Como dezembro e o comecinho de janeiro costumam ser parados dentro do cenário asiático no quesito de novos lançamentos e notícias relevantes que não sejam os prêmios de fim de ano, eu resolvi trazer esse tipo de post que é o que eu mais gosto de fazer. De vez em quando, vai surgir um desses aqui, dependendo da minha disponibilidade e ânimo.
Pra inaugurar essa nova seção do blog, que eu batizei de Comercial (afinal, eu basicamente to fazendo a propaganda de um produto pra vocês), eu peguei um álbum que deu o que falar na Coreia do Sul – no bom sentido. Foi o que garantiu comer queijo e presunto no café da manhã em vez de pão com margarina, um pouco de luxo que não faz mal a ninguém. Sim, estou falando do Oh My Girl, que estourou nos charts até cansar com o comeback coreano de 2020, o primeiro pós Queendom .
Em um caso raro onde a b-side supera seu carro chefe, Nonstop foi o EP que catapultou o Oh My Girl para o sucesso comercial e reconhecimento no seu país de origem, ganhando diversos prêmios nos programas musicais, garantindo o primeiro solo dentro do grupo e nomeando uma das integrantes como nova apresentadora do Music Bank. 2020 foi um ano histórico na carreira do Oh My Girl, mas o que será que deu tão certo nesse comeback pra elas chegarem no estágio de hoje?
Vem conferir minha review de Nonstop, do Oh My Girl!
Faixa 1 – Nonstop
65/100
A música título, escolhida para representar essa nova era do Oh My Girl, é um tropical house danado que foi lançado em abril, mas tem muita cara de verão. Acho que a empresa poderia ter segurado um pouco o lançamento se a ideia sempre foi ter Nonstop como single, seria um hit da mesma forma.
Mas já que estamos aqui, não é o tipo de música que eu gosto de ouvir no sentido de, por exemplo, “uau que saudades de ouvir Nonstop”. Deixando claro que isso não a torna uma música ruim, pelo contrário. Foi ousado da parte da empresa investir em algo mais diferente pra elas, que vinham numa safra de músicas mais animescas, garotas mágicas (apesar de Bungee fugir um pouco da regra).
O que é destacável pra mim dentro de Nonstop é ter todas elas repetindo o nome da música, uma parte que é bem chiclete e um dos fatores que pode ter contribuído com o sucesso. Também acho a música estruturalmente interessante, misturando partes vocais com o rap que é sempre bem feito pela Mimi.
Num geral, Nonstop é uma música revolucionária para o Oh My Girl, mas algo que poderia ter sido lançado por outro grupo facilmente. O que importa, porém, é que talvez isso não fosse um hit nas mãos de quem não tem o Queendom no catálogo.
Faixa 2 – Dolphin
95/100
Por mais que você tente pagar de diferente, não tem como negar que Dolphin é a melhor música desse álbum. Os charts comprovam isso; é difícil agradar coreano, ainda mais se você não vem de uma big3.
Dolphin tem força o suficiente para ter sido o single no lugar de Nonstop. É extremamente carismática, com a linha de guitarra ao longo de seus quase 3 minutos trazendo todo um charme “sassy girl” de vocais relaxados e sonoridade funk music. De letra simples e viciante, acabou hitando também em outro lugar que muitos não levam em consideração, mas deveriam: o Tiktok, consagrando a definitiva internacionalização do Oh My Girl.
De tanto sucesso, a empresa acabou lançando um MV especial pra música (óbvio, fruto de muitas vendas para Nonstop), totalmente descontraído e ainda relembrando elementos de outros comebacks do próprio Oh My Girl, quase que uma revisitação a sua própria história em comemoração ao seu sucesso.
Faixa 3 – Flower Tea
60/100
Flower Tea é um baladão clássico, acompanhado de piano e vozes suaves. Melancólico na medida certa, destaca muito bem os vocais de todas as integrantes sem notas muito altas ou parecer que estamos escutando uma briga de divas pop.
