As músicas mais pau mole de 2021

Edit: A primeira edição desse post tinha um termo racista do qual eu não me toquei até a Analígia me alertar no Twitter. Obrigada!

Dá pra resumir 2021 inteiro em duas palavras: pau mole. Principalmente no kpop, a gente acompanhou uma espécie de amorfização das músicas, todo mundo querendo soar como o Blackpink ou pior: como o ITZY. Talvez eu e outros blogueiros tenhamos crescido e deixamos de ser o principal alvo do kpop? Pode ser, mas dá até medo de entender o que as grandes empresas e produtores de música pensam a respeito da identidade dessa nova geração que tá vindo aí. E, sei lá, apesar do fandom ser insuportável, continua sendo música, né?

Enfim, fiz um ranking gigantesco de coisas que eu gostei ao longo do ano passado, mas resolvi tentar mostrar aquelas que eu não gostei, por qualquer motivo. O Dougie já faz isso, o Lunei também (inclusive, chupinhei o título deles), e eu posso até não ser engraçada nas descrições, mas quero mostrar minha insatisfação mesmo assim. Portanto, listei dez atos da Coreia (e do Japão) que foram, assim, uma merda em 2021. Lembrando que o critério pra ser ruim é basicamente meu gosto pessoal, já que eu ainda preciso lembrar que isso aqui é um blog parcial, não um site especializado. 

Obs.: Apesar de Next Level ser a pior coisa do aespa até hoje, não foi ruim o bastante pra fazer parte dessa lista, até porque eu escuto de vez em quando.

10. IVE – Eleven

IVE é a grande aposta da Starship agora que o WJSN está em vias de morrer e o IZ*ONE liberou as duas gatinhas que foram pagas pra estarem lá. E parece que deu certo, já que o grupo arrancou todos os prêmios dos music shows, mas com uma música dessas? Duvidoso demais. Não vou dizer que é o pior debut do ano, mas acho Eleven tão… Nada a ver. Quer dizer, a música é até ok, as batidas étnicas desceram um pouco melhor comigo ao longo das semanas, mas é madura demais pra ser sustentada por meia dúzia de pirralhas. E elas simplesmente não conseguem vender o conceito, acho esses vocais agudos uma palhaçada só. Por enquanto, o IVE não passa de um grupo bonito, e entendam que não tem nada de errado em ser um grupo bonito (9MUSES foi assim, a diferença é que elas serviam bops de verdade), que se sustenta muito no Wonyoung-gate (inclusive a menina foi toda plastificada e não tem mais nenhuma expressão natural, acho hilário). 

09. Utada Hikaru – Pink Blood

Utadão tá prestes a lançar um álbum novo, e nele vai ter Pink Blood, que é uma chatice só. A música não sai do lugar, empacotando vários sussurros e gemidos delu e se vendendo como conceitual, mas é tão pretensiosa… Facilmente uma das piores coisas que Utada já lançou desde as patifarias do Hatsukoi, e não pensem que é fácil dizer uma frase dessas. O MV é bem bonito, isso não dá pra negar, mas o que me irrita de verdade é ver que elu não consegue esboçar nenhuma reação cantando isso. Não sei se é efeito das plásticas que elu fez nos olhos (que tão gigantes), mas ver que não teve grande esforço pra entregar uma interpretação somado ao fato de que a música em si já não é grandes coisas é, no mínimo, decepcionante. O que fez Pink Blood descer algumas posições foi o restante do novo álbum, que, pelas prévias, parece bem melhor do que eu esperava. 

08. Somi – XOXO

A cada ano que passa, a Somi fica menos interessante e mais ocidental. Acho péssimo porque claramente a empresa não tem um direcionamento definido pra ela e, com XOXO, eu percebi que o problema não é a falta de comeback ou singles soltos; é sobre tudo ser feito de qualquer jeito. Essa música não se esforça em momento nenhum, e não só instrumentalmente. A interpretação caricata da Somi, a coreografia aos moldes da Dua Lipa e o exibicionismo da The Black Label em mostrar o quanto isso é vazio de conteúdo trocando a garota de roupa umas dez vezes me faz pensar de verdade o quanto ela deve ser odiada no meio artístico. Não tem outra explicação, soltam qualquer merda pra ela cantar pra ver se os fãs param de encher o saco até o fim do contrato. Eu achava que DUMB DUMB poderia ser o pior da Somi, mas ouvindo isso aqui eu consigo perceber QUANTA VIDA falta. É só uma adolescente fazendo música no quarto como outras milhares de adolescentes. 

