresa (de um jeito bom), como se ela tivesse uma tridimensionalidade musical. Acho que é um bom começo pra você que, assim como eu, não conhece muito sobre a discografia dela.
Destaques: Another Great Day!!, GL
PIXY – Fairy forest : Bravery
40/100

Depois de um debut desastroso que rendeu uma review raivosa minha, o PIXY lançou seu primeiro EP, dando continuidade no seu universo mágico de fadas que nasceram sem asas. Fairy forest : Bravery é melhor do que parece, mas ainda precisam comer muito feijão e arroz pra trazerem um álbum mais consistente. A tracklist é falha e vai caindo depois de duas faixas. De longe, a melhor música é The Moon, um future bass bem decente que poderia ter sido single se fosse melhor trabalhado, já que tem algumas partes na música que me irritam um pouco, como a virada pra um trap esquisito logo depois do primeiro refrão. Espero que elas levem isso de experiência e tragam mais números do tipo, porque a bateria eletrônica e o pós-refrão ficam grudados na cabeça por um tempo.
Destaque: The Moon
Heize – Happen
45/100

Quando Happen saiu, a blogosfera ficou desacreditada de falar bem de um single da Heize. Também pudera; talvez ela não lançasse algo tão gostoso de ouvir desde And July, então a comoção foi real por aqui. Confesso que me afastei um pouco de Happen, mas revisitando o álbum pra esse post, lembrei de todos os motivos que me fizeram gostar tanto dessa música. E o álbum também não fica muito pra trás. Apesar de perder o ritmo da segunda metade pro fim, a Heize se permitiu ousar um pouco em outras faixas, pendendo um pouco pro city pop ou pro rap acústico em parceira com o CHANGMO e escrito pelo Tablo, do Epik High. Foi uma das grandes surpresas de 2021, com certeza.
Destaques: Happen
Tsubaki Factory – 2nd STEP
20/100

De todos os grupos da Hello! Project, o Tsubaki Factory talvez seja o mais… Comum. E, por isso mesmo, as chances de sair algo bom disso é 50/50. 2nd STEP acaba pendendo pro lado ruim da coisa toda, com uma tracklist fraca, que joga muito no seguro do que se entende por idol no Japão. Um pouco triste porque muita coisa do álbum poderia ter tido minha atenção também, até porque as integrantes cantam acima da média do que se espera de um grupo do H!P, mas parece que faltou pulso nas faixas e o resultado final é um trabalho esquecível. De todas, Masayume é o grande destaque do álbum. O instrumental é maravilhoso, parece até trilha sonora do refinado jogo Sonic CD em alguns momentos, mas acho que logo elas serão engolidas pelo fenômeno BEYOOOOONDS que vem se formando.
Destaques: Masayume
GWSN – The Other Side of the Moon
70/100

Pode ser diferente no resto do mundo, mas um lançamento do GWSN é sempre muito aguardado na blogosfera. Foi assim com The Other Side of the Moon, que trouxe junto dele a notícia de que as meninas estavam passando necessidade por conta dos números fracos na Coreia do Sul. Isso ficou evidente no MV, mas ainda assim, o grupo conseguiu exprimir qualidade de gente grande nesse EP. Não temos a reinvenção da roda como aconteceu com Tweaks no ano passado, mas a tracklist tem uma sequência de músicas muito fortes que, dependendo o dia, vou alternando a minha preferência entre elas. Like it Hot é um ótimo single que mantém o hype do ouvinte lá em cima pra explodir num refrão maravilhoso e, facilmente, é um dos melhores lançamentos desse ano. Se o GWSN acabar, não sei como a blogosfera vai sobreviver, porque as bichas têm salvado o kpop quando ninguém mais ousou tentar.
Destaques: I Can’t Breathe, Like it Hot, e i e i o
Hinatazaka46 – Kimi Shika Katan
15/100

