Abril chegou e, com ele, um choque de realidade: o kpop tava bom demais pra ser real. Não porque vamos enfrentar um mês parado pela frente (tá tão movimentado quanto março), mas a Coreia do Sul já começou servindo duas músicas de qualidade extremamente duvidosa. Ou seja, todos os outros dias em que eu “lotei” minha playlist podem ir por água abaixo a partir de agora, já que eu não tenho esperança nenhuma nos atos que estão vindo por aí.
Hoje eu acordei e ouvi as duas opções pra ver qual ganharia um post solo, mas acabou que nenhuma cumpriu os requisitos mínimos pra isso, então eu pensei: já que esse povo é tudo farinha do mesmo saco, por que não juntar num post só? Ótima ideia! Daí não preciso ficar quebrando minha cabeça arranjando sinônimo de ofensa na internet pra macetar ninguém. Sendo assim, figurinhas carimbadas dos programas de sobrevivência da Mnet, em épocas diferentes, resolveram entregar seus trabalhos nessa segunda-feira (e amanhã teremos mais um, que eu to doida pra falar mal; ou não, depende se o grupo tomou vergonha na cara).
Vamos começar com a Eunbi, que fez um debut bom no ano passado, roubando uma demo safadinha da IU na época do Chat-shire, mas que venceu bem rápido comigo. Dessa vez, se entregando ao seu conceito de pegar demos de outras solistas por aí, temos a velhota ex-IZ*ONE vasculhando a gaveta da Chungha (que já não tem um comeback bem trabalhado desde o Querencia) e lançou Glitch.
Se Door emplacou durante alguns dias aqui em casa e me desanimou logo em seguida, Glitch não fez nem o favor de começar a me empolgar. Acho que é a voz dela que me incomoda, aguda demais e encorpada de menos, e aí esses números que prometem bastante acabam nem fazendo efeito quando é ela quem interpreta. Na real, o típico house que a Chungha tá tão acostumada a trabalhar não fica bonito na Eunbi. Sei lá, ela é muito blasé. Falta alguma coisa, e nem to falando do refrão anticlimático (eu achei ele bem executado instrumentalmente); talvez um pouco de carisma pra carregar uma música de clube feito essa, mas não me surpreende tanto, já que quase ninguém do falecido IZ*ONE tinha de verdade.
O conceito futurista tá bem legal. A Woolim tem se prestado a investir mais nos MVs dos seus grupos, e acho até que é a Eunbi quem paga essas contas, então o trabalho aqui me parece ótimo. Gosto dos efeitos de falha e, principalmente, dos cenários que conseguem criar essa sensação de quebra de realidade, mas… Subiram o MV em qualidade máxima de 1080p em pleno 2022? Um clipe BONITO desses? Que papelão… Tira muito da experiência de imersão. Pelo menos, pra não sair de mãos abanando, eu ouvi o EP e até que gostei de Magnetic, cujo título faz jus à música.
Já essa daqui é um debut de um grupo onde quatro das seis garotas fizeram parte do elenco do Girls Planet 999, porém não eram tão hypadas assim. Junta isso com o fato da empresa querer FODER o blogueiro brasileiro com um nome porco desses, que não funciona direito nas buscas do Google e ainda consegue o feito de ser impossível de falar. Acho que eles não querem mesmo que a galera descubra o grupo, ou odeiam muito essas meninas. Sei lá, enfim, esse tal de ILY:1 aí a cria mais recente da Mnet.
Não sei se faltou pesquisa, empenho, orçamento, ou os três juntos, mas tropical house hoje em dia é de quebrar as pernas. Não vou dizer que tá ruim; eu lembro de ter ouvido músicas assim na época em que era moda no kpop muito piores. Só que a sensação que passa logo nos primeiros segundos é de coisa estragada, uma demo esquecida por muito tempo e que foi repassando de empresa em empresa até cair em algum produtor infeliz dessa daqui e ele achar uma ótima ideia trabalhar em cima dela.
O que eu achei legal (quer dizer, legal não é a palavra, mas por falta de outra vai essa) é que eu esperava um drop típico desse tipo de faixa tocando por horas e horas no refrão e recebi versos cantados por cima. O resultado ficou bacaninha e, juntando os vocais ardidinhos com o conceito todo do MV, Love in Bloom começa a andar na contramão e fica até refrescante pra um grupo que, com certeza, vai ser um nugu em potencial que a fanbase adora aclamar e chamar de injustiçadas. Pelo menos minha Ririka debutou e carregou a música toda com o carisma de um Kep1er inteiro.
Quem venceu a guerra? Óbvio que a maioral.
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