07. Lançamentos das Blackpink (Rosé/Lisa)

Teve uma história aí dizendo que a YG adiou o comeback do Blackpink algumas vezes, mas será que é verdade? Não sei até que ponto elas funcionam como grupo ainda, o que me leva a crer que 2021 foi o ano de trabalhar todas de forma individual. Funcionou, já que cada uma conseguiu destaque em diferentes áreas; uma pena que nenhuma dessas foi a música. Que lançamentos capengas, por Deus do céu. Começamos com a Rosé e esse negócio que tem o mesmo efeito da Somi lá em cima, soando genérico e desinteressante da pior maneira possível, tão ruim que despencou dos charts horas depois do lançamento. Mas não era o suficiente, e tivemos o duplo single da Lisa, que conseguiu ser PIOR AINDA. LALISA quer transformar a cultura da Lisa em algo mais kpop e falha miseravelmente; Money é só extremamente constrangedora. Não culpo o fandom por hitar essas faixas; se eles precisam se contentar com migalhas, o problema tá na empresa.

06. Red Velvet – Queendom

Bom, a Wendy caiu do palco lá e se ralou toda, a Irene se envolveu numa polêmica por ser estrelinha demais e, nisso, o comeback do Red Velvet foi virando piada. Até que ele chegou, tão torto que eu até agora não entendi. Com Queendom, a gente saiu de uma música ruim pra outra pior. O instrumental é entediante e não sinto aquele fator divertido do Red Velvet explodindo como em outros números parecidos. Talvez nem seja tão ruim assim, mas se a gente levar em consideração que foram quase dois anos sem nada inédito, receber Queendom é um balde de água fria por ser nem Red, nem Velvet. Na verdade, ela soa mais como uma álbum track que fica jogada ali no meio pra fazer volume. Sei lá, a SM deixou de ser referência nas coisas há muito tempo e não sei até que ponto isso é ruim, mas a gente precisa lembrar que o contrato do grupo acaba esse ano. Se elas morrerem com Queendom, eu sinto que vai ser uma carreira jogada no lixo. 

05. LOONA – Paint The Town

Engraçada a vida, né? Um dia o LOONA ganha medalha de prata no meu ranking, no outro é uma das piores músicas de 2021. Bom, a carreira coreana delas já não vai muito bem desde quando o Sooman assumiu as rédeas numa produção do grupo e deu So What pra gente, que só é ruim por se levar a sério; depois veio Why Not, que foi ruim prometendo ser boa… Mas nada me prepararia pra Paint The Town. Eu diria que é uma versão pior de Eleven, por terem instrumentais parecidos, mas o nível de ganância nessa música foi a ruína de tudo. A essa altura, a BBC faz de tudo pra enfiar as referências e deixar claro que o LOONAverso não morreu, só que isso é o que menos importa pra mim no fim das contas. Eu fico esperando Paint The Town fazer a curva e ela nunca faz, só vai piorando a cada nota, soando como o Everglow num dia ruim. 

04. Everglow – First

E falando em Everglow, eu não consigo entender como elas saíram de LA DI DA pra isso. Acho que foi o maior glow down de 2021, daqueles broxantes mesmo, que te desanimam a dizer qualquer coisa. First é um bagulho tão sem identidade, tão amorfo, que falar mal é como chutar cachorro morto. Eu sinto que essa música só existiu pra mostrar o poderio da Yuehua em montar narrativas fantásticas usando efeitos especiais, como eles têm uma ótima equipe de edição e uma ameaça subliminar sobre como a China pode ser mais que a Coreia do Sul no seu próprio jogo, mas porra… O resultado ficou tão cansativo e vazio de significado. Não to pedindo um roteiro extremamente elaborado, mas se você se propõe a fazer um conceito tão pesado assim, o mínimo que eu espero é imersão. Só que First me faz focar em tudo, menos no Everglow. 

