NO EPISÓDIO ANTERIOR… Aconteceram as primeiras apresentações da Connect Mission. Os jurados foram do céu ao inferno com tanta disparidade de talento entre as meninas do programa, seja qual for a nacionalidade. Além disso, tivemos um episódio extremamente pesado (no sentido de maçante mesmo), fazendo com que a audiência doméstica despenque cada vez mais por conta de decisões questionáveis da edição. Será que, dessa vez, podemos nos deliciar com um episódio de qualidade e finalmente ter o gosto de fazer o recap dessa bagunça?

SIM! A Mnet consertou os erros do episódio passado, promovendo uma experiência mais coesa na hora de assistir (o que ela deveria ter feito desde o começo, mas enfim). Apesar de ter achado a edição meio vazia em alguns momentos, como eu vou falar mais pra frente, isso ajudou um pouquinho nos índices e, se eles mantiverem o ritmo dessa forma, acho que a gente consegue 1% de audiência até o fim do programa #GirlsPlanet999Hwaiting.
Já começamos com o corte quase exato do episódio anterior. Isso, por exemplo, eu achei meio capenga. A Mnet é soberana em criar drama onde não tem, poderiam ter caprichado em uma vinheta mais robusta contando o que aconteceu nas primeiras apresentações, mostrar menina chorando, a Juhee comendo o cu de gente mimada, essas coisinhas assim, sabe? Achei fraco, se tivesse sido feito do meu jeito, a edição não precisaria se humilhar dizendo que o programa é um sucesso novamente (que porra foi essa KKKKKKKK). Eu tenho certeza que não é a mesma equipe dos Produces.
Enfim, o Jingoo começa perguntando quem gosta de festival, já fazendo um gancho com a música que vai ser apresentada. E, bom, como esse episódio ficou bem mais enxuto, não vou dizer muita coisa antes de comentar cada uma das apresentações. Lembrando que eu vou seguir a ordem dos times (time 1 e time 2), e não a de exibição do programa (só os times de boygroup que não têm uma ordem exata).

IZ*ONE – Fiesta
Time 1: Chen Hsinwei, Choi Yeyoung, Reina Kubo, Huang Xingqiao, Kang Yeseo, Mashiro Sakamoto, Poon Wingchi, Lee Sunwoo, Nagomi Hiyajo

Aqui tá o gancho que o Jingoo quis fazer e, já adiantando, se preparem pra ver o pior festival das suas vidas. Desde as fancams individuais que a Mnet soltou depois do último episódio, eu vi que os dois times mataram a música, um mais que o outro, e eu fiquei me perguntando se Fiesta realmente foi uma boa escolha. Isso porque é uma música de tom bem alto e, nem entrando no mérito de quem sabe ou não cantar, mas a gente lembra que essas meninas estão, tipo, a Deus dará. Se tem preparo vocal de um especialista, a Mnet não mostra, então eu assumo que elas estão sozinhas nessa e, sem o treinamento adequado, pode acabar com as cordas vocais de algumas delas (como a gente vai ver daqui a pouco).
Enfim, estamos com esse elefante branco do IZ*ONE no programa pra lembrar que “isso aqui é tipo um Produce, mas é diferente”. Logo na divisão de linhas, a Sunwoo concorda comigo sobre a música ser alta e decide arriscar a vaga de vocalista principal do time, mas pra isso ela precisa passar pela barreira de grito sônica da Reina, que também se candidata. Isso aqui é literalmente competição de berro: a Reina encarna a Whitney Houston ali do jeito que pode e alcança a high note, mas eu achei a tentativa da Sunwoo muito melhor. Pareceu mais limpa, até lembrou a original. Achei que mereceu o posto de vocalista principal.

