Pacotão AYO GG | As 100 melhores de 2021 (10-01)

E cá estamos nós com a última parte do ranking de melhores de 2021 do AYO GG! Nem acredito que eu consegui finalizar esse negócio, depois de ficar totalmente sem tempo por causa dos perrengues no trabalho e ainda ter pego uma gripe fodida (eu ainda to meio doente, só pra constar), mas sobrevivi pra concluir essa que foi a primeira lista da história do blog e a minha primeira lista desse tamanho. Caras, que desafio… 

Quero aproveitar o espaço pra agradecer BEM GRANDE a todo mundo que se dispôs a ler as groselhas que essa blogueira aqui escreve. No dia 30, o AYO GG completou um ano de existência e, originalmente, a última parte deveria ter saído em comemoração a isso, mas pelos motivos do parágrafo de cima, eu acabei atrasando o cronograma totalmente. Só que não quero deixar a data passar em branco, então obrigada de verdade a quem acompanhou essa minha jornada de criar um blog quando toda a blogosfera (num geral) morreu na internet. Eu precisava de um espaço pra me expressar e ver que vocês me acolheram bem só me dá vontade de continuar com essa loucura.

Vou citar alguns nomes (espero que todos) de quem eu conheci durante meu primeiro ano por aqui: Dougie do Pop Asiático.jpg, Arthur do Aquário Hipster, Lunei do Miojo Pop, Gui do Palpites Alheios, Carlos do E Vamos de K-pop, Rodrigo do Ásia Asiática, Bruna do SRSLY KPOP, Wendell do Gosto Meu e Joe do Aigo Joe (além do Brave Sound Drop It que não é um blog, mas é uma pessoa maravilhosa que faz parte da casa). Fazer parte da blogosfera fundo de quintal é motivo de alegria minha todos os dias, sério mesmo, e ter vocês interagindo comigo aqui, no Twitter e nos grupos do Whatsapp é uma coisa incrível que eu jamais imaginei acontecer, porque muitos de vocês são blogs que eu acompanho desde muito tempo. Obrigada por me absorverem nessa enorme bolha e me ensinarem todos os dias. 

E pra galera que costuma comentar aqui sempre que pode, a quem me deu apoio pra começar esse projeto (principalmente amigos da minha vida social) e a quem lê sem nem ao menos entender do que se trata: eu fico sem palavras (corta pra mim escrevendo 800 parágrafos de agradecimento). Em 2021, vocês me deram 44k visualizações em 220 publicações, sempre engajando os quadros novos que eu faço e as minhas críticas sem nenhum fundamento, e isso é muito, mas MUITO mais do que um dia eu imaginei conseguir. Se eu pudesse beijar cada um (e se o corona permitisse), juro que eu faria. Que 2022 seja um ano ainda melhor pra essa mulher aqui que vos escreve, e pra vocês também. 

Vamos lá, finalmente chegamos ao top 10 de melhores músicas do ano passado e eu to ansiosa demais pra vocês verem quem de fato me conquistou. Entraram algumas coisas novas, outras ficaram comigo durante o ano todo… Será que eu correspondi a expectativa de vocês ou surpreendi de maneira negativa (ou positiva)? Sem mais delongas, vamos encerrar esse turbilhão de posts agora!

10. Lee Hi – Red Lipstick (ft. Yoon Mirae)

De patinho feio pra personalidade explodindo de gostosa, a Lee Hi nos agraciou com essa delicinha chamada Red Lipstick, que pode até não ser o carro-chefe do último álbum de estúdio dela, mas é moralmente a maior da sua carreira. O MV se apropria da situação pandêmica do mundo pra refletir sobre momentos onde a gente só queria por tudo a perder pra festejar de novo, como nos “velhos tempos”, e assim a Lee Hi organiza uma social em lugares fechados, como um elevador ou o seu próprio quarto. Aglomeração? Acho que é mais sobre o desejo de sentir calor humano novamente. Eu gosto de como eu me sinto tão em casa com essa daqui, quase um convite exclusivo chegando aos meus ouvidos, exigindo a minha presença nessa festinha. Red Lipstick é uma das melhores músicas que emulam esse sentimento cativante do disco de brilhar numa pista de dança como se fossem os tempos da brilhantina, de querer se esfregar em corpos alheios e beijar bocas desconhecidas. A bichinha serviu tanto aqui, gente… The ultimate hoe anthem. Thanks Lee Hi. 

