Esse é, provavelmente, o último post do blog esse ano antes de começar a escrever e publicar o ranking das 100 melhores em sete partes. Na minha cabeça, eu pretendo iniciar amanhã pra fechar tudo no dia 30, que é o aniversário de dois anos do blog, e também me livro de estender pra janeiro porque já tem comeback marcado e as postagens vão ficar bagunçadas. Mas eu sei que não vou cumprir isso, assim como não cumpri no ano passado (tudo bem que eu fiquei bem doente e tal).
Enfim, como já virou tradição por aqui, ao longo dos meses, eu vou catando recomendações fora da bolha Coreia-Japão e ouço pra ver o que me agrada mais. Diferente de 2021, eu tenho algumas artistas que já fico de olho pra ver se tem coisa nova, mas ainda assim elas não entram nas postagens normais do blog porque 1) eu conheço pouquíssima coisa e 2) já não tenho nem tempo pra escrever sobre os que eu acompanho normalmente. Por esses motivos, eu junto as dez melhores pra comentar de uma vez, e se você quiser ler o do ano passado, é só clicar aqui. Quem sabe eu, sem querer, não recomendo algo pra você também.
10. DREAMGIRLS – Silverstar (Indonésia)

Pra começar, temos um pop retrô bem açucarado direto da Indonésia. E, bom, eu me surpreendi positivamente com a qualidade disso, ainda que existam alguns problemas de harmonização (é um pouco constrangedor ouvir todas cantando o refrão porque parece karaokê), mas individualmente essas meninas tem muita presença e vocais melhores do que muita gente de empresa grande sul-coreana. Silverstar é uma graça, faz meu coração flutuar em vários momentos, principalmente no solo de saxofone bem Kenny G nos segundos finais. E, comparando essa música aqui com o debut (que eu também ouvi, apesar de ser do ano passado), o DREAMGIRLS melhorou absurdamente.
09. Pink Fun – Kya (Taiwan)

Tá com saudades do cenário do kpop em 2017? Então toma essa do Pink Fun, que é basicamente o dancehall que todo grupo e solista lançava naquela época, então acredito que já pode ser considerado camp. Só um grupo fora do circuito “normal” pra lançar algo tão divertido e barato como Kya. O drop maravilhoso do refrão, combinado com essas garotas gritando coisas que não fazem o menor sentido como pira pira okay kya~ é o puro suco do kpop no auge da terceira geração e que muita gente sente falta. Confesso que eu tenho saudades também e vejo grupos como o Secret Number ou o falecido bugAboo lançando uma dessas.
08. 4EVE – Jackpot (Tailândia)

Cara, isso aqui é TÃO Stray Kids na fase atual deles, repaginado de um jeito mais… “Feminino”, digamos assim. Estruturalmente, é a mesma bobajada que eles lançaram esse ano: as mesmas quebras de expectativa e mudanças bruscas do instrumental. Só que muito mais interessante. Não é uma música que eu escutaria normalmente, mas o conjunto todo me fez amar Jackpot por ser aquele girl crush ousado fora da caixa e uma letra nada a ver que todo mundo morre de vontade de tentar, ao mesmo tempo que morre de medo. E já que Lali Salame e suas amigas insistem em reciclar as próprias músicas, que peguem então dicas com as conterrâneas do 4EVE pra dar um upgrade no som e deixar menos patético.
07. G.E.M – F=mw²r (China)

Depois de pegar a quarta posição nessa mesma lista no ano passado, G.E.M volta com um álbum completamente visual e uma proposta super arriscada, mas que costuma dar certo na China porque eles investem pesado nos MVs como se fosse parte intrínseca do projeto todo. Pelo que eu li no post do Dougie, a história é sobre um metaverso chamado Afterland e a personagem Gloria (que é o nome inglês da G.E.M), mas daí eu teria que assistir todos os 14 MVs pra tentar entender o enredo direitinho e, bom… Não to muito afim de fazer isso agora, rs. Mas, sobre música, F=mw²r (que é a fórmula da força centrípeta e com certeza faz algum sentido na história toda) é a melhor de todas por ser esse dark pop retrô que eu gosto tanto.
06. VINI – Nocturnal (Tailândia)

Se tem um motivo que faz com que eu continue pesquisando pop de outros lugares da Ásia é a variedade de coisas que existe lá fora e que nunca dariam certo (dentro de uma visão comercial), principalmente, no kpop. Uma delas é o VINI, que não é bem um grupo pop; na verdade, elas são uma banda eletrônica. E Nocturnal é uma das músicas mais viscerais e anti-pop que eu já ouvi, pelo menos vindo da Ásia. Os sintetizadores sombrios, que ecoam feito órgão de igreja, não conversam com o riff da guitarra, que tá sempre pronta pra mandar um solo de garage rock. Enquanto isso, elas cantam sobre serem perseguidas por algo ou alguém misterioso e que não existe escapatória. Um número bem gótico que poderia estar na playlist da Wandinha.
05. Hoàng Thuỳ Linh – See Tinh (Vietnã)

