O maquinário do pop asiático nesse ano não tá funcionando muito bem, como vocês podem ver. De vez em quando, surge um grupo de gatuxas desesperadas por uma migalha de atenção e acabam soltando despretensiosamente a melhor faixa do mês, como o Kep1er fez essa semana. E eu, com zero intenções de me deixar abater por pessoas tão emergentes e irrelevantes do cenário, acabei ficando obcecada. Mas, fora isso, ninguém de fato me tirou do eixo, de me deixar sem dormir pensando “oh meu deus eu preciso ouvir aquela música mais 74 vezes, senão algo muito ruim vai acontecer com o mundo amanhã”. Sabe o que me deixou assim da última vez? Isso aqui.
E como eu estou nessa fase mais produtiva do blog depois que voltei, é meio frustrante não ter o que comentar. Você acha mesmo que eu vou dar o trabalho de escrever meia dúzia de parágrafos sobre essa volta do MOMOLAND? Nah. Eu não tenho sequer dois centavos pra falar sobre isso, vou deixar pro adm das redes sociais do f5ve fazer o trabalho sujo por mim e levar mais uma chapiscada da Daisy. Decidi então reviver esse quadro onde eu relembro lançamentos importantes que podem estar comemorando aniversários. Nem acredito que 2015 foi há dez anos. Quantos debuts legais aconteceram nessa época… Oi? GFRIEND? Oh My Girl? TWICE?
Quê?! Já não basta a Rafaella ter mudado um pouco a dinâmica da escrita dela, agora temos posts isolados para homens no antro sagrado do AYO GG, o que que tá rolando por aqui?
2015 ainda era um ano legal para boygroups. O EXO enganava todo mundo depois de lançar uma série de teasers que se conectavam com diversos locais do planeta e que, quando mapeados no globo, formavam a logo do grupo e aí eles apareceram com Call Me Baby (lol). O BTS era pioneiro no conceito coming of age masculino, com garotos se descobrindo e lutando contra a dor e as delícias de amadurecer em Run. Grupos veteranos como o Big Bang e o Super Junior ainda estavam na ativa, desovando ótimos números de oppa (talvez a última vez que isso aconteceria pra ambos) como Bae Bae e Devil. Dentro da Pledis, a gente tinha o NU’EST, que não era exatamente um sucesso, mas fizeram um barulhinho no Japão com o baladão NaNaNaNamida. Sim, foi um ano bem legal para boygroups.
Pra competir com os fenômenos da época, a Pledis então juntou uma grana e debutou treze fucking garotos de uma só vez na locomotiva chamada Seventeen. Existe toda uma explicação do porquê desse nome, mas vou me ater à teoria de que 17 anos é a idade mágica onde tudo pode acontecer. Você é novo demais pra tomar responsabilidades, pra chegar tarde em casa e achar que é dono do próprio nariz, mas você já tem idade o suficiente pra decidir um curso na faculdade e traçar todo seu destino a partir disso. Quando a gente vê que a ideia do Seventeen é juntar um bando de moleques que mal chegaram aos 20 e chamam isso de “self-produced group”, é justamente a imagem acima que me passa.
Eu não ligo nem um pouco pra essa obsessão que se formou entre os fãs de kpop de que um grupo apenas é válido quando produz ou compõe alguma coisa. Isso foi importado do ocidente e até aqui do nosso lado eu custo a entender as motivações por trás dela. Elis Regina cantou Como Nossos Pais, mas a composição é do Belchior, então ela não é uma cantora de verdade (que comparação). O que o Seventeen me vendeu foi uma certa malícia que, muitas vezes, você só encontra durante o final da sua adolescência. Ops, eu sou tão distraído, é que eu tropecei na sua beleza quando eu te vi. É o tipo de cantada que eu via um menino qualquer aplicar na minha época do colégio (não em mim, claro).
Adore U faz um trabalho mais que competente pra um debut. Não só por ser uma música divertidíssima sobre o primeiro amor com essa ótica meio malandra de garotos na puberdade, mas também ela cumpre os requisitos de uma estreia, principalmente se você tá trabalhando com várias pessoas num curto espaço de tempo. Dentro do clipe, que tem esse estilo meio visual novel, eu consigo conhecer todas as personalidades que compõem o Seventeen. Ainda que eu não me importe com as subdivisões que a Pledis estabeleceu, é possível entender que o grupo tem uma unidade vocal, uma de dança e uma de rap. A faixa é fracionada dessa forma, óbvia, previsível, mas, argh, funciona tão bem.
Num ano tão legal, acho que o Seventeen se sobressai justamente por ser nada menos que os garotos da república ao lado. Sabe, quando a mocinha se muda pra outra cidade por causa da faculdade e ela acaba alugando um apartamento bem do lado dessa espelunca cheia de garotos que, eventualmente, vão brigar pelo amor dela? E é muito legal que a Pledis tenha trabalhado com esse conceito com eles por um tempo porque rendeu uma porção de bops icônicos, como Mansae e Very Nice. Claro que a Hybe precisava estragar tudo em algum momento porque nada na mão do Seventeen brilha mais, mas o baixo pulsante, alegre e juvenil de Adore U é uma lembrança de que o eles poderiam ter conquistado o mundo na base do flerte se quisessem. Bom, eles conquistaram o meu mundinho. Afinal, é o melhor debut de dez anos atrás.

Seventeen é o meu grupo masculino favorito eu acho, adoro como eles tem músicas diversas e únicas e o principal são super talentosos, um dos piores crimes da hybe foi de ter empurrado demo do BTS para eles.
O debut do twice foi uma porcaria Rafa.
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não fala assim 😦
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todos os dias lembramos de algo que a hybe tirou de nós
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