09. YUKIKA & Pat Lok – The Moment

Tudo bem, eu passei o ano todo elogiando a força motriz do city pop nas músicas da YUKIKA, mas a melhor dela foi The Moment, sem dúvida alguma. Não porque eu ache que a sonoridade tá desgastada nas mãos dela, de jeito nenhum; quanto mais música otimista sobre uma era que já passou a gata fornecer, melhor. Só que eu acho tão empolgante ver a YUKIKA nessa roupagem mais moderna, trazendo um urban pop retrô bem mais sensual, contrastando com a imagem que ela construiu pra si mesma desde o debut. O mood film que serve de MV é sensacional, atuando como fragmentos da nossa memória. Ele passeia com uma facilidade assustadora entre a melancolia e a felicidade da madrugada, repetindo cenas como se fossem de uma fita antiga, quase a fragilidade de um instante. De todos os números do projeto CONECTD, esse é o que mais me emocionou, até por ser muito fã da YUKIKA e abraçar qualquer coisa que ela faça. Mas The Moment realmente é algo a se prestar atenção, e eu quero muito que o segundo álbum da suposta trilogia siga por esse caminho. 

08. WJSN – New Me

Acho incrível quando uma álbum track de kpop permanece comigo durante tanto tempo assim. New Me é uma dessas, que foi cozida em banho maria dentro de mim, mas chegou a um ponto onde eu simplesmente respiro essa música em todos os momentos que o aleatório me sugere ela. A essa altura do campeonato, eu não imaginava o WJSN sendo o grupo que entregaria uma midtempo sensual, mas elas entregaram, e são incontáveis os momentos em que eu consigo escutar claramente a chamada da Alpha FM sobrepondo esse instrumental de milhões (quem é de São Paulo, sabe). É só ouvir New Me que eu automaticamente ganho 300ml de silicone em cada peito, tamanho erotismo que essa faixa exala; logos nos primeiros segundos, o WJSN te convida pra uma viagem cósmica de autoconhecimento (e entenda esse autoconhecimento como quiser, inclusive, recomendo ouvir olhando pra capa). Enquanto os sintetizadores preenchem seus ouvidos, você sente seu corpo atingindo o ápice de seja lá o que for, e esse mesmo sentimento se esvai à medida em que a música vai finalizando gradativamente num fade out. Provavelmente uma das melhores da discografia das garotas cósmicas. 

07. EMPiRE – IZA!!

Essa daqui vai especialmente para o thefloppedones, que CLAMOU por IZA!! o ano todo, o que eu acho justíssimo. Tem quem goste dos grupos da WACK pela agressividade exagerada e os trejeitos de sempre parecer fora dos padrões japoneses de idol, mas eu mesma prefiro a sobriedade do EMPiRE, pelo menos nas duas músicas que apareceram aqui no ranking. O que faz IZA!! se destacar (e muito) de HON-NO é a sonoridade fácil, porém com muita personalidade, embalando um electro house dark que sempre tende a explodir em caos, mas isso nunca acontece de fato. São os méritos de soar feito uma balada alternativa que fazem com que essa faixa seja tão boa de ouvir, principalmente em momentos que você tá afim de conhecer um grupo novo, ou simplesmente cansou das patifarias do kpop. É um número redondinho e não assusta quem tá chegando, apesar de ter umas freiras meio Pussy Riot que torturam pessoas e empunham metralhadoras enquanto as integrantes dançam qualquer coisa sem sentido num hall de hotel, mas até aí tudo bem; IZA!! merece seu play. 

06. Cheetah – Villain (ft. JAMIE)

A propaganda anti-heróica contra a violência doméstica da Cheetah, advogando a favor de todas as mulheres que sofrem em silêncio, não é só uma ótima música. É um culto secreto de vítimas que se unem em prol de se tornarem vilãs da própria história, ameaçando homens com o cano gelado de uma arma contra a sua testa e a vergonha de existir por bater em alguém. A interpretação da Cheetah em Villain tá excelente. Eu amo ver ela atuando como uma justiceira que cobra com as próprias mãos, enquanto suas seguidoras assistem a tudo pelos corredores e agradecem o socorro em gestos mínimos. Não tem nada de errado em fazer justiça quando o próprio Estado não move uma palha, e é muito fácil passar seu pano pra ela quando ela diz que não tem medo de se tornar uma vilã por quem merece. Esse R&B misândrico, que combina os versos passionais da JAMIE com a voz fria, porém provocativa, da Cheetah, acabou sendo uma dessas parcerias que eu jamais imaginei no kpop, mas que deram muito certo. 