Depois disso, o programa não mostra mais muita coisa dessa parte de divisão de linhas, então pulamos pro episódio de hoje com a primeira avaliação dos jurados. Elas agradaram logo no começo por estarem super entrosadas com a música, mas é só chegar na Xingqiao que a Tiffany tem uma rápida mudança de expressão. Ela errou praticamente todos os passos e até esqueceu a letra, chegando a desistir no meio da apresentação. Segundo os jurados, isso foi inaceitável: tem que ir até o fim, nem que seja pra improvisar.
Com isso, a célula Xingqiao/Yeseo/Mashiro é escolhida como a pior entre os dois times de Fiesta, e isso causa um clima estranho entre elas. A Yeseo tá aos prantos depois de ver o painel e a Xingqiao, coitada, se sentindo uma merda lá no cantinho sem saber como agir, até porque ela foi escolhida a dedo pela Yeseo na reformulação das células. Não que isso signifique muita coisa também, mas pra ela pareceu ser uma honra fazer parte do time da pirralha líder das pirralhas. Todo esse acontecimento deu abertura pra edição construir um arco de superação pra Xingqiao, com ela acordando cedo pra treinar e decorar a letra da música (e a Mashiro emocionada com o empenho da gata).

Não foi a melhor das performances. Parece que faltou ritmo, muitas entraram atrasadas, atrapalharam outras e a música perdeu forma, mas tem garotas aqui que brilham individualmente e isso ajuda muito. Sei que o episódio fez o favor de levantar a moral da Xingqiao perante ao público (e levantou mesmo, os treinos ajudaram), mas a Mashiro reinou absoluta aqui. Comparando com a performance dela lá no primeiro episódio, a fofa soltou a língua e conseguiu cantar com uma pronúncia mais clara e, agora sim, eu consigo ouvir os vocais de verdade dela. Além disso, o que salvou essa apresentação como um todo foi o fato da Reina saber harmonizar muito bem e isso disfarçou uns vocais estragados que apareceram na música.
Time 2: Hsu Nientzu, Huening Bahiyyih, Shihona Sakamoto, Lin Shu Yun, Kim Yubin, Kyara Nakamura, Wang Qiuru, Suh Jimin, Miyu Ito

Essas daqui, coitadas, fadadas ao fracasso desde a montagem dos times da missão. Como eu comentei na semana passada, Huening Juliette fazia parte de uma das três células que ninguém quis escolher e aí a pobre chorou porque não esperava ficar em último e ninguém quis saber do cuscuz dela, etc. Elas formaram um time que já não tem muito futuro na competição, e o pior: cantando Fiesta, porque foi a única música que sobrou.
O papel de líder foi encubido a Yubin e a mulher sofreu mais que Jesus Cristo pra organizar esse time. Ninguém ali tinha bola pra se oferecer pra ser a vocalista principal, causando o desespero dela, até a Miyu dizer muito timidamente que queria tentar, seguida pela Qiuru. Dá até dó porque a edição tá forçando as comparações com o vozeirão que a Sunwoo soltou no outro time. Além disso, na entrevista individual, a Yubin fala “eu sei que elas vão se sair bem”; corta pra Miyu soltando uma low note mais baixa que aquele pum que você dá escondido em público. A Qiuru foi melhorzinha, mas sentiu que a voz ia quebrar e não conseguiu alcançar o tom também.

Isso foi o suficiente pra história do Time 2 girar em torno da seguinte pergunta: será que Miyu Ito vai conseguir superar suas limitações e soltar uma high note arrasadora? Daí entra o que eu disse lá pra cima. A Miyu treinou essa high note como se a vida dela dependesse disso, e com orientação das meninas do time, que tampouco sabem de técnica vocal, aquecimento de cordas vocais e etc. Eu também não sei, você provavelmente também não sabe, mas acho que é o mínimo necessário pra conseguir cantar nesse tom, né? Ela chega a acertar, mas não consegue parar de praticar essa maldita high note, até antes de dormir e durante o banho. E, não inesperadamente, a garganta dela racha.
Já no dia da apresentação, ela avisa que não sarou completamente; um claro recado pros jurados e pro público de casa não esperarem grandes coisas essa noite. E, bom, ela se esforçou mesmo calejada, mas não foi o suficiente pra soltar a tal da high note que todo mundo tava ansioso pra ouvir, só que o maior problema foi o trabalho em equipe. Acho que a falta de confiança de todo o time, até por terem sido as que sobraram, afetou a iniciativa de vocalistas como a Jimin ou a própria Yubin mesmo de tomarem a frente nessa parte. Até porque as duas performances estão no mesmo nível (ruim), foram detalhes e escolhas erradas que fizeram a diferença. Sobre a Bahiyyih… Ela melhorou, viu? Deve ter anotado as dicas dos jurados sobre carisma e ela até tem um timbre bonito, mas ainda achei muito blasé. Não vou dar meu crédito agora pra não acostumar mal.

