Depois de vagar feito um fantasma vítima da música retrô nos corredores da JYP, a Yubin tem lançado suas músicas em uma gravadora própria, a RRR Entertainment. E, sinceramente, se não fosse por yaya no ano passado, eu teria achado que ela largou a carreira de cantora pra virar empresária.

Pois bem, foi então que começaram a surgir algumas fotos do novo comeback dela, que se chamaria Perfume; tudo muito elegante, poderoso, femme fatale e tal, e aí eu fui ouvir.

Eu não consigo entender o tamanho do magnetismo dessa música, porque tudo nela é tão brega e bagunçado, e ainda assim eu quero ouvir mais, sabe? É daqueles tipos que eu odiaria admitir que eu escuto, mas que, no final, eu acabo contribuindo com metade das views.

Perfume é retrô, e eu já esperava por isso; a Yubin é especialista nesse gênero. Pra quem já lançou Thank You Sooo Much e a atemporal Lady, o ano de 2020 pra nossa ex garota maravilhosa foi até que mixuruca. Todo mundo esperava a mão pesada no sintetizador e recebeu reggae e baladinhas.

E enquanto a Yubin dança em um cenário feito de papel crepom e flores de cemitério, tirados do orçamento de 30 reais da empresa, o MV trata de fazer perfume de macho morto cozinhando em banho-maria, o que poderia facilmente ser vendido pra bancar os novos comebacks, né?

Eu gosto dessa dualidade das ex Wonder Girls. Mesmo apostando no mesmo estilo, a Sunmi já tem um estilo consolidado que muitos coreanos chamam de “Sunmi music”, aquela música retrô estranha, meio indie, meio dark. Já a Yubin sempre serviu bons drinks de batidão de rampeira acessível, aquela que compra perfume em bandejinha de isopor. Eu gosto é disso.

A música é meio polêmica pra mim, eu ainda preciso entender se eu gostei ou não. Por enquanto, sigo estranhando os vocais horrorosos da Yubin enquanto me delicio com esse lançamento com cheirinho de colônia Charisma e Hollywood vermelho.