05. Miliyah Kato – Kono Yume ga Sameru Made (ft. Yoshida Brothers)

Falar de Kono Yume ga Sameru Made sem me tornar repetitiva é difícil. O batidão de música folclórica japonesa e hip hop é, surpreendentemente, uma das coisas mais sensíveis que eu ouvi esse ano porque tudo que se propõe a ser um choque entre eras me deixa fascinada. O shamisen que percorre a faixa toda é maravilhoso e dramático, combinando direitinho com a voz da Miliyah Kato no refrão, mas ao mesmo tempo, é dissonante quando os raps engatam, sendo o contraste perfeito entre o tradicional e o moderno. Pelo que eu entendi, a Miliyah virou mãe e isso deu uma aflorada na criatividade musical dela. E, mesmo que isso seja uma anisong, o trabalho feito é impecável. Ainda bem que Kono Yume ganhou um MV de verdade, ainda que ele não seja lá grandes coisas, mas eu fico arrepiada de ver os Yoshida Brothers tocando o shamisen como se estivessem dedicando a vida deles pra aquele momento, assim como a própria Miliyah, que arrasa demais na interpretação da música, sentindo cada nota como se fosse parte de si. Músicas que vendem o anime, seja ela bom ou ruim, valem milhões. 

04. TWICE – Moonlight

– Melhor álbum track –

Engraçado como Moonlight escalou tão alto no ranking, sabe? Porque poderia ser uma dessas álbum tracks perdidas, ainda mais quando a gente vê que o Formula of Love tem 16 faixas. E Moonlight, à primeira ouvida, não tem nada que se destaque tanto, mas o que me fez amar tanto essa música é o fato de ser um retrô extremamente diferente de qualquer outro retrô do kpop: ela respira Lionel Richie do começo ao fim, com o calypso pop contagiante de All Night Long, só que muito mais feminina e charmosa nas mãos do TWICE. O instrumental é todo voltado a essa coisa mais funk que, bom, não é novidade na discografia do grupo, mas a forma como isso foi abordado aqui é o grande X da questão porque se distancia muito do que é o cenário coreano, ao mesmo tempo que não se encaixa em nenhum lugar ocidental; é, de fato, um ponto fora da curva, ainda mais quando é cantada inteiramente em inglês. Moonlight poderia muito bem estar incluída no EP de verão das meninas, mas ela faz parte de uma narrativa muito maior, que é mostrar o conforto absoluto do TWICE atual em lidar com essas sonoridades mais sofisticadas como quem faz música todos os dias. E essa daqui fecha um 2021 produtivo com chave de ouro, de um grupo que extrapolou as barreiras do senso comum do kpop. 

03. Rocket Punch – Ring Ring

– Melhor Take on Me –

Vocês foram muito injustos com Ring Ring. O Rocket Punch só tinha a mais pura intenção de divertir a galera, derivando o instrumental de Take on Me do a-ha pela vigésima vez, mas elevando as coisas em um patamar infinito de diversão e glitter. Não tem como ouvir essa faixa e não se deixar levar pela sensação de felicidade extrema que ela carrega, ainda mais no pré-refrão; é como se uma onda de sentimentos muito bons me atravessasse violentamente, tal qual o efeito do Nyan Cat lá nos anos 2010. É só ouvir esses sintetizadores exagerados e vomitar arco-íris pelo resto do dia. Vocais estourados? Não me importa, os gritos são um verdadeiro nocaute de alegria bem no meio da minha fuça e, muitas vezes, fez mais efeito que meu anti-depressivo. Quando você permite que o Rocket Punch invada suas entranhas com serotonina pura, uma energia avassaladora toma conta do seu corpo, numa vontade de sair gritando por aí o quanto a vida vale a pena ser vivida. A função do kpop, essencialmente, é se permitir sair do sério. E, nesse sentido, Ring Ring não tem efeito rebote: é só aceitar. 