Vencedor: Time 1
Favoritas no geral: Huang Xingqiao, Mashiro Sakamoto, Reina Kubo, Lee Sunwoo, Suh Jimin, Kim Yubin
O resultado foi justo? Como eu disse, as coisas aqui foram resolvidas nos detalhes. Faltou confiança de um lado e sobrou do outro, e isso gerou performances muito parecidas no sentido de erros, mas desde o começo a gente já sabia que o Time 2 não ia muito longe. Todo mundo ali parecia muito cru, inexperiente, e depois da high note fracassada da Miyu, elas ficaram instáveis. Acho que essa experiência pode servir de aprendizado pra algumas (tipo a própria Bahiyyih mesmo, ela consegue debutar em outro lugar só com o nome). Então, no geral, achei o resultado justo.
Oh My Girl – The Fifth Season
Time 1: Zhang Luofei, Kim Bora, Hana Hayase, Chang Ching, Ryu Sion, Hina Terasaki, Liang Jiao, Lee Hyewon, Manami Nagai

Eu confesso que nem gosto de The Fifth Season, mas é o tipo de música que agrada o coreano médio por ter aquela coisa etérea que quase parece um conto de fadas. No meio de tanto batidão (kawaii ou não), a Mnet precisava por uma dessas aqui como a cota da delicadeza do white aegyo. Na verdade, eu acho uma música bem difícil de se interpretar, fazendo morrer por terra todo o argumento de que girl crush supera esses números mais “femininos” e clássicos; The Fifth Season tem uma estrutura bem diferente das demais, até a Tiffany ressalta isso antes das apresentações, com high notes na linha tênue entre emocionante e exagerado, assim como o rap, que fica entre o sussurro e o falado. É aí que mora a pegadinha da coisa.
Lá no começo do episódio passado, tivemos a Bora eleita como líder do Time 1 em decisão unânime. Lembram quando eu comentei no último recap sobre as melhores líderes dessa missão? Pois é, aqui temos a sucessora da Seungeun, com uma carisma e empatia enormes com as demais integrantes. Pena que a edição cortou boa parte da interação desse grupo em prol daquelas briguinhas de ego que rolam entre todos os times (o arco de The Fifth Season foi bastante prejudicado aqui). A gente só tem conhecimento da ótima liderança da Bora no episódio de agora, como um vírus de alegria e positividade que faz com que os treinos rolem de uma forma mais fluída.

Mesmo com essa edição bizarra, deu pra perceber que a Bora sabe como lidar com pessoas, assim como a Seungeun, e ambas não são líderes dos seus grupos de origem, mas possuem uma personalidade bastante empática. Isso é notado pelos jurados, especialmente a Ayoung, que depositou sua confiança na Bora depois de vê-la coordenando o time tão bem e, principalmente, depois da high note que ela soltou na avaliação que deixou a velha em choque. Guardem essa informação porque eu vou usar mais pra frente nesse texto.
Não sei se isso é combinado pela produção ou se realmente acontece assim, mas o Time 1 mostrou o oposto na audição, deixando a Ayoung decepcionada com a sua nova musa Bora. Vários passos errados fizeram com que o grupo nem parecesse o mesmo que encantou todo mundo na avaliação, talvez numa tentativa de forçar algum arco de superação das meninas, mas, sei lá, não funcionou comigo não. Pra mim aquilo foi tão plantado que, já na apresentação oficial, elas arrasaram de novo, mas por algum motivo, a corna da Ayoung não ficou feliz com a high note da Bora. Ué? Pois foi muito mais limpa e natural do que a primeira lá do parágrafo de cima. Alguém apitou no ponto dela falando pra criticar a coitada e fazer ela chorar nos bastidores, mas saibam que eu vou acionar meus advogados por esse crime hediondo. No mais, outras meninas foram destaques positivos pra mim, porém eu odiei que a Hina transformou a parte falada da música em um rap. Perdeu todo o sentimentalismo da música!
Time 2: Cui Wenmeixiu, Lee Rayeon, Fuka Oki, Ho Szeching, Cho Haeun, Miyu Kanno, Liang Qiao, Joung Min, Fuko Hayashi