Você tem Tiktok? Se a resposta for sim, então é impossível ter passado imune de See Tinh nos últimos meses, mesmo que tenha sido a versão remixada que gerou uma coreografia pra plataforma. Originalmente, See Tinh é mais um disco-pop saído do Vietnã, executado de forma lenta, mas ainda bem refrescante, perfeito pra época em que foi lançado. E o MV é um negócio à parte. Super colorido, maluco, performático, exagerado, tudo que as divas vietnamitas estão acostumadas a entregar. O caso da Hoàng Thuỳ Linh é bem curioso, exatamente o oposto do que a gente tá acostumado a ver quando se trata de exposições e polêmicas. Ver a gata conquistando um sucesso global graças ao Tiktok depois de tudo que ela passou é de se comemorar.
04. IMZ1 – Crush (Cazaquistão)

Pois é, menina, até no Cazaquistão eu fui caçar música. E me surpreende que uma indústria tão nova tenha conseguido emplacar algo tão bom quanto Crush comigo. Isso aqui segue perfeitamente a linha do electropop atual de coisas como Pirate, do Everglow, e Venom, do BVNDIT, ou seja: é uma delícia. Até o refrão me remete a esses lançamentos que eu citei, que pesa no drum and bass enquanto elas repetem o nome da música trocentas vezes e mandam os passos de dança mais absurdos que eu já vi. Aliás, eu sei que a empresa do IMZ1 deve estar em situação de barril por ser um cenário recente no país, mas essa daqui merecia tanto um MV… Engajem, galera.
03. MIN – Cà Phê (Vietnã)

Eu tenho feito dessa música a minha nova personalidade nos últimos dias. Além de servir os melhores looks que uma solista asiática poderia entregar, eu fiquei obcecada com o jeito que a MIN fala a palavra Cà Phê, que é simplesmente café em vietnamita. Tão simples, mas tão viciante, né? Cà Phê é uma faixa que cresce lentamente em você e, uma vez que ela consegue, vira um hit instantâneo. Sim, também é um disco-pop aos moldes da Doja Cat em Say So, algo que, pelo jeito, a galera do Vietnã tá fissurada em fazer há algum tempo, mas é tão redondinho, borbulhante e gostoso que nem tem como reclamar. Pra quem gosta, é como tomar um café gelado e bem feito.
02. LaLa Hsu – Like a Star (Taiwan)

Outra que foi uma recomendação do Dougie só que de forma mais indireta, porque eu vi ele comentando no blog uma vez e fiquei interessada na estética. Pois saibam que Like a Star, apesar de ter visuais maravilhosos, é um baita bop. Pelo que eu vi de forma bem superficial, a LaLa Hsu costuma lançar umas baladas e esse single aqui é uma novidade no catálogo, é como se eu estivesse num episódio futurista de Soul Train, algo que se passasse no universo de Cowboy Bebop, uma balada galáctica dentro do filme Interstella 5555 com trilha sonora do Daft Punk, porém bem mais pulsante e bem mais LGBTQ. É mais ou menos como eu queria que a SM trabalhasse em cima do photoshoot Cosmic Festa do SNSD já que, visualmente, me lembrou muito. Mas a SM não é tão visionária assim.
01. Lexie Liu – Magician (China)

Tcharam! Que surpresa, hein. Eu tentei de tudo. Enquanto eu fazia a lista, Magician não saía do primeiro lugar e eu não acreditei que a Lexie Liu conseguiria esse feito, mas ela conseguiu, irmãs. Mesmo lançando isso há poucas semanas atrás. Não sei, essa garota me transporta pra dimensões muito doidas. Começa com algo que poderia facilmente estar na trilha sonora de qualquer Castlevania, pra depois se tornar um mantra eletrônico de um ritual e onomatopeias desconexas prestes a evocar uma versão holográfica do diabo. Pra entender Magician, você precisa entender Fortuna (o single anterior) e um pouco de tarot, mas sinceramente tanto faz. Se quiser se imaginar como um slayer do futuro pronto pra matar uma horda de zumbis, tá liberado. A Lexie Liu tem mesmo esse poder de construir universos inteiros na nossa mente com uma única música.
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Por pouco a Lexie Liu não entrou no meu, eu comecei ouvir depois de TD pronto hahahaha
E o mercado da Tailândia veio com força aqui, hein
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no do ano passado tinha bem mais (e todos surravam a lisa)
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não conhecia nenhuma fora a lexie lu, então fiquei contente por ter outros “letrapopes” para conhecer (e com o selo de qualidade #aprovado-por-ayogg”
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