03. ITZY – MA.FI.A in the Morning

Essa merda… O quanto eu detesto MA.FI.A in the Morning não tá e nem nunca vai ser escrito com todas as letras. Eu acho bizarro como o ITZY saiu de um grupo teen crush bobo que canta por aí como elas são raras e diferentes pra um bando de criançonas brincando de máfia DE FORMA SÉRIA. O que me mata é esse conceito levado a sério. O rap tosco, a música praticamente inteira sendo falada, a voz de gralha da Yuna tentando soar sexy, nem mesmo o pré-refrão consegue salvar isso de ser uma porcaria completa, sem graça, sem absolutamente nada. MA.FI.A in the Morning não tem apelo com ninguém, é só um número extremamente genérico tentando parecer legal quando tudo que precisava ser feito era UM TRASH PROPOSITAL sobre ser máfia, usando o jogo de máfia como pano de fundo pra criar algo mais leve e divertido. Essa música foi um grandessíssimo não durante o ano todo e vai continuar sendo a coisa mais constrangedora que o kpop já desovou. 

02. MAMAMOO – WAW

Surpreendentemente, algo no kpop me tiraria mais do sério do que o ITZY, e foi o EP de baladas do MAMAMOO. Mais ou menos nessa época, foi anunciado que todas menos a Wheein renovariam o contrato com a RBW, mas ainda assim ela continuaria promovendo com o grupo até 2023. Não é sempre que uma empresa define tão claramente os rumos de um ato seu, ainda mais com a rapidez que foi feito. Tudo foi bem esclarecido aos fãs, já se falava sobre comeback e ninguém sentiu de fato o peso de ter uma das integrantes livre pra assinar com outra empresa. Só que surgiu essa PORRA desse EP, que é basicamente um pouco mais de 14 minutos de velório. Já viu velório em áudio? Então, é só escutar WAW. Caralho, eu fiquei tão indignada com o lançamento disso, senti a faca cravando minhas costas como se me chamasse de otária. Eu peguei todos os elogios que eu vinha guardando pra RBW por ser uma empresa madura lidando com a situação e enfiei no meu cu porque é como se elas estivessem se despedindo só pra focarem nas carreiras individuais em seguida. Foi o troço mais BROXANTE que eu já ouvi na vida. Tomara que o grupo morra também, foda-se. 

01. A existência do &

Já no jpop, a avex anunciou um novo girlgroup que contaria com a presença da Kano Nojima, uma ex-48 que se graduou SÓ PRA ISSO. Guardem essa informação. Pois bem, lançaram um teaser babadeiro pro grupo, com o trecho do que seria o debut delas, e tudo soava tão moderno, gostoso, quase kpop nos moldes japoneses (algo semelhante ao que fazem com o FAKY, só que de forma menos global). O & (que hoje se chama et-and) estreou lá em julho com a famigerada #tokyo e… É. A música não era exatamente o que os teasers mostravam, o desempenho foi desesperador de tão ruim e, principalmente, o formato vertical dos vídeos me incomodou demais. Depois disso, as coitadas só lançaram músicas piores, uma atrás da outra, se tornando uma grande incógnita musical. Por mim, a avex já enterrava o grupo aos poucos até fingir que nada aconteceu, só assim pra ressarcir a pobre que saiu do SKE48 (mesmo sem ranquear) pra passar fome aqui nesse chiqueiro. 

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7 comentários

  1. É a primeira pessoa que vejo alguém falando sobre a Wooyoung, achei que só eu reparava que ela não tem um rosto nada natural, e sempre acho meio estranho como os coreanos gostam tanto desse tipo de aparência.
    Acho que daí só o Red Velvet me decepcionou mais, esperava uma música mais impactante, mas acho que não será o último comeback delas, se as integrantes quiserem renovar, acho que a SM continua com o grupo.

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  2. Tiraria Queendom dessa lista tranquilamente, já que esse EP do RV tá sendo o 4 Walls delas em alguns aspectos. Quanto a Paint The Town, tenho sentimentos confusos com ela, porque um lado meu gosta dela e o outro quer apoiar a blogosfera, essa fica na linha tênue comigo. Do lado japonês, apesar de Pink Blood não ser a melhor música de Utadão, ela tem outras muito mais chatas que essa. E a tentativa de FAKY da Avex ainda precisa ser analisada por mim. Mando o restante pro lixo…

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  3. Ok, eu até entendo você “não gostar” de ‘Eleven’ mas eu achei meio zoado você comentar sobre o fato delas serem “pirralhas” só por serem mais novas. E não entendi a crítica para ‘On The Ground’, sendo que esse projeto foi uma coisa pessoal da Rosé baseado no estilo dela.

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