Diferente do outro, o Time 2 teve um começo meio conturbado, quase a mesma dinâmica do povo que cantou Fiesta. A Rayeon precisou implorar silenciosamente que alguém se oferecesse pro papel de líder, mas nenhuma ali tinha coragem de assumir uma posição tão difícil, então coube a ela aceitar o cargo. E, a partir daí, começa uma batalha interna entre não querer ser líder por achar que não consegue aguentar a pressão, e ceder às vontades das demais pra que ninguém sinta o que ela tá sentindo. Uma boa narrativa dramática, né?
Pois é, a estrela desse time foi a Rayeon e todos os percalços que ela passou até o dia da apresentação, começando com uma vaga lembrança sobre o erro que ela cometeu durante a performance de Whatta Man lá no segundo episódio e isso meio que funciona como uma espécie de fantasma. O fato de ver que a Bora seria sua “rival” também deixou a pobre no chão, e isso também foi alimentado pela edição, tanto que a primeira pergunta que fazem quando os grupos entram no palco é:

Dando uma pausa no dramalhão da Rayeon contra o mundo, é importante destacar que as gêmeas Liang estão competindo uma contra a outra pela primeira vez! Lembram que elas mencionaram que a única vez que se desgrudaram foi durante a quarentena (e mesmo assim não conseguiram cumprir o prazo, o terror da OMS)? Então, o programa não esquece desse detalhe e começa a rivalizar as chinesinhas bagaceiras mais queridas da blogosfera e eu já te digo quem venceu esse “combate”.
Voltando, o Time 2 não consegue acompanhar os ensinamentos da Rayeon e ela vai ficando cada vez mais frustrada por não expressar as ordens direito. Isso se reflete na avaliação, com diversos erros na letra e na coreografia, além dos vocais tenebrosos que a maioria ali apresentou. Foi o que bastou pra Rayeon se desfazer em lágrimas quando questionada sobre a responsabilidade que tem como líder dessas meninas. Não sei se precisava disso, até porque 1) isso quer dizer que, basicamente, não teve comunicação nenhuma no grupo, 2) isso nunca daria certo a partir do momento em que ela aceitou ser líder porque ninguém mais quis.

E, só provando como essas historinhas de superação dos dois times foram montagem da produção, o grupo fez uma apresentação insossa, completamente sem vida. Dava pra ver nos olhos de cada uma como elas queriam que aquilo acabasse logo, e isso prejudicou a performance quase que num gráfico descendente. A Rayeon realmente tomou as dores de assumir tantas responsabilidades e acabou falhando em quase tudo, a bicha não conseguiu segurar uma nota sem perder o ar. E sobre quem ganhou a batalha das gêmeas que a Mnet promoveu, a Qiao se apresentou de forma lindíssima, fazendo o que deveriam ter feito no outro time, que é trazer um rap menos afiado pra uma música desse porte.
Vencedor: Time 1
Favoritas no geral: Kim Bora, Manami Nagai, Zhang Luofei, Ryu Sion, Hana Hayase, Liang Qiao, Fuko Hayashi
O resultado foi justo? O resultado sim, mas a edição tentou montar uma narrativa extremamente forçada pra justificar a vitória. Não acho que o Time 1 tenha se saído mal na audição por qualquer outro motivo que não seja uma canetada da produção do programa, assim como eu acho que exageraram no papel de líder sofredora da Rayeon. Um time claramente foi superior ao outro e isso basta.
EBS (músicas de boygroups)

