Sim, são onze da noite de uma terça-feira e eu, sentada aqui na minha sala, decidi que postaria sobre uma música lançada há quase um mês por um grupo japonês do qual vocês não fazem a mínima ideia da existência. Bom, eu também não sabia muito bem, mas eu tenho um pouco de contexto que pode ajudar, principalmente se você acompanha o blog desde o fim do ano passado. 

No meu top 10 de 2021, eu incluí uma música chama IZA!!, do grupo EMPiRE, um desses atos malucos da WACK que saía um pouco do escopo original da empresa e aparecia com coisas que prestavam. Pois bem, eu descobri que o CEO, que é bem dodói da cabeça, resolveu acabar com o grupo e que redebutaria as coitadas num projeto chamado ExWHYZ, que eu entendi ser uma coisa bem mais etérea e voltada ao house eletrônico. Por ser a WACK, achei bastante ousado, mas como eu gostava bastante do EMPiRE, resolvi dar uma chance.

E não é que o negócio é bom mesmo? Dá uma olhadinha aí.

Não à toa, Wanna Dance soa gostosa assim por ter uma canetada do Mondo Grosso, que, mesmo sendo um velho desgraçado antivax, quase sempre (eu diria 99,8% das vezes) acerta nas produções. Se você conhece e gosta de músicas como Labyrinth e False Sympathy, com certeza Wanna Dance é pra você. A energia é a mesma, que cresce a cada batida e faz com que a gente exploda em mil pedaços no refrão, de se perder do corpo e descolar da realidade por segundos. 

Enquanto EMPiRE, elas sempre foram diferenciadas do restante do catálogo da WACK. Quando tinham a chance, acabavam emplacando músicas muito boas, então não sei ao certo o que aconteceu pra elas sofrerem esse rebrand; talvez por justamente não terem o mesmo som dos demais grupos, ou serem ofuscadas pelo sucesso do BiSH (que já é ofuscado pelo sucesso da AiNA THE END). Se a gente for pensar bem, foi até bom o recomeço. Prefiro bem mais ver um ato da WACK fazendo coisas a parte do que se espera deles, que geralmente resulta em uma piada ridícula. 

Wanna Dance é mágica e melancólica nas medidas exatas: Mondo Grosso em toda sua genialidade. Acho até que ele tem trabalhado pouco com os idols da WACK porque, surpreendentemente, eles se dão muito bem (vide False Sympathy, que comentei mais pra cima). Lançamentos japoneses sempre amargam nas views aqui do blog, mas não tem como passar reto pelo ExWHYZ por mais tempo (não depois de ignorar meu feed do Youtube recomendando isso algumas vezes desde quando saiu). 

Talvez os fãs mais ortodoxos torçam a cara pra Wanna Dance e pro que o EMPiRE se tornou. Já eu acho ótimo que a WACK largue o osso um pouco pra variar e pare de insistir na imagem anti-idol pedante que todos os grupos de lá carregam (involuntariamente ou não). Quer dizer, por um momento foi legal e até revolucionário o debut do BiS, ainda mais durante a época em que o AKB48 tava no auge do seu sucesso estelar, mas depois virou uma espécie de deboche que não faz mais efeito. 2022 tem sido um ano em que eles resolveram morder um pouco a própria bunda e experimentarem coisas novas, então o surgimento do ExWHYZ como o novo nome de baixo orçamento do house japonês para blogueiras de baixo orçamento da internet aclamar foi uma das melhores coisas que essa empresa bizarra já fez. 

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