Acho que o Hinatazaka46 é o grupo mais esquecido e apagado da franquia 46. Também pudera, elas viveram um tempo na sombra do Keyakizaka46 como uma espécie de “unit”, e tiveram sua independência depois do lançamento de Kuroi Hitsuji. Desde então, não lembro se elas lançaram alguma coisa que eu realmente tivesse gostado (não que eu gostasse na época da unit, elas sempre foram um contraponto à agressividade do Keyakizaka46, trazendo músicas mais fofinhas). Kimi Shika Katan é um álbum repleto de coisas que a gente já tem em milhões na indústria idol japonesa, aqueles números clássicos em coral que tentam despertar alguma emoção. As faixas são bem chatas; se fosse pra recomendar alguma coisa, eu diria Nageki no Delete. Fora isso, você pode passar longe.
Destaques: Nageki no Delete
The Volunteers – The Volunteers
65/100

The Volunteers é um projeto musical da Yerin Baek junto a uma banda e eles fazem um som meio incomum, tanto pra Coreia do Sul, quanto pros dias de hoje. É um segmento indie rock dos anos 90 muito parecido com o que o Sonic Youth fazia, com a diferença de que os vocais são inteiramente femininos. E o resultado é bem interessante. Chega a ser irônico como um estilo antigo tem ares de novidade em meio a tanta bagunça que a gente tá acostumado a ouvir no kpop, ainda mais com um blog que tenta cobrir todos os lançamentos. O álbum self-titled é uma mistura de músicas novas da banda com o EP de 2018 (que eu não ouvi) e a tracklist sabe dosar muito bem faixas mais agressivas, como Crap, com outras baladinhas, sem deixar toda a energia melancólica que as letras da Yerin tem. Confesso que eu gostei das mais agitadas. Medicine é um hino de autoconfiança meio errado que todo mundo deveria ouvir.
Destaques: Crap, Medicine, S.A.D
Joy – Hello
20/100

Três meses se passaram e eu ainda me pergunto se dar um álbum de covers pra Joy foi a melhor estratégia da SM. Eles tinham a oportunidade de fazer todo mundo esquecer o debut água de salsicha da Wendy com uma estética incrível, até porque a Joy combina com praticamente tudo; ela é versátil, tem cantado melhor ao longo do tempo e é bastante popular. Não tinha como dar errado.
Mesmo Hello sendo uma homenagem às músicas da década de 2000, achei as escolhas péssimas. Fora a title, que tem seus momentos comigo, não tem uma música marcante e, quanto mais eu escuto, mais brega eu considero isso aqui. Parece canção de filme da Disney, mas sem o fator mágico de princesa, tá mais pra um álbum chato que serviria, no máximo, como música de elevador. A gente sabe que dificilmente a Joy vai voltar solo de novo (serviu mais pra tapar o buraco que a ausência do Red Velvet deixou), então acho que foi uma chance jogada no lixo.
Destaques: Hello
MAMAMOO – WAW
2/100

Acho que nada do que eu disser sobre esse álbum de baladas que cheira a enterro vai definir tão bem quanto esse tweet:

ZOC – PvP
40/100

Depois de ouvir um álbum como PvP, é preciso um tempo pra digerir tudo. Não só porque é extremamente comprido (é um álbum duplo com 22 faixas), e sim por serem dois estilos bem diferentes em cada CD. No lado 1, temos o ZOC atual, agressivo e que fala palavrão (tem uma música que a palavra “kuso”, que significa merda, dita o ritmo do instrumental inteiro; uma experiência curiosa). Do outro, um ZOC mais infantil e fofo. E isso diz muito sobre o direcionamento que a Seiko Oomori, integrante e produtora do grupo, quer seguir. Faixas como LiBiDo FUSION são um grito desesperado da puberdade, enquanto que CO LO s NA abre o álbum soando muito como um indie rock despretensioso. Mesmo com uma tracklist enorme e fraca na sua maioria, o PvP é um lançamento inteligente e vale o esforço porque distorce todos os preceitos do idolismo japonês.
Destaques: CO LO s NA, LiBiDo FUSION, Danshari Kareshi
Nogizaka46 – Gomen ne Fingers crossed
25/100