E chegamos às batalhas mais aguardadas da noite que valem o triplo de votos nas últimas 24 horas e eu to prontíssima pra despejar as minhas mais duras e afiadas críticas a essas escolhas do programa. O problema, minha gente, não é meter boygroup no negócio; nem que a gente mande uma bomba na Mnet eles vão desistir de fazer meninas performarem coisas masculinas. Existe aquele negócio da dualidade que eu sempre to falando aqui. Coreano gosta de dualidade porque é um povo comedido na maior parte do seu tempo, tendo o entretenimento como a única saída pra se soltar dessas amarras sociais que impõem a todo asiático do leste. O problema mesmo é pegar três músicas extremamente diferentes entre si, e não to nem falando de uma ser mais vocal, outra mais performática. São literalmente três músicas MUITO distintas, a ponto de nem conseguir avaliar direito. Como que eu vou comparar Mic Drop com The Eve, The Eve com Pretty U, Pretty U com Mic Drop… Tá entendendo?????
BTS – Mic Drop
Time: Wang Yale, An Jeongmin, Ayaka Fujimoto, Lin Chenhan, Han Dana, Yuna Kitajima, Liu Yuhan, Choi Hyerin, Rinka Arakate

Assim como o time da Juliette coreana, esse aqui tava o puro suco de tristeza e arrependimento por terem escolhido a música no calor do momento. O time acabou percebendo que Mic Drop é muito difícil pra elas aprenderem, mas na verdade, eu não acho a música em si tão complicada assim (até porque não precisa de muito pra isso aqui subir de ruim pra escutável). É só rap, com poucas partes cantadas, e que não serve pra definir quem é boa de verdade ou não. Seria bom ter alguém pra avisar porque todo mundo ali não tinha nem forças pra treinar a coreografia, o que resultou na pior apresentação da avaliação dos jurados.
Estranhamente, a edição cortou a parte em que o Hanbyul pergunta pra Yale se ela quer ir embora pra casa, dando a entender que o recado foi direcionado ao grupo todo. O que não deixou de ser constrangedor de assistir, tanto a performance em si quanto as críticas dos jurados. Foi um negócio ridículo de ver, nenhum verso da música completo, coreografias na base do improviso, algumas ali achando que era brincadeira. Ninguém quis ver até o final, deixando o clima parecia bem pesado. Elas tomaram a famosa surra de pau mole e nem direito de reclamar tinham porque, naquele dia, pegaram a Juhee de cu virado.

Enquanto elas se lamentavam na sala de prática, teve um momento muito natural (que até serviu como virada de chave pro grupo) da Jeongmin, onde ela toma as dores de todo mundo e começa a direcionar o que elas devem fazer dali pra frente. Foi quase uma passagem da faixa de líder porque, a partir desse ponto, o time começou a seguir as ordens dela e os treinos finalmente saíram da estaca zero. Parece que ela foi a única que absorveu as palavras dos jurados sobre pegarem tudo pra si e jogarem na performance, e daí ela foi repassando essa mesma energia pras demais. Lideranças boas vindas de lugares inusitados.
Não tem o que esperar de uma interpretação dessa música porque não tem muito pra onde inovar, você precisa contar mais com o carisma do que qualquer coisa pra obter sucesso. E, bom, nessa parte eu acho que elas se garantiram. A performance não foi lá essas coisas, mas acho injusto comparar todo mundo igualmente só porque Mic Drop é uma música medíocre. A conversa que a Jeongmin teve com o grupo e, subsequentemente, a transferência implícita de liderança ajudou as meninas a se enxergarem como uma unidade e elas deram tudo ali sabendo que possivelmente era a única chance que teriam, então isso acabou guiando meus parâmetros de julgamento.
E a Yale é uma gostosona.

Seventeen – Pretty U
Time: Yang Zige, Guinn Myah, Kotone Kamimoto, Liu Shiqi, Kim Yeeun, Ruan Ikema, Gu Yizhou, Lee Yunji, Yume Murakami

