Antes de começar esse post, fui dar uma olhada nos agostos passados (pelo blog do Dougie, óbvio) e eu amo que é um mês sempre muito incerto. Durante os anos mais graves da pandemia, surgiram vários clássicos e também as maiores atrocidades que um ser humano já produziu, além da DJ (e agora pensionista do dormitório da SM) mais querida da comunidade fazer uma das trends mais engraçadas que ninguém nunca viu. Em 2019, a treta dos mamilos da Goo Hye-sun era o assunto do momento, enquanto que no ano passado gerações completamente diferentes se enfrentavam em seus debuts e comebacks. Dessa vez, agosto começou divo.

De maneira bem inesperada, duas coisas importantes aconteceram pra que o mês se iniciasse tão forte. A primeira foi a ascensão da Eunbi como uma potencial mãe de gays, servindo performances astronômicas e seios fartos por cima de um casaquinho no último Waterbomb (não vou mentir, tive pensamentos bem molhados com isso; no pun intended). E segundo, o tão aguardado redebut das garotas corajosas depois de chutar o cuzão do Brave Brothers, dessa vez como BBGIRLS. E se nos últimos meses pós-viral, com a promessa de uma bolsa Chanel não cumprida e o orçamento lá na casa do caralho elas já entregavam muito, a gente podia esperar uma explosão atômica com esse retorno. 

E já que estamos falando delas, já trato logo de dizer que eu estou completamente obcecada com One More Time. Apesar das próprias já terem servido coisas parecidas na época do Brave Girls, com essa aura mais sexy e melancólica ao mesmo tempo, como em Deepened por exemplo, parece que essa reestreia, com esse nome, tem muito simbolismo. Com o sample de Give It To Me Baby, do Rick James (que deve ter sido caro, viu), One More Time bota uma lápide no passado de labuta sofrida do Brave Girls e ordena que elas descansem em paetê (RIP) pra inaugurar uma nova era de lacres, mais ou menos o que a disco music em si fez lá nos final dos anos 60. E, bom, se a discoteca era um símbolo de liberdade, então por que esse retorno não pode muito bem representar o livramento dessas coitadas da masmorra do Brave Brothers? 

Acho que One More Time é um ótimo recomeço porque reúne tudo que elas sempre fizeram muito bem numa nova embalagem mais madura, que é o BBGIRLS. Não sei quanta liberdade a Warner Korea oferece, mas pelo menos até aqui, é possível ver que existe uma preocupação em levar essas quatro a sério. O legado do Brave Brothers na indústria é inegável, mas a partir de uma nova perspectiva fica ainda mais claro que ele toma sempre as piores escolhas. O quanto o BBGIRLS brilha em cima dessa produção simples é brincadeira, um ótimo exemplar de uma faixa perdida do disco DISCO, da Kylie. Parece que finalmente encontraram o rumo e, se tudo der certo, teremos mais homossexualidades feito essa.

Agora a Eunbi continua trilhando seu caminho pra se tornar a definitiva e suprema mãe de todas as minorias do planeta e, cada vez mais, aquela estreia parece fora do lugar. Eu acredito que Glitch tenha sido a porta de entrada pra investirem nesse estilo com ela, mas o fato dela mesma carregar muito bem a imagem ajuda. The Flash é mais um acerto da Eunbi, o que não necessariamente significa um grande hit ou números consisos, mas por enquanto a Woolim vem segurando a barra de fazer com que ela seja mesmo essa figura alternativa de boates e eventos duvidosos (porém deliciosos) na Coreia do Sul. 

Gosto do fato de tentarem replicar a sonoridade dos singles mais hecatômbicos da Chungha, principalmente Stay Tonight, só que de uma forma menos sombria e mais encorpada, com a energia sendo direcionada pra outro lugar; house já é uma coisa que a Eunbi tem insistido em alguns lançamentos. Não emplaca, mas emociona porque, apesar da Woolim ter dado cinco reais e um galpão pra ela se virar, The Flash ainda soa bonita e elegante aos ouvidos. É aquele tipo de música que não precisa prometer muito, basta ser boa de dançar e fazer você se sentir a menina mais branquela do momento. Mesmo sendo nada demais, The Flash ecoa redondo como o melhor single da carreira já bastante barulhenta da Eunbi até o momento. Estamos em boas mãos, irmãs. 

Vocês sabiam que agora eu vendo minhas artes? Lá na Colab55 tem algumas opções de produtos com estampas que eu fiz e você pode comprar pra ajudar essa pobre coitada que escreve o blog.

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