Vocês devem lembrar do post que eu digo que estava ansiosa pra macetar um certo comeback aí porque ia me render views e tal. No caso, eu disse isso ONTEM do comeback de HOJE enquanto falava sobre o povo que já participou de algum programa da Mnet se juntar tudo na mesma semana pra lançar música: ontem foi a Eunbi e as menininhas mais flopadinhas do Girls Planet 999; hoje é a vez das consideradas monster rookies pelos críticos do Twitter.
O IVE, cuja estrela principal é um avatar virtual que um dia já foi chamado de Jang Wonyoung, finalmente fez seu esperadíssimo retorno. E vou confessar que, apesar das fotos de cupidas terem um design duvidoso, eu senti uma pontinha de esperança pelos teasers. Pelo menos não se parecia com nada do que elas trouxeram no final do ano passado e isso por si só é um alívio. Mas nada, NADA MESMO me prepararia pra Love Dive.
Bora mergulhar nesse amor gostoso.
Então, continuando o primeiro parágrafo desse post: sim, eu estava preparada pra falar mal de Love Dive porque eu detestei a prepotência de Eleven, daquilo de soar adulta demais pra um bando de pirralhas que nem terminaram o ensino médio ainda (e que não conseguem segurar o conceito direito ainda por cima). Só que a vida é bem engraçada e a nossa percepção sobre as coisas pode mudar da noite pro dia sem nem a gente ver. Nove da manhã e eu estava na frente do computador ouvindo a música e completamente desacreditada, recolhendo os pedaços da minha dignidade espalhados pelo quarto; o comeback do IVE é BOM.
Love Dive é um teen crush audacioso, chique, e consegue funcionar surpreendentemente bem assim. Em vez de gritarem por aí como o amor faz as pessoas se sentirem “onze”, o IVE sussura numa letra extremamente convidativa sobre um jogo onde duas pessoas não querem ceder ao amor do outro, mas uma hora isso vai acontecer. E a música cria essa expectativa a todo momento, onde ela parece previsível demais a explodir e isso não acontece, não no momento certo. É tipo jogar campo minado: você sabe onde colocar as bandeirinhas? Você tem confiança pra clicar exatamente no quadrado que não tem bomba? É essa adrenalina estranha que Love Dive causa.
Diferente do que foi com Eleven, eu gosto muito de como a música se constrói. Os primeiros segundos são decisivos pra saber se você vai continuar dando atenção pra ela ou não, quase uma propaganda do Youtube que diz “não pule esse vídeo”, porque as batidas já indicam que mais um número de adolescente fodona vem aí. Mas, de repente, você se vê preso numa aura meio mística, como o canto de uma sereia que atrai o navio pirata, principalmente nos woooo, que soam sombrios, mas sedutores ao mesmo tempo. E quando um pré-refrão eletrônico interrompe tudo como se nos obrigasse a mergulhar quase que fisicamente, a sereia virando o navio depois de distrair a tripulação com o seu canto, aumentando ainda mais a tensão e até tirando um pouco do fôlego, pra retomar a música no ponto exato onde ela parou é uma experiência e tanto.
O MV é um negócio à parte. Já reconheci até mesmo em outro post que a Starship sempre entrega qualidade estética, e Love Dive se destaca pela fotografia, principalmente as individuais, em closes diferentes do que a gente se acostumou a ver no kpop. Apesar do clipe em si não mostrar muito, as integrantes acabam ajudando a vender essa história de cupidas modernas que se desvencilham daquela imagem batida do bebê branquinho e pelado. E, aliás, acho que foi uma ótima sacada mostrar elas quase que numa seita, morando e treinando juntas, planejando seu próximo “ataque”. Dá pra fazer um paralelo com a dinâmica em Peek-a-boo, onde nem dava pra saber se o Red Velvet era mesmo uma irmandade satânica que matava homens sem prestar atenção no contexto todo.
Consigo até ignorar o break desnecessariamente longo na ponte e dizer que fui bem feliz com Love Dive. Li a crítica do Asian Junkie e concordo onde diz que o IVE não tem feito nada de espetacular ou bombástico pra ter o sucesso que tem, afinal esse comeback já passa das 120 mil cópias vendidas na Hanteo. Podemos dizer que muito disso se deve ao fato da presença das ex-IZ*ONE? Talvez, mas não sei se é pra tanto. Acho que o que importa pra mim nesse momento é que, dessa vez, elas fizeram o hype valer a pena e entregaram um número redondinho e deliciosamente viciante. Dá pra fingir tranquilamente que Eleven nunca existiu e que elas acabaram de debutar; é exatamente o que eu vou fazer daqui pra frente.
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Eu gostei de Eleven, mas tinha minhas dúvidas em como elas iram executar esse comeback. Eu temia que elas fossem para o lado mais inventivo e desconstruído que muita gente anda apostando.
E quando eu ouvi pela primeira vez… nem sei explicar o que foi isso. Fazia tempo que eu não gostava TANTO de um lançamento no kpop, porque sempre tem algum elemento que deixa a desejar: um break desnecessário ou um rap fora de contexto. Mas Love Dive pra mim é impecável do início ao fim, sem excessões.
E isso me fez pensar que o NMIXX vai precisar comer um arroz com feijão pra se destacar nessa geração.
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Nossa. Fazia MUITO tempo que eu não encontrava um blog. Melhor. Parava pra ler e ficava encantada. Você disse TUDO!. Depois que eu li sua crítica de love dive fui pesquisar sobre sua idade, mas sabe por que ? Eu pensei “meu Deus com certeza ela é da minha geração “ e digamos que sim . Olha, eu entrei nesse mundo K-POP de girls group e não sei nem como sai. Blackpink, ive, newjeans, g idle e outras, me fazem voltar lá em 2005/2006, quando eu era adolescente. Ainda mais porque elas usam elementos que remetem muito ao anos 90/00. (Principalmente newjeans). Quando escutei Love dive automaticamente fui teletransportada pra uma parte de mim que eu havia esquecido. Uma parte de ingenuidade amor e felicidade nas pequenas coisas . enfim, fico super feliz em saber que na internet alguém ainda escreve em blog. Obrigada por verbalizar em escrita, o mesmo sentimento que eu em love dive !
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