Esse post tá saindo tarde porque eu não fazia ideia de que o Rocket Punch ia fazer comeback. Quer dizer, to tão acostumada com a Woolim dando restos de comida pras coitadas que já achei um milagre o lançamento de Fiore uns três meses atrás, então nem pensei que elas voltariam ainda esse ano. Acho que com as veteranas do Lovelyz cantando pra subir sobrou mais dinheiro no caixa da empresa pra conseguir bancar três singles num espaço relativamente curto de tempo, o que é bom, já que as gatinhas só lançam bops. 

Como não vi nada a respeito de Flash, não sei bem o que esperar. Existe a possibilidade grande delas continuarem com o som retrô e refinar isso ainda mais, ou partirem pra outro conceito. De qualquer forma, acho que o grupo tá seguindo muito bem uma linha de amadurecimento musical e se tornando um dos atos mais queridos de se acompanhar no kpop hoje em dia, mesmo que elas não sejam exatamente bem tratadas pela galera no geral. 

Bora dar um tiro no escuro e ver se o Rocket Punch ilumina alguma coisa.

O Auxílio Gostosa é uma vertente muito utilizada no kpop atual. Normalmente quando as empresas querem amadurecer o som de um grupo, elas dão essa cartada e gente tem vários exemplos por aí. Alguns são mais famosos como o TWICE, o WJSN e, talvez o mais conhecido de todos, o Apink, outros nem tão difundidos assim dentro da bolha capopeira, como o próprio Lovelyz ou o f(x), e ainda tem aqueles que não são tão óbvios, como no caso da Chungha. Porém, eu tenho a impressão de que foram poucas as vezes (arrisco dizer quase nulo) que a estratégia deu errado. 

Entendam que, pra fazer parte do Programa Auxílio Gostosa, não basta apenas vestir roupas feias da Shein e ter “atitude”. Os fãs costumam confundir as duas coisas, ou pior: juntam tudo no mesmo saco pra dizer que girlgroups são melhores em qualquer perspectiva, mas isso é burrice. Não tem como jogar isso e isso num mesmo conjunto e dizer que são igualmente dignos de receber o selo de aprovação do Auxílio Gostosa. As características das monas que passam por essa transformação incluem: uso de house music (ou qualquer outra derivação que se encaixe como música de baladinha gls), roupas brilhantes (com lantejoulas, paetê, glitter) e, principalmente, personalidade. Tem que sustentar o carão chique que o Auxílio Gostosa proporciona, senão perde o sentido da coisa toda.

Dito isso, a Woolim decidiu repassar os fundos ao Rocket Punch com a concepção de Flash. Assim como suas unnies, o grupo passou por uma repaginada e se alimentou com pequenos pedaços de inspirações, o que também é um ponto importante do Auxílio Gostosa. Existe a regurgitação de ideias, mas ela é sempre bem aproveitada em prol da qualidade musical, diferente do girl crush, por exemplo. Flash poderia muito bem se passar por mais uma faixa do WJSN, ao mesmo tempo que contém elementos bem sutis do canto do cisne do Lovelyz. Tinha tudo pra soar genérica (e talvez ela até soe), mas existe alguma magia aqui que faz desse um produto único. É do Rocket Punch e a gente sabe que é delas, pronto. 

Flash é uma ótima pedida tanto pra quem queria gostar do grupo, mas não conseguia por conta dos vocais ardidos dos comebacks anteriores, quanto pra quem já é fã. E ainda consegue agradar aqueles que ainda não conheciam as bonecas porque, mesmo que 2022 seja o melhor ano do kpop desde muito tempo e a competição parece bem acirrada entre os girlgroups (que são os atos que andam carregando essa indústria mesmo), eu sinto que o Rocket Punch serve como um ótimo coringa. Mesmo que elas nunca cheguem ao estrelato de fato ou não sejam o grupo preferido de ninguém, uma música feita com o Auxílio Gostosa nunca passa em branco e diverte a todos nós, LGBTQs, que no fim do dia só querem se empoderar em casa fazendo qualquer outra coisa. E isso o Rocket Punch cumpre muito bem. 

Achei as faixas do álbum fraquinhas, então nem me preocupei em fazer review. 

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