Depois da morte precoce do gugudan no finalzinho do ano passado, muito se especulou sobre quem seria a gatinha emergente que faria as vezes de cantora. Esse papel já estava incubido a Sejeong, que debutou solo há um ano com o diazepam sonoro Plant e, de quebra, angariou diversas oportunidades na mídia coreana, sendo o mais recente um papel principal no drama The Uncanny Counter, da Netflix.
Pois bem, aí durante esse mês, a Sejeong soltou umas fotos e teasers com uma estética retrô e extremamente apelativa (pra mim). Fiquei pensando no que essa danada poderia lançar de bom depois das últimas músicas mixurucas e, bom… O hype veio, né? Para o seu segundo mini álbum, Sejeong deixou as bobajadas soníferas de lado pra se jogar no pop.
Deu certo? Veja o MV antes.
Começando pelo fato engraçado de que o single é descrito como uma música de estilo “rock metal” e eu não sei onde tá o rock, muito menos o metal aqui. Essa descrição nada a ver que a Jellyfish deu dá a entender que estamos falando de uma música densa, pesada, e, na verdade, é exatamente o contrário. Warning é mais um R&B experimental com alguns elementos de pop, o que deixa a atmosfera musical leve e simpática.
O que mais me chama a atenção em Warning são as viradas instrumentais que existem nela. Como é uma música que fala sobre como hoje em dia nosso cérebro parece sempre em alerta com tudo que acontece no mundo, aqui são usados artifícios pra deixar o significado ainda mais literal, até mesmo pra que a música seja absorvida de maneira própria. Então temos sirenes, relógios e sinais de perigo tocando como plano de fundo em um instrumental carismático, mostrando como tudo pode mudar de uma hora pra outra.
Esses fatores e mais a estrutura diferenciada da música dão a impressão de que Warning é mais comprida do que realmente é. Refrões que mudam instantaneamente de humor e crescentes usos de sonoplastia conversam muito bem com os personagens que a Sejeong trouxe pro MV: seus pequenos “divertidamentes”, que parecem sempre atarefados e sobrecarregados dentro da cabeça dela, mantendo esse constante sinal de alerta ligado no seu cérebro.
Warning é bem divertida e passa uma mensagem importante sobre não sentir culpa ao querer se desligar de um mundo tão vivo e pulsante como o nosso (o que é comprovado no final do MV com a Sejeong dormindo tranquila enquanto seus fragmentos de emoções comemoram e soltam fogos ao lado dela na cama), mas pode ser que eu tenha esperado demais dessa música, até mesmo por conta dos teasers que eu vi. Não é ruim, mas não conquistou o fator replay. Talvez seja o tipo de música inofensiva que eu escutaria na rádio enquanto lavo a louça.
Escute também: Let’s go home
A tracklist do I’m é bem chatinha, não vou mentir, mas felizmente eu mantive minhas expectativas baixas a respeito das b-sides. E também não seria surpresa nenhuma que a Sejeong aparecesse com umas baladas safadas pra aproveitar o hype que ela tá tendo com o coreano médio. Talvez eu tenha ficado levemente admirada pela maioria das músicas terem um pouco mais de dinamismo do que no primeiro EP que ela lançou, então eu escolhi Let’s go home pelo fator nostálgico que ela me causa. É um indie pop meio melancólico que faz com que eu me imagine dirigindo numa estrada de tardezinha, e também é uma música que mostra os vocais da Sejeong sem ninguém se torturar ouvindo uma balada monótona.
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