Faz um tempinho que eu tava cabreira com o Nogizaka46, até elas resolverem sair um pouco fora do comum com Gomen ne Fingers crossed. A música é melancólica e empolgante ao mesmo tempo, um desses lançamentos que dificilmente eu vou enjoar por não ser açucarado demais (pelo menos aos moldes do grupo). Mas, pra um single tão forte quanto esse, eu esperava um álbum decente. As faixas são bem chatinhas e nenhuma consegue se destacar de verdade. Uma pena, parece que estamos vendo o crepúsculo de dois dos grupos mais importantes do Akimoto (o AKB48 também já não é mais aquelas coisas). Resta esperar o melhor dos próximos lançamentos agendados de cada um deles.
Destaques: Gomen ne Fingers crossed
Song Heejin – SODA
60/100

Engraçado como um álbum de uma ex-qualquer coisa não-relevante na Coreia do Sul se tornou um dos números mais divertidos desse trimestre. SODA é o primeiro trabalho autoral da Song Heejin, que inclusive botou a mão na massa na produção inteira das faixas (e do MV também), e o resultado foi muito bem sucedido comigo. Não sei se ela tinha experiência com produção antes, então alguns erros na escolha da ordem das músicas ficam evidentes e o álbum perde muita energia na sua segunda metade, mas individualmente elas brilham. Faixas como Question Mark tem um pezinho de influência no new soul. Já a título é um retrô tão refrescante quanto tomar um refrigerante gelado num dia quente.
Destaques: SODA, Dancing in the Moonlight, Question Mark
Brave Girls – Summer Queen
75/100

Ainda parece meio inacreditável o Brave Girls ter conquistado tudo o que conquistou num espaço de meses, graças ao edit que um ex-soldado coreano postou no Youtube. E se é inacreditável pra quem vê de fora, imagina pras próprias integrantes? Como resposta, elas vieram tomar o lugar deixado pelo Sistar para se tornarem as novas Summer Queen(s) do pedaço, com um EP que grita segunda geração pra todos os lados. Há quem diga que as músicas são exageradas, mas eu não acho. Fazia tempo que eu não me divertia no kpop como eu me diverti ouvindo esse álbum, é como se fosse um compilado do que o Brave Brothers faz de melhor, quase uma união perfeita do brega e do chique. Apesar de uma faixa ser mais fraca que outra, eu recomendo todas. Vale muito a experiência.
Destaques: Chi Mat Ba Ram, Pool Party, Summer by myself, FEVER
COOING – Baby Flower
40/100

A COOING é um nome novo no k-indie e está apenas no seu segundo EP. Porém, algumas coisas diferenciam o Baby Flower de um lançamento comum da cena. Apesar de terem faixas que são consideradas o que a gente chama de “música de cafeteria”, o conceito geral me lembrou muito a sonoridade da primeira geração do kpop, principalmente o SES e a BoA, só que com uma roupagem bem mais moderna. Flower language é um R&B que representa bem isso, é como se fosse um remake de Twilight Zone com um gap de 22 anos. Bem interessante, acho que poucas pessoas conseguem emular esse som sem parecer envelhecido ou chato demais.
Destaques: WoW!!!, Flower language
Pink Fantasy – Alice in Wonderland
35/100

Sendo um dos grupos mais perdidos que eu já vi, o Pink Fantasy vem a trancos e barrancos lançando seu primeiro EP da carreira depois de dois anos de debut (mesmo sendo 50% reciclagem), o que é uma vitória, se a gente for ver a trajetória de outras nugas do cenário. Poison é um single muito forte e com um instrumental muito bom. Eu gosto bastante dos riffs de guitarra cheios de angústia, mas talvez o grupo tenha demorado demais pra entrar no conceito. Alice in Wonderland pode ser o primeiro e último EP delas, porém ficam meus votos de comemoração por ver uma mulher comandando esse grupo por tanto tempo sem sucumbir.
Destaques: Iriwa (2021 ver.), Poison
Aika Kobayashi – Gradation Collection
20/100

