bugAboo continua mantendo o status de monster rookie no meu mundinho com Pop

Dias se passaram, grupos me decepcionaram, mas nada nesse mundo conseguiu derrubar minha fé e esperança pela volta daquele que é o maior grupo dessa nova geração do kpop. Sim, o IVE lançou a braba mês retrasado, o LE SSERAFIM debutou muito bem, porém nenhuma delas conseguiu me arrebatar como o tosquíssimo bugAboo e sua estreia surpreendentemente merdavilhosa. 

E depois de todos os photoshoots e teasers que saíram (assim como a ex-Produce 48 que parece ainda mais plastificada do que antes), eu sabia que Pop não poderia me machucar como outros lançamentos fizeram sem dó. Ali eu tinha certeza de que teria um lugar seguro pra me divertir sem compromisso, coisa que o kpop deveria proporcionar muito mais. Afinal, que seriedade eu posso esperar de um grupo chamado bugAboo?

Vamos dar uma olhada nessa farofa.

À primeira ouvida, fica um pouco óbvio que Pop não tem a mesma energia trash que a self-title de estreia tem, com toda aquela sonoplastia propositalmente cômica contrastando com as integrantes levando o roteiro caça-fantasmas-num-péssimo-CGI do MV como se fosse a atuação da vida delas. Foi o que me fez gostar tanto do bugAboo por sinal, de entender que o kpop é muito mais do que pagar de mina fodona num traje de couro preto; só isso parece muito trivial. Precisa ter literalmente um chicote estralando e um cavalo relinchando de fundo pra quebrar o clima excessivamente sério (e constrangedor). É como tirar o elefante branco da sala, que todo mundo sabe que existe, mas ninguém comenta.

Enfim, Pop soa menos autêntica nesse sentido. Ela consegue se vender melhor pras massas que consomem kpop hoje, parecendo mais homogênea e fabricada dentro dos moldes da quarta geração. Porém a gente tá falando de um grupo chamado bugAboo, é claro que a música não é tão enlatada assim; o “tcham” da coisa tá nos detalhes, muito menos óbvio e espalhafatoso do que o produto final do debut. A estrutura todinha de Pop lembra muito a de outros números do começo da década passada, algo que eu facilmente vejo o KARA lançando, inclusive com elementos coreográficos que me remetem a uma versão atualizada de Mr. E por que não meter a Hyuna em Change nessa também? Se ela fosse um girlgroup em 2010, seria o bugAboo aqui.

É nessa subjetividade que tá a delícia de Pop. Você ouve e identifica com outros grupos, criando um fator de nostalgia muito bom, ao mesmo tempo em que ainda é possível curtir kpop como antes nos dias de hoje. Na verdade, me parece muito uma grande homenagem àquela época, desde o instrumental até a montagem toda do MV, com o uso de galpões cheios de containers e expressão forte do hip hop nos grafites, algo bem comum de quando os coreanos bebiam bastante da cultura norte-americana de um jeito que era quase caricato, tipo a Jennifer Lopez cantando que é “do beco”. 

Tem um trecho de Pop que resume muito o que eu acho do grupo: “Tirar sarro de mim? Não, tá muito cedo pra isso”. O bugAboo é material fácil pra quem eventualmente gosta de fazer piada com as várias nugas que existem por aí, mas se engana e muito quem planeja usar essas daqui pra esse propósito. Eu acho o bugAboo e quem gerencia a estética visual e sonora delas extremamente inteligente e perspicaz. Foi uma maneira arriscada de se destacar do resto, mas que dá super certo entre a galera saudosista que tá cansada de ver as mesmas coisas atualmente. Elas foram do absoluto camp pro pop raiz dos grandes nomes da década passada em questão de meses… Vai me dizer que isso não é ser monster rookie de verdade? Pelo menos na blogosfera cheia de velhas viúvas, sim.

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