Durante um tempo, o Seventeen dominou o aegyo masculino, sendo Pretty U o ápice dessa fase. É uma música bem alegre, quase aquelas serenatas adolescentes de fim de filme, perdida da trilha sonora de High School Musical, onde o mocinho movimenta a cidade toda pra se declarar pro seu amor. Ela conta essa história nas entrelinhas, então precisa de muita energia pra levar a atuação até o fim e conseguir interpretar do jeito certo. Assim como foi com Yes or Yes, essa performance conseguiu me prender por inteiro, eu me diverti e me emocionei, quase como um filme mesmo.
Desde o começo, lá na divisão de linhas, o time se divertiu enquanto montava a performance e, mesmo que você não tenha gostado do resultado final, vai entender que isso fez a diferença. Enquanto discutiam quem ia ficar com o ponto-chave, todo mundo ali acaba entrando na brincadeira, esgotando o estoque de aegyo do corpo pra ver quem conseguia ser a mais fofa. Foi uma abordagem burra e algumas ficaram de saco cheio, mas valeu pelo entretenimento.

Daí rolou uma coisa inédita até então no programa. Durante a avaliação, os jurados acharam que a Myah chamou mais atenção que a Yunji, que foi escolhida como center, e a Sunmi sugeriu que elas pensassem sobre uma troca depois de ver a Myah apresentando o ponto-chave sozinha. Acho natural os jurados darem seus pitacos porque nem todo time tem alguém que já debutou ou é trainee a mais tempo pra dar dicas, então o resultado nem sempre sai do jeito esperado. Eu tava ficando preocupada com o fato dessas meninas estarem literalmente sozinhas, mas também não sei como outros times passaram reto nas suas formações. Tipo, deixaram a Sein passar como vocalista principal depois de quase afundar o time, como? (Eu sei como, mas queria plantar a semente da dúvida).
Bom, essa sugestão da Sunmi causou uma pequena discórdia no grupo, e talvez esse até fosse o objetivo, já que tava tudo muito alegre e colorido demais. De um lado, a Yunji se sentindo fracassada por não atender as supostas expectativas; do outro a Myah se enche de felicidade por ter sido reconhecida. O clima ficou esquisito depois da avaliação e pairou uma dúvida no ar enquanto eu assistia: a Mnet precisa aprender a disfarçar quando tem suas preferidas. Desde o começo, a Myah chama atenção por ser a mais nova das 99, por ser extremamente energética e por ter um fucking dente de leite. De algum jeito, ela me lembra a Somi… Será que vamos presenciar uma novinha chegando ao topo de um reality da Mnet de novo?

Você pode até achar que isso é uma performance do Criança Esperança ou um número qualquer das Chiquititas, mas eu tenho a sensação de que, mesmo que a apresentação tivesse erros grotescos, elas seriam as escolhidas (já dei o spoiler do texto, mas não é como se vocês não tivessem visto o episódio). Tudo aqui tá do jeitinho que a Coreia gosta, mesmo indo contra os modismos do kpop atual. É um bando de novinhas cantando sobre um amor escolar e elas fazem parecer fácil, mas nenhuma música do Seventeen é fácil. Me surpreendi com a voz de mel da Zige, a Yume melhorou muito desde a apresentação desastrosa de Fancy no primeiro episódio e o time como um todo brilhou por conta da troca de center. Como os jurados disseram, a Myah é tão alegre que isso explodiu e foi contagiando as demais. Até a Yunji, que ficou triste por ceder sua posição, acabou tendo seu momento de destaque, com um timbre muito mais suave do que antes.
EXO – The Eve
Time: Fu Yaning, Kim Suyeon, Shana Nonaka, Su Ruiqi, Jeong Jiyoon, Hikaru Ezaki, Xu Ruowei, You Dayeon, Rei Kamikura