Quando essas dubladoras decidem lançar álbum, a gente pode manter as expectativas lá embaixo. É o que acontece com Gradation Collection, primeiro trabalho da dubladora Aika Kobayashi. Todas as faixas seguem uma linha muito semelhante e o álbum é bem monótono pra quem não gosta de ouvir rock otaku de forma seguida por quase 40 minutos. A mudança vem lá pro final, só que demora muito: Moonlight Balcony emula um city pop meio bossa nova, e Night Camp é um country bem característico. Mas, além de não terem muito pulso, não é o suficiente pra deixar o álbum confortável de se ouvir. Tough Heart ainda segue sendo a melhor pedida.
Destaques: Tough Heart
LOONA – &
45/100

Não é segredo pra ninguém que o LOONA tem sofrido depois da saída do Jaden Jeong do controle criativo, levando consigo a Monotree, responsável por produzir os primeiros singles do grupo. Uma sucessão de erros levou ao que hoje conhecemos como o LOONA atual, quase uma ruptura que gerou dois grupos diferentes. Porém, mesmo vindo de lançamentos fracos e entregando coisas, em sua maioria, entediantes, o & é um dos melhores álbuns delas em tempos, permitindo explorar vários gêneros e obter resultados bem legais de se ouvir. WOW ainda segue como uma das melhores b-sides que eu já escutei em 2021, e uma das melhores que eu já escutei vinda delas; é um número bem divertido de jazz que me lembra o melhor das peças musicais. Parece ser uma música bem performática, eu queria muito ver o grupo apresentando isso como single do que o que realmente foi. Ainda sigo na esperança de ter uma espécie de fenômeno Star/Voice com essa faixa.
Destaques: WOW, Dance On My Own
Ranking
16. MAMAMOO – WAW
15. Hinatazaka46 – Kimi Shika Katan
14. Tsubaki Factory – 2nd STEP, Joy – Hello, Aika Kobayashi – Gradation Collection
13. BIBI – Life is a Bi…, Hot Issue – Issue Maker, Oh My Girl – Dear OHMYGIRL, Nogizaka46 – Gomen ne Fingers crossed
12. Wendy – Like Water
11. U-min – nineteen, ITZY – Guess Who, Pink Fantasy – Alice in Wonderland
10. PIXY – Fairy forest : Bravery, ZOC – PvP, COOING – Baby flower
09. =LOVE – Zenbu Naisho, Heize – Happen, LOONA – &
08. Sakurazaka46 – BAN, LiSA – LADYBUG
07. Wheein – Redd, Chanmina – BIJIN
06. Song Heejin – SODA
05. The Volunteers – The Volunteers
04. GWSN – The Other Side of the Moon
03. Brave Girls – Summer Queen
Média do trimestre: 42/100
Acompanhe o AYO GG nas redes sociais:
Se você gosta muito do AYO GG e quiser transferir uns trocados pelo Pix, utilize a chave rafaellasolla@hotmail.com.
Pelas notas me parece que você teve que ouvir um bando de bomba.
Pobre dos seus ouvidos.
CurtirCurtir
Falando em LOONA, parece que vamos ter uma overdose de LOONA nos próximos meses: o debut japonês delas vai ser agora em setembro com um single duplo (ou seja, DUAS músicas de trabalho, provavelmente com MV pra ambas) puxando o EP (sendo que uma delas vai ter uma versão alternativa citypop), e o produtor de “PTT” vai lançar uma música com as quatro mais populares na linha sexy do grupo (HeeJin, Kim Lip, JinSoul e Yves – apesar da Dona Xú ser popular, ela provavelmente não se encaixaria no conceito sexy).
Acho que dessa vez vem coisa boa delas por aí. Tomara!
CurtirCurtir
O LOONA deveria voltar ao conceito inicial
CurtirCurtir
O aegyo de “Hi High”? Não sei se seria boa ideia.
Se bem que na época o aegyo era um conceito batido mas hoje já está praticamente em extinção, então poderia ajudar elas a se diferenciar da massa amorfa de grupos fazendo girlcrush genérico.
(agora, se por “conceito inicial” a sua ideia for fazer elas voltarem com as três units, eu concordo e apoio 100%!!)
CurtirCurtido por 1 pessoa
odd eye circle tem criança chorando…………..
CurtirCurtir