A letra, que conta a respeito de sentimentos não revelados enquanto ambos tomam uma xícara de chá, traz a tona a sensação de ser adolescente de novo, de amar uma pessoa em segredo e querer que ela entenda ao olhar nos nossos olhos. O sentimentalismo carregado em cada nota cantada pelas meninas aquece o coração e não faz parecer só mais uma balada sofrida sobre amor não correspondido.
O fato dessa música ser exatamente a terceira num álbum de 5 faixas, pra mim, parece bem inteligente. Pensa bem: se um álbum explode por três, quatro músicas e a frequência dele cai de repente do meio pro final, fica massante de ouvir. Equilibrar a tracklist é importante pra deixar seu ouvinte satisfeito, talvez fazer uma pausa na cantoria, tomar uma água. Quando um álbum é planejado dessa forma, me agrada bastante, porque eu não sou a maior fã de músicas lentas, mas assim eu não me canso de ouvir já que eu sei que mais pra frente o ritmo vai aumentar de novo.
Faixa 4 – NEON
80/100
Escrita com um coração brega no lugar do “O” e que nem o Spotify, nem o Youtube acataram, NEON é um eurobeat wannabe que contrasta em 180 graus com a música anterior. Sintetizadores pesados, que lembram vagamente Material Girl da Madonna, são a aposta do Oh My Girl na trend retrô que invadiu a Coreia do Sul.
E como é interessante ter um grupo coreano lançando algo nesse estilo mais dance pop em 2020. A música é simpática e, de certa forma, nostálgica quando a gente leva em conta o fato de popzões mais “mecânicos” foram o forte da segunda geração do kpop. É algo que o Girls Generation poderia ter como bside ou um single japonês.
Eu gosto como essa música é construída. A sonoridade me remete a uma fábrica, como se elas estivessem numa linha de produção montando a lataria dos carros felizes da vida. Os sintetizadores acompanham a extensão vocal do grupo e trazem essa vibe mais jovem, o que não é ruim e não estraga a imagem madura que o Oh My Girl tentou construir em 2020.
Faixa 5 – Krystal
60/100
A última música do álbum soa pra mim como uma repaginada em músicas de grandes grupos femininos da primeira geração, como o SES e o FinKL. Com uma pegada mais soft e feminina, Krystal é um midtempo que o grupo já está acostumado a fazer, então não muda a vida de ninguém, mas também não deixa de ter qualidade.
Em questão de vocais, a música respeita os limites de cada uma, mas ao contrário de Flower Tea, aqui existe espaço para uma high note ou outra, como a belíssima que a Hyojung traz ao final da ponte, mesclando de forma suave com a voz da Yooa.
Não é uma balada, mas é uma música de carga emocional grande e de sonoridade mais poderosa, favorecendo um jogo maior de cores e ornamentos de voz ao longo dela.
Acho que o fato do Oh My Girl ter participado do Queendom abriu as portas para que o grupo pudesse apostar em novos sons e imagem das integrantes sem medo de errar. O hype que o programa trouxe para os grupos participantes foi significativo, ainda mais para o Oh My Girl que terminou o reality em segundo lugar. Lá, elas mostraram em diferentes provas da competição que elas dominam outros estilos e formas de se apresentar no palco.
Isso foi essencial para que anotassem tudo e tirassem o que de melhor o programa ensinou, o que nos leva para Nonstop e o ano tão bem sucedido do grupo. Cada um tem a sua preferida, eu continuo batendo na tecla que diz que Dolphin é o single moral desse álbum, mas num geral, quem ganha somos todos nós, e o próprio Oh My Girl.
Média final: 72/100
Qual sua música preferida desse álbum? Qual outro álbum vocês querem que eu revisite? Eu tenho alguns já anotados, mas também preciso seguir a voz do meu povo. Deixa aí nos comentários!
[…] do Rodrigo de que “existem bombas piores que a discografia do Oh My Girl”. Eu fico meio triste, porque eu fiz uma review do EP anterior e ele é bom, não entendi como perderam a mão nesse, se são os mesmos produtores… Todo mundo […]
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