Chegou o momento que todos estavam esperando: a bendita da apresentação de The Eve, cujo grupo tá cheio de meninas tidas como fortes e “impossíveis de derrotar” na competição. E não bastava ser um grupo forte, elas tinham que escolher uma música de boygroup pra tentar faturar o triplo de votos, e isso foi o que, de alguma forma, botou alguns times, mesmo fora da esfera de músicas de boygroups, pra baixo. Mas já diz aquele ditado, né? Quem vai com muita sede ao pote, se lambuza.
Esse é o mote do time The Eve: excessos, de todos os lados e formas. A partir do momento em que a Yaning se propôs a ser a líder do grupo por ser a mais velha (o que é bem comum na indústria coreana, se a gente for ver), a Dayeon se retraiu feito um porco-espinho, fornecendo material o suficiente pra edição fazer o que quisesse. E aí, meio que se formou um julgamento público, com um lado defendendo a Dayeon das “evil edits” que o programa vinha fazendo, e outro relembrando o passado racista da Yaning pra anular qualquer coisa que ela tenha feito de bom pelo time.
Como vocês bem viram, eu não gosto da Yaning. Mesmo. Excesso de confiança faz mal, e o tiro dela no dois primeiros episódios saiu pela culatra porque os jurados amaram a Yujin e deram a suposta vaga dela no top 9 pra sua “rival”. Só que, como chinesa, ela tá ali, buscando seu espaço em meio a tantas coreanas razoáveis, e se auto-declarar como líder e “unnie” deve ter tirado a Dayeon do eixo. Pois eu acho muito que bem, e me cancelem a vontade por “defender racista”, mas qualquer oportunidade que tenha de chinesas e japonesas botarem coreanas na chinela, eu apoio.

Então começaram as divisões de linhas, dramáááááticas. Como esperado, todas queriam ser center e, como a Dayeon não tem voz pra nada (ou não quis ter, aí fica a critério do telespectador), outras foram mostrando suas qualidades e a Yaning definindo quem se encaixaria melhor. Juro que eu não sei o que essa menina pensou escolhendo duas células MUITO fortes e com MUITA personalidade, sendo a sem sal que ela é. Lembram do que eu disse? Quem vai com muita sede ao pote, se lambuza. E o resultado foi que a Dayeon acabou com as partes da música que ela menos queria porque simplesmente não se destacou em nada. É frustrante, mas acontece.

E a edição não deixou barato o drama da Dayeon, parecia um episódio do Você Decide (quem for da época, vai sacar a referência). Jurados sátiros que perguntam de propósito se todas conseguiram pegar as partes que queriam, debochando da montagem do time e da estratégia da pobre da Dayeon, evil edits pra dar e vender! (Contém ironia). Mas ficou muito na cara que nada nesse grupo funcionava, e a culpa era de todo mundo porque ninguém naquela porra queria dar o braço a torcer. Uma apresentação beirando o ridículo, quase uma batalha de lip sync da RuPaul, ficou realmente muito desconfortável de assistir.
Elas acabaram redistribuindo as partes no fim das contas, mas com muita resistência. Imagina se a Ruiqi, quarta no top 9 do programa até o momento, ia se rebaixar por conta de uma coreana mimada que não conseguiu cantar o que queria? Acontece que todas tiveram que abaixar a cabeça e pensar em prol do time, pra não apresentarem uma unit de solistas sem sinergia nenhuma. O erro foi geral, geral mesmo. Mas a Dayeon também sabia que, chorando, ela conseguiria as coisas, nem que fosse um arco dedicado a ela.

Mesmo assim, a performance final foi bem problemática. Primeiro que subiram a música, pelo menos, em um tom e meio, e eu não gostei. Não fizeram isso com as outras, por que fizeram com essa? Mixagem horrível, parece que a música tá acelerada, como se fosse pra encaixar os vocais mais fácil, me deixou muito incomodada. É como se a atmosfera misteriosa de The Eve tivesse ido embora. Fora isso, não achei que elas se comportaram como um time. Ainda dá pra ver resquícios de brigas de ego, cada uma interpretando do seu jeito, exagerando nas expressões (o que nem precisa, The Eve é uma música bem forte). Shana se tornou a nova musa da Ayoung, mas nem achei a menina tudo isso, talvez porque ela tenha cantado os mesmos versos TRÊS VEZES do MESMO JEITO. Não teve variação de vocal pra ninguém ali, inclusive. Performance triste, cansada, quase tão sem humor quanto a Hikaru cantando essa merda.
Vencedor: Time Pretty U
Favoritas no geral: Wang Yale, An Jeongmin, Han Dana, Yang Zige, Liu Shiqi, Yume Murakami, Lee Yunji, Guinn Myah, Jeong Jiyoon, Xu Ruowei, Kim Suyeon
O resultado foi justo? Como eu expliquei mais pra cima, não tem como julgar se foi justo ou não. A curadoria das músicas foi horrível. Vou dizer mais ou menos como eu remontaria essas performances: seriam os mesmos boygroups e eu manteria Pretty U como base pra escolher as outras. Talvez Boy With Love ou Dynamite representando o BTS, e Power representando o EXO, porque são músicas mais ou menos com a mesma vibe de Pretty U e, aí sim, ficaria mais fácil pra definir com exatidão se eu gostei do resultado. Mas, levando em consideração o trabalho de equipe e a comunicação positiva, eu achei justo.