02. LOONA – Hula Hoop

– Melhor jpop –

E a descrição acima se aplica perfeitamente pra Hula Hoop, conhecida também como a redenção do LOONA comigo. Falem o que vocês quiserem, mas nada supera a sensação de se reconciliar musical e afetivamente com um grupo que você sempre gostou. E elas mereciam TANTO isso. Não sobre conquistar meu amor de volta, mas de refletir sobre os pontos que fizeram delas um grupo único no cenário e retomar esse lugar pra si. Nada tão caro, super produzido e pretensioso que o LOONA entregou se compara com isso aqui; na verdade, tudo parece tão enfadonho quando a gente coloca Hula Hoop do lado, daquilo de não prometer nada e conseguir arrancar as sensações mais genuínas de alguém. Essa música é pura magia e não tem absolutamente nada fora do lugar. Dá pra aproveitar a faixa do começo ao fim e ainda pedir por mais; por isso eu gosto tanto do artifício do bambolê e quando elas cantam que podem me fazer dançar em volta delas como tal, porque é exatamente isso que eu sinto, e eu quero gritar a plenos pulmões como a high note da Chuu. O MV é um sonho (literalmente, sonharam muito com centavos no bolso), mas referências ao LOONAverso são várias, cada uma delas arrancou um sorriso meu, e ver o grupo se olhando no espelho reconhecendo todos os seus pontos fortes foi o que me cativou de verdade. Eu espero que o LOONA continue existindo por muito mais tempo, mas se morrerem com Hula Hoop, eu vou ser a viúva mais agradecida do universo. 

01. Sunmi – Tail 

– Melhor kpop –

Vou começar esse parágrafo falando o óbvio: eu amo Tail. Eu amo tanto Tail que o Spotify fez questão de me lembrar na retrospectiva do ano passado, e eu acho, do fundo do meu coração, muito difícil a Sunmi se superar. Essa música é o verdadeiro significado de kpop perfection: a coreografia é impecável, sem tirar nem pôr; o instrumental, um dark pop hipnotizante, sombrio e irresistível, te abraça a cada segundo, como uma cobra enforcando sua presa pra dar o bote; a história que o MV conta é sem igual, uma fantasia referenciando a própria Mulher Gato e a figura do gato como símbolo de mistério e feminilidade (já que bruxas e gatos são comumente relacionados ao longo da história como seres místicos); uma loucura de rabos sensuais e psicoses de quem viveu à margem da sociedade até se tornar essa figura da noite, uma femme fatale pronta pra seduzir qualquer homem até a morte. Eu lembro que, na época do lançamento, Tail foi interpretada de várias formas. Isso não é genial? Ter um lançamento assim no kpop, que instiga sua mente, mas ninguém está 100% certo. Foi aí que a Sunmi deu a sua melhor cartada da carreira, deixando sua mente liberar qualquer tipo de ideia maluca e criativa pra executar o produto final, uma espiral de sexy concept matador, conduzido pela guitarra inebriante do produtor FRANTS (com quem ela já tinha trabalhado em 24 Hours, que inclusive foi um paralelo que todos fizeram). Essa volta da Sunmi ao sensual esquisito foi a melhor coisa que aconteceu no ano passado: é desconfortável e trash, mas você não consegue tirar os olhos. Eu sinto que qualquer coisa que eu disser não faz jus ao que essa música foi e é pra mim; e se um lançamento é capaz de fazer isso, nenhuma posição além da primeira é digna. 

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3 comentários

  1. “Hula Hoop” é a música que “Hi High” deveria ter sido… o que me decepcionou em “Hi High” não foi terem dado um aegyo pro debut delas, mas ter sido um aegyo parecido demais com os que tantos outros grupos vinham lançando naquele período. Enquanto “Hula Hoop” tem uma identidade bem definida.

    Mas pra ser sincero, acho “Starseed (Kakusei)” melhor que “Hula Hoop”. “Hula Hoop” é basicamente uma música de k-pop com letra em japonês; “Starseed (Kakusei)” é a que realmente parece uma música de j-pop.

    Curtido por 1 pessoa

    • (aliás, também acho que no MV de “Hi High” em 2018 cada unit deveria ter usado seus respectivos uniformes nas primeiras cenas e feito pelo menos uma cena de coreografia com eles, mas aí já é outra história…)

      Curtido por 1 pessoa

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