Maison é o Dreamcatcher exibindo todo seu conhecimento em rock e aquecimento global

Fim do mundo é um assunto que rende bastante material musical na cultura pop, principalmente se você botar um rockzinho de fundo. E claro que eu não poderia estar falando de outro grupo que não fosse o Dreamcatcher, que tá de volta depois do álbum mixuruca de verão, mas que rendeu um single bem legal. Dessa vez, elas deram início ao que parece ser uma nova trilogia depois de não alcançarem a Utopia. 

Ao que parece, essa era deve ser a mais visual e mais bem trabalhada das meninas, com photobooks mais espetaculares do que nunca, ainda que algumas coisas me estranharam ou até incomodaram no comeback todo e eu vou tentar nomear todas elas ao longo do post. Porém, a volta do Dreamcatcher sempre é um assunto bem quente, principalmente quando o grupo resolve começar um novo capítulo na sua própria linha do tempo. 

Prontos para encarar o apocalipse mais gostoso das suas vidas?

Pra quem não sabe, eu sou muito fã da banda Muse. Muito mesmo, sou enlouquecida por eles, fui no show em 2019 depois de anos tentando e o som dos caras me deixa em outra atmosfera. Então imaginem o tamanho da minha surpresa ao dar play em Maison e me deparar com um rock eletrônico aos moldes do Muse? Isso aqui é o álbum Drones + Simulation Theory todinho, os riffs caóticos e abafados sob uma onda de sintetizadores e toda a estrutura dos versos que já causa essa sensação de desespero em pensar que o mundo tá acabando é muito algo que facilmente entraria na discografia deles. E esse encontro do Dreamcatcher com o new prog me fez sonhar, mesmo que por alguns instantes, com uma parceria. 

Nem mesmo o rap consegue me tirar do transe dessa música; aliás, ele é muito bem encaixado, começando quase que à capella pra conseguir retomar o instrumental quase que no ponto certo. Além da interpretação da Dami, mais mamacita do que nunca. Talvez seja a primeira vez em muito tempo que eu curto um rap não só em um número do Dreamcatcher, mas no kpop como um todo, e acho que o fato dessa parte em específico lembrar o nu metal do Linkin Park em alguns pontos, na agilidade da percussão e no screamo tímido, faz com que essa troca de gêneros seja um ponto belíssimo fora da curva. 

Vou usar o post da Bruna de apoio pra comentar mais alguns aspectos do comeback porque ela é minha maior referência quando se fala de Dreamcatcher. Ela não gostou do MV pelo excesso de CGI que deixou tudo com um aspecto esquisito; eu também achei que pesaram a mão e a fotografia ficou prejudicada, mas isso meio que deu o charme cataclítico que um lançamento desses precisa, principalmente pelo jogo de câmeras maluco que a gente não tá acostumado a ver. É como se eu estivesse assistindo Descendentes numa hecatombe, o visual cômico e o enredo trágico juntos. 

E a letra dessa música? Eu achei fantástica porque, ao mesmo tempo em que o grupo introduz uma nova trilogia dentro da sua história, elas conseguem fazer um paralelo com os acontecimentos do mundo. Na verdade, Maison é também um pedido de socorro para que salvemos a nossa “mansão”: o planeta Terra. E, por mais cafona que isso soe, é muito interessante ver essa temática trabalhada de um lado mais catastrófico, como um filme, ainda que tente passar uma mensagem de esperança. O refrão é o maior exemplo disso, por ser desesperador e otimista, quase como se elas estivessem prestes a enfrentar o maior boss do jogo enquanto pedem ajuda de todos os cantos pra formarem a sua própria Genki Dama, ou algo do tipo. Até faz sentido pensar que Maison pode ser um anagrama para (in)Somnia, o fandom do grupo.

É até curioso ver algo assim sendo trabalhado no kpop, porque eu consigo enxergar Maison sendo muito mais bem aceita em subculturas no Japão. É um típico número que o Miyavi entregaria muito bem mesmo não vendendo como deveria. Porém, Maison cai como uma luva no Dreamcatcher, em coreano ou japonês; ainda que não pareça algo dentro do escopo inicial do grupo, essa música só demonstra como elas e quem está por trás das produções tem um conhecimento enorme em rock, tranquilizando quem ainda se preocupa com a possibilidade delas esgotarem o arsenal de novidades. Maison soa fresca dentro da discografia do Dreamcatcher, mas por si só é um prelúdio muito forte de que algo apocalíptico está por vir. 

Escute também: Beauty Full

Outro ponto que eu estranhei durante os teasers do comeback foi o álbum. Esse é o segundo full da carreira do Dreamcatcher, mas eu achei ele muito… Diferente. Não é ruim, só é esquisito escutar outras sonoridades nessa tracklist depois de um single tão forte. E, nisso, achei as músicas em grupo meio esquecíveis (pelo menos por enquanto, pode ser que eu mude de ideia) e acabei focando na segunda parte, que são os solos. A diversidade fez mais sentido e gostei de ouvir cada uma das personalidades sendo trabalhadas. Tem pop, tem trap, tem balada, tem uma música lindíssima em mandarim, mas a que mais me deixou surpresa foi o solo da Dami. Beauty Full tem uma energia tão patricinha scene da Avril Lavigne em The Best Damn Thing que se chocou com a imagem parruda que a Dami tem dentro do grupo, mas ficou uma belezinha. Me senti muito em um filme adolescente da Lindsay Lohan mesmo. 

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4 comentários

  1. Rafa do céu, quase que eu implodo de alegria com você falando que eu sou sua maior referência quando se fala do DC KKKKKK mas com você comentando que lembra Muse que eu fui conectar como as sonoridades se parecem e isso é ÓTIMO!
    Saudades do Muse, é uma banda que eu adorava quando mais nova, preciso voltar a ouvir ❤

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  2. Impressionante como o Dreamcatcher nunca decepciona. Estranhei no começo essa mudança do rock melódico pra um rock mais moderno, mas achei que ficou muito legal!

    Pros fãs do grupo que tinham se indignado por elas não terem sido escolhidas pro Queendom 2 (sendo que talvez elas TENHAM sido convidadas e decidiram recusar o convite), talvez tenha sido o melhor; se elas estivessem lá, não teríamos tido esse comeback ótimo agora. Tomara que dessa vez elas consigam um troféu em music show! Mas se não conseguirem, beleza; elas nunca precisaram de um pra conseguir vendas altas em cada novo álbum e fazer sucesso fora da Coreia do Sul; se a Coreia preferir continuar esnobando o Dreamcatcher, é a Coreia que sai perdendo.

    (…falando em Queendom 2, você pretende comentar as apresentações do primeiro round?)

    Curtido por 1 pessoa

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