Terminamos a Connect Mission aqui, com cinco grupos vencedores que tiveram seus bônus de votação nas últimas 24 horas (isso foi no dia 28). Como representante do programa no MCountdown, o Time 1 de Yes or Yes levou a melhor e eu gostei da escolha, talvez a disputa estivesse entre elas e as garotas que apresentaram Pretty U, mas acho que elas aprenderam uma lição sobre escolher bem suas parceiras de time pras próximas missões. Inclusive, no próximo episódio, parece que vamos ter uma prova de sobrevivência e definir quem são as 54 participantes que passam pra próxima etapa. Será que alguma do meu ranking se dá bem?

Realmente, teve vários pontos que concordamos (ri muito em umas partes inclusive kkkkk)
Não pensei na Dayeon ter exagerado DE PROPÓSITO só pra conseguir mais screentime (faz bastante sentido) e nem percebi que a Yanning falou “unnie” (essa cena foi épica DEMAIS kk). Mas do rolê da Sein, eu realmente não faço ideia… Seria pra afundar mesmo o grupo? Ou tem aquele rolê de ela ser coreana e a líder chinesa? A semente da dúvida foi bem plantada aqui kk
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te juro que o role da sein foi pra botar a ziyin como líder incompetente, até por aquela fala dela sobre não saber o que fazer ou como repreender a menina. inclusive, se a gente for ver, quantas não-coreanas foram líder dos seus grupos? duas chinesas e uma japonesa pra 11 times……
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“mas pra isso ela precisa passar pela barreira de grito sônica da Reina, que também se candidata. Isso aqui é literalmente competição de berro ” Siiim kkkkkkkkkkkkkkkk As notas feias e as duas gritando sem parar.
Adorei o texto.
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eu amo a reina, mas às vezes a bicha só grita (acho que é por isso que eu gosto tanto, eu vivo falando e rindo altíssimo)
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Impressionante como a cada novo episódio surgem mais polêmicas das competidoras… tanto dentro como fora do programa. Não duvido que o grupo que for formado no final do GP999 já vai debutar cancelado (mas vai vender muito mesmo assim porque é da Mnet).
Só sei que achei sacanagem colocar as gêmeas pra baterem de frente ainda na primeira fase do programa, indicando que pelo menos uma delas vai rodar já no próximo episódio. Tudo bem que nenhuma delas tem mesmo muita chance de debutar no grupo final e a que “sobreviver” a essa primeira eliminação deve rodar na próxima, mas ainda assim é injusto.
Por outro lado, um ponto legal é que os primeiros episódios mostravam as competidoras coreanas em clara vantagem em relação às chinesas e japonesas, mas agora parece que o reconhecimento está se distribuindo melhor, inclusive nas votações do público. Ainda acho muito improvável que o grupo final tenha um número igualitário de integrantes de cada país, mas pelo menos parece que a distribuição não deve ser tão desigual como foi com o IZ*ONE (se bem que até o final isso ainda pode mudar).
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não sei se o plot das líderes seria o suficiente, então já aproveitaram e miraram nas chinesas como história secundária. mas falando sério, a qiao se daria muito bem se ela estivesse no time da bora (só por ter ganho mesmo), acho que ela iria seguir por mais alguns episódios e vingar a irmã
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a apresentação de the eve foi a personificação da frase “o trabalho é em grupo mas a nota é individual”
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Uma pena; se elas tivessem se preocupado em trabalhar em equipe, provavelmente o resultado teria sido impecável. Não adianta qualquer competidora querer brilhar sozinha quando o objetivo da disputa é exatamente entrar em um GRUPO…
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