As músicas mais pau mole de 2022

Chegou aquele momento. Depois de listar cem músicas que me acompanharam durante o ano e pelas quais eu guardo muito carinho até enjoar e esquecer completamente da existência, é chegada a hora de separar aquelas atrocidades humanitárias que, por algum motivo, não foram consideradas crimes hediondos. Em 2022, o que foi bom, foi muito bom, mas o que foi ruim… Foi terrível. E, bom, a minha pré-seleção foi tão grande que algumas coisas precisam ser citadas a parte pra vocês saberem que elas foram lembradas. 

Nas menções desonrosas, temos: o debut da Chaeyeon e do CLASS:y, o sonífero que foi aquele MAMAMOO+, Sunmi fazendo a sua primeira música ruim da história, o retorno do EXID que adicionou mais 50 crimes na constituição, VIVIZ e Jo Yuri com dois exemplares sobre amores sem graça, a JAMIE que virou a própria piada depois de um deboche brilhante, YooA meghantrainorizada, essa demo fedendo a mofo que deram pra Miyeon, Jessi sendo a animadora de festa de sempre, a irrelevância da Cube nessa nova geração com o LIGHTSUM, o FAKY ganhando uma coletânea que chamam de primeiro álbum por algum motivo, a existência do SKE48, o glowdown do Secret Number e do Sakurazaka46, o Purple Kiss indo pelo ralo e o aespa

10. Oh My Girl – Real Love

Que o Oh My Girl mudou muito de uns anos pra cá a gente já sabe. Aliás, problema nenhum com mudanças de sonoridade depois de um tempo, nada contra tentar coisas novas. O que me incomoda no grupo hoje em dia é a preguiça disfarçada de identidade musical. A WM insiste num negócio que funcionou muito bem na primeira vez, mais ou menos na segunda e, agora, já soa meio cansativo, que é o caso de Real Love. Mandando a real (heh) logo: a música é morta. Não tem sabor, não tem tempero, parece uma hóstia. Esse template disco-pop bonitinho vai ficando cada vez mais genérico nas mãos delas, não à toa o grupo perdeu a popularidade conquistada no Queendom em 2019 (os fãs insistem que não, mas é só comparar os números). Se o Oh My Girl não acordar de vez no próximo comeback, eu largo. 

09. Tudo que o XG fez até agora

Vou ser bem sincera: não entendi o furdúncio em cima do XG. Sério mesmo. Eu tentei em Tippy Toes e não consegui, tentei aqui em Mascara e não consegui. E eu reconheço os bons elementos em cada uma das músicas que elas lançaram, tipo esses versos cantados em Mascara. São muito bons, os vocais são uma delícia, mas o grupo insiste em botar em evidência as duas esquiletes e mais um monte de instrumentais que criam essa estrutura barata e que qualquer, repito, QUALQUER grupo de kpop com mais de 50 reais no bolso usa. Acho que elas começaram bem em Tippy Toes e a avex num geral tá investindo, mas eu tentaria um novo caminho em 2023, abraçaria novas influências, veria o que produtores diferentes tão fazendo por aí. O grupo parece ser bem versátil, seria um desperdício não tentar.

08. ITZY – Sneakers

Surpreendentemente, o ano do ITZY não foi tão ruim quanto eu esperava. Não sei se isso é bom ou se o JYP simplesmente não se importa mais (não que ele tenha se importado um dia), mas eu até me sinto bem dando um sossego pras queridas. Pena que, em julho, elas ainda tiveram a pachorra de lançar Sneakers, que, assim… É de dar dó. Não aguento mais essa personalidade diferentona do grupo, me dá vergonha alheia, dor física, coceira, sei lá. O verso call me crazy call me trouble or you can call me weirdo faz meu corpo convalescer. Eu olho pra Yuna e só penso na Somi no lugar dela. Olho pra Chaeryeong e me pergunto “por quê?”. Sneakers é triste de tão ruim, faz a volta e eu rio de nervoso. Sério que o diferencial delas é usar tênis e vestido? Uau, feliz 2008. 

