Se você está pensando que esse é mais um quadro onde eu estreio empolgada e, ao longo dos dias, é como se eu nunca tivesse criado uma porcaria assim na vida, saiba que você está absolutamente certo! E, dessa vez, me senti embalada pelo empenho dos meus amigos de blogosfera com pautas semelhantes, tipo o Dougie com o Review Retrô, e o Lunei e o Gui com seus respectivos Time Machine, e resolvi criar algo aqui pro blog, que eu batizei de DJ Put It Back On, uma clara homenagem ao gancho icônico da Tiffany em Genie que, enfim, só reforça que eu sou uma sone encubada. 

Pra estreia, resolvi abordar uma música que é um pouco polêmica e, pros meus padrões, injustiçada. Em plena pandemia, com as agendas do kpop se atropelando em adiamentos e todo aquele caos que as medidas de saúde proporcionaram (quer dizer, eu acho que foi assim porque eu meio que abandonei o kpop por uns meses até surgir a ideia de fazer um canal no Youtube, que depois virou o AYO GG e o resto é história), o TWICE vinha naquela crescente incrível de amadurecimento às custas do E-girls, com Fancy e Feel Special expandindo o nível de popularidade do grupo pra outros patamares, e todo mundo queria saber o que elas trariam como follow-up pra dois grandes clássicos contemporâneos. 

E aí veio More & More.

A ideia de criar esse quadro só pra falar de More & More foi, além do recém aniversário de 3 anos de lançamento, as opiniões controversas que giram em torno dessa música. Como eu meio que me desliguei do kpop durante essa época e só ouvi More & More mais pro final do ano, acabei perdendo em primeira mão os comentários dos grandes blogueiros desse nosso Brasil, bem como o restante da galera, e fiquei chocada quando descobri que todo mundo tinha odiado. Principalmente porque, ainda em 2020, elas soltaram a hecatômbica I Can’t Stop Me, um dos maiores ícones da onda retrô que invadiu o kpop naquele ano. 

Mas eu acho que More & More tem o seu valor. É uma quebra de expectativa depois das sucessivas surras de cabelo que elas vinham dando desde Fancy? Sim. É um tropical house manjado pra um mês que inaugura o verão coreano, como se não tivessem feito isso em todos os verões anteriores? Sim. E, mesmo assim, é uma música de excelência dentro do catálogo do TWICE, adicionando força nesses quatro lançamentos de 2019-2020 que, muito provavelmente, são os melhores anos do grupo. Talvez seja o menos relevante ou o menos lembrado num geral, mas ruim? Ah não, isso não é mesmo. 

Eu amo a construção da faixa, como ela vai colocando tijolo por tijolo até se arrebentar por inteira no refrão frenético empanturrado das drogas mais pesadas, e como isso é ilustrado pelo MV, que vai se tornando cada vez mais psicodélico como uma música dos Beatles na sua fase mais hiponga. O tropical house sai da sua própria casca enfadonha que o kpop moldou ao longo dos anos pra esse tipo de gênero, soando mais misterioso e provocante que o normal, e casando com a narrativa de Jardim do Éden e toda aquela história de mocinhas virgens vivenciando o coming of age ao comer a maçã oferecida pela serpente. Um clássico.

More & More só existe do jeito que é porque, em algum momento de 2019, resolveram virar a chave do TWICE da forma mais caótica possível. Pelo menos eu enxergo Fancy muito como uma forma de experimentar essa resposta do público, principalmente o internacional, jogando com um pop mais… Democrático, eu diria. E como a reação foi muito boa, teve o espaço pra ousar ainda mais, inclusive abrir espaço pra se permitir lançar algo digno de notas negativas. Foi com More & More que o TWICE atingiu aquele ponto onde grupos de kpop passam a ser vistos como veteranos respeitados, que ainda seguem trends, mas que são consolidados de tal forma que os charts já não tem tanto peso assim pra acrescentar na popularidade. Papinho de fã, eu sei, mas é um marco importante na história das divas ter aquela faixa “estranha” e “controversa” que sempre arranca uma discussão na fanbase. 

Vocês sabiam que agora eu vendo minhas artes? Lá na Colab55 tem algumas opções de produtos com estampas que eu fiz e você pode comprar pra ajudar essa pobre coitada que escreve o blog.

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