Sim, eu sumi por quase duas semanas desse blog, mas não foi porque eu quis. Como eu comentei nos planejamentos pra 2024, a ideia era monetizar o AYO GG com alguns posts extras e incentivar o uso do pix pra escrever sobre qualquer assunto relacionado ao pop asiático feminino que vocês queiram ler, só que a empresa com a qual o WordPress tem parceria pra isso simplesmente não queria colaborar com a verificação do meu documento. Finalmente consegui hoje de madrugada, mas pra isso eu tive que montar um estúdio fotográfico no meu quarto só pra tirar foto do meu RG. Enfim, agora vocês podem doar no widget que eu coloquei ali do lado ou ler o primeiro post extra que eu escrevi sobre o Seo Taiji and Boys, tá tudo liberado.
Por causa dessa palhaçada da Stripe, eu fiquei desanimada de tudo e quase não ouvi música, mas de repente no feriado de quinta me deu vontade de arrumar meu planner de lançamentos e pensei em adicionar mais um país na playlist. Desde as listas de letrapopes que eu escrevi por aqui, percebi que a Tailândia é a mais próxima da Coreia do Sul não só em questão de agendas, como também na proliferação de grupos e como eles são divulgados. Depois do kpop, é o lugar mais fácil de se encontrar informações a respeito do que está por vir. Então por que não passar a dar ouvidos pro que a galerinha da parte de baixo da Ásia anda fazendo?
Primeiro de tudo: sem nem estarem mortas, o Bed-In ressuscitou na forma de quatro garotas tailandesas. Foi muito cômico dar play nisso e ser arrebatada pela bolha econômica do Japão traduzida em música por um grupo que sequer deve conhecer essa sonoridade tão específica, mas a lembrança vem sem aviso quando as guitarras atravessam os sintetizadores de