07. A concepção do Kep1er

O Girls Planet 999 foi uma doença e já tão querendo transformar em epidemia com o futuro Boys Planet. Enquanto isso, o Kep1er tá por aí… Vivendo. Entrando na segunda temporada do Queendom como se ninguém fosse perceber, essas coisas. O problema do Kep1er é que ele parece ter sido montado no improviso. Na verdade, meio que foi assim, né? Depois de anos de falcatruas, a Mnet decidiu dar poder ao povo e percebeu que o povo não sabe o que fazer com o poder, assim como eles não sabem o que fazer com cerca de meia dúzia de meninas inúteis e agora precisam lidar com um grupo com energia de nugu. Diz aí nos comentários se você já viu a Mashiro fazer alguma coisa nas músicas, se acha que a Hikaru tá sendo bem aproveitada, se a Bahiyyih e a Xiaoting tão servindo alguma coisa além de beleza, se a Chaehyun foi uma boa escolha pra center. Vocês sabem que não. 

06. Red Velvet – Birthday (EP)

Olha só o Red Velvet batendo cartão de novo nessa lista. E, dessa vez, me parece ainda mais contraditório porque no começo do ano elas mandaram muito bem com o EP Feel My Rhythm. O que rolou em Birthday então? O Sooman perdeu a empresa num carteado em Cebu e ofereceu o Red Velvet como garantia? Porra, que comeback ruim. E o pior: nenhuma faixa do EP se salva, algo que NUNCA aconteceu na história do grupo. Não, Aninha kpopper, nem aquela que a Wendy tá tentando emplacar no Tiktok fingindo ser uma mulher que se chama Shaniqua e mora no Harlem. Se for pra ter que encarar essas dívidas de jogo, eu prefiro que o Red Velvet volte uma vez por ano com algo que preste. E, de preferência, deixem o ReVe Festival morrer em paz.

05. Blackpink – Pink Venom

Colocar o Blackpink numa lista de piores do ano é como chutar cachorro morto. A gente sabe que o grupo tá no piloto automático e os fãs ou idolatram qualquer troço que elas lançarem, ou botam a culpa na YG. Mas por que eu escolhi Pink Venom em específico? É que, com Shut Down, elas tiveram 1 un (uma unidade) de reação, o que fez com que a música soasse MINIMAMENTE interessante, ainda que a execução não tenha sido boa. Mas houve uma intenção ali, sabe? Teve um sopro de vida, alguém botou um WD-40 no maquinário enferrujado. Agora Pink Venom é pura automatização. São os mesmos cenários, a mesma estrutura, os mesmos versos, a mesma atitude, tudo junto com outro nome. Elas não querem mais fazer isso, o Blackpink não tem mais liga pra ser um grupo, isso tudo é um pedido de socorro. Libertem elas, pelo amor de Deus.

04. Weeekly – Ven para

O que não parece tão digno de pena quanto um grupo mudar sua imagem por completo pra tentar ser o Everglow em 2022. O Everglow em 2022, mona, sério? Tudo bem que o comeback antes desse não deve ter sido lá aquelas coisas em questão de popularidade, mas precisava disso aqui, Weeekly? Quer dizer, vocês saíram de T@g Me pra esse negócio deplorável? Parece surreal, tipo, se um grupo não dá o retorno esperado uma única vez, já é motivo pra reformular o conceito. Não existe outra chance, não existe o ato de revisar o que deu errado, não existe UMA PESSOA do time musical pra fazer uma reunião; é só chamar um cara que cobra baratinho pra produzir e tá pronto o “amadurecimento”. Que papelão, sinceramente. Foi uma das minhas maiores decepções desde o rebrand do NeonPunch.

03. Lapillus – Hit Ya!

Essa daqui me deixa depressiva. Sabe quando uma coisa é tão ruim que você perde as forças? Tipo uma kryptonita, só que em vez de ser um mineral que você chega perto e enfraquece, é uma das músicas mais horríveis que seu fones já ousaram a reproduzir. Sabemos que o Lapillus é nugu, e não tem nada de ruim nisso. Mas parece que uma grande porção desses grupos menores perderam a graça. Acho que as empresas devem propor um grande hit or miss: se der certo, beleza, vamos assinar a carteira de trabalho; se não der, paciência, tem uma rodoviária aqui perto. A Shana Nonaka, coitada… Tinha tudo pra brilhar num grupo mais bubbly, mas acabou sofrendo bichectomia e foi obrigada a performar uma ameaça nuclear chamada Hit Ya!  

02. NMIXX – O.O

Disclaimer curioso: eu gosto do NMIXX. Gosto de todas elas individualmente e juntas, talvez seja a primeira vez que a JYPE acertou na formação de um grupo desde a manobra inacreditável que fizeram no SIXTEEN pra colocar a Momo na disputa de novo. A Lily tem um [pausa pra pegar ar] PUTA vocal. Essa garota brinca de cantar ao mesmo tempo que dá aula pra outras aí que usam playback na cara de pau mesmo sentadas. As notas saem das cordas vocais dela sem o mínimo esforço, e eu acho muito engraçado que ela consegue moldar a própria voz de acordo com o que a música pede, além de ser carismática e meme material. Por que elas tão aqui, então? Por culpa de alguém que quer impedir o sucesso que elas poderiam ter dando demos ofensivas de tão ruins. Não queria ter que ouvir O.O de novo porque eu tenho flashbacks de guerra e… Continua tão horrível quanto na estreia. Mas sabem o que é pior que ser um grupo novo boicotado pela própria com músicas péssimas?

01. GOT the beat – Step Back

Isso. ISSO é pior do que todas essas atrocidades que eu listei até agora, e eu abomino quem teve a coragem de definir essa música como uma das melhores, não importa a posição. Vocês criem vergonha na cara! Caralho, como isso daqui é horripilante. 2022 mal tinha começado e jogaram uma sacola de merda na minha porta. Nada ajuda Step Back a ser menos ruim. Formação péssima onde nenhuma delas tem entrosamento. Os primeiros segundos são como eu imagino alguém sendo recebido nos portões do inferno, mas tudo bem, às vezes o que vem pela frente compensa. MAS NÃO COMPENSA. BoA, a senhora sabe que eu te admiro e respeito, só que, mulher!!!! Quem te maltratou assim pra você produzir uma coisa tão horrenda? E a cereja do bolo é a letra que eu nem vou entrar no mérito de ser ou não misógina, mas ela é tão, TÃO ridícula, do nível daquele vídeo da irmã lá cantando “pode olhar, desejar, só não se atreva a tocar porque o marido é meu, ele é homem de Deus e a varoa dele sou eu”. Eu fiquei e ainda fico constrangida quando alguém faz o favor de repostar essa música em alguma rede social, e tudo que eu sei sobre o GOT the beat é contra a minha vontade. Só esperando a medida provisória do governo federal pra proibir o comeback delas. 

Acompanhe o AYO GG nas redes sociais:

Facebook | Twitter | Youtube

Se você gosta muito do AYO GG e quiser transferir uns trocados pelo Pix, utilize a chave rafaellasolla@hotmail.com.

Publicidade

5 comentários

  1. “A primeira posição não precisa ser necessariamente daquele lançamento que me acompanhou por dez, doze meses, e sim aquela que mudou trajetórias, sejam por conta de momentos importantes ou por ser só boa mesmo.”

    Tantos hinos desperdiçados numa única pauta, não soube aproveitar os hinos que a Terra nos dá

    Curtido por 1 pessoa

Deixe um comentário

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s