Como dizem os jovens, Heize e IVE foram verdadeiras MÃES e emocionaram demais com pedaços perfeitos de pop music

Os tempos sombrios de depressão parecem ter chegado ao fim e, depois de pegar na labuta o dia todo ontem, arranjei uns minutinhos pra ouvir o que tem saído no pop asiático nessas duas primeiras semanas de abril. E, olha… Senti minha alma sendo purificada aos poucos. Esse mês, de longe, é o melhor do ano até o momento, não só em questão de lançamentos recentes como também em anúncios, como por exemplo o tão aguardado primeiro full álbum do LE SSERAFIM. 

Falando nisso, sabe quem lançou um full também? O IVE, que não só parou com essa capenguice de ficar de singlezinho, como já pulou todas as etapas e meteu logo onze faixas inéditas na cara das gays e mulheres simpatizantes que vivem por uma música babilônica e de fácil, ahm… Gostabilidade? E não satisfeito, abril também trouxe um número para as irmãs mais alternativas da fanbase com a Heize servindo delícias. 

Posso estar desmerecendo tudo que a Heize já fez até hoje? Sim, mas, nossa, como eu amo essa nova personalidade musical. VingleVingle nem é a faixa mais elaborada da carreira dela, e talvez até seja um fracasso nos charts coreanos, nem de longe fazendo jus ao legado de rapper indie e cantora de baladas emotivas que ela construiu, mas ver a Heize tropeçando pelos cantos e tirando sarro de si mesma como pessoa pública é a melhor coisa que ela lançou até hoje. 

Produzida pelo R.Tee, que deu pra falecida Anda uma das maiores faixas nugu da década passada, VingleVingle soa como uma ideia chata impossível de dar certo. Mas dá, e muito. Em alguns momentos, ela até se funde com uma música de karaokê num domingo à tarde, com aquela melancolia de um boteco de bairro frequentado só por velhos bêbados, até que o refrão pop luxuoso toma conta, deixando o ambiente com uma energia cataclísmica de boate. E são esses extremos absurdos que deixam VingleVingle contraditoriamente simples. 

Não podia deixar de mencionar a ideia por trás desse MV que não funciona de jeito nenhum no computador, mas pelo celular ele é quase uma quebra da quarta parede. Logo no começo, instruções em coreano explicam que, em momentos-chave, vai aparecer um contador na tela pra virar o celular em 90 graus e, a partir daí, é como se nós estivéssemos a Heize que conhecemos pelas telas à distância, e a Heize que passa a impressão de não querer ser conhecida. É uma proposta interessante, mas eu sei que a música rouba a cena.

Agora, quem me emocionou de verdade foi o IVE. Ouvindo pela primeira vez, eu tive vontade de chorar. Com o MV então, meu olho deu uma lacrimejada. Faz um tempo que eu não me sinto assim simplesmente por gostar de algo logo de primeira, mas I Am abriu espaço pra uma reflexão inesperada sobre música fácil, aquelas com as quais a gente se identifica de primeira sem necessariamente explorar muito os motivos que nos levaram até essa conclusão. 

Na verdade, eu até consigo imaginar alguns fatores, sendo o principal deles o pré-refrão, que vai escalonando de uma forma louca nas notas e tomando o oxigênio ao redor; quando o refrão de fato começa, a Yujin deixa a música lá no alto com um agudo quase estridente que a gente não tá acostumado a ouvir, seja dela mesma ou de músicas em geral no kpop. Os vocais são algo à parte em I Am. São todos muito bem sustentados e dá gosto de ver como elas não economizaram em todas essas vozes de cabeça e high notes deliciosas. Fora toda essa ferocidade em arrancar algo memorável do comeback. I Am tem uma melodia grandiosa que parece que vai engolir a gente a qualquer momento, como se crescesse dentro de cada um a vontade de cometer uma loucura, tipo, sei lá…

MULHEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEER

Logo depois que Love Dive saiu, meu medo era saber como elas manteriam o nível ou até se atreveriam a ultrapassar o que tinham feito dali pra frente, mas parece que o grupo se arranjou bem nessa de ser o rosto do pop atual, ditando regras musicais pros próximos meses sem parecer algo tão esforçado. O que, na realidade, é sim fruto de muita coragem em apostar em algo que soe como uma apresentação do Eurovision numa década onde o sofisticado demais parecia… Mal feito. Encabeçar essa nova onda de pérolas do pop que são “gostáveis” à primeira vista me parece o nicho perfeito pro IVE se meter, então eu não reclamaria de mais umas dez dessas pelo resto dos anos de contrato. 

Vocês sabiam que agora eu vendo minhas artes? Lá na Colab55 tem algumas opções de produtos com estampas que eu fiz e você pode comprar pra ajudar essa pobre coitada que escreve o blog.

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3 comentários

  1. adoro o jeito como a wonyoung serviu mesmo num shot tão aleatório que é ela pulando de um avião voando sem motivo aparente e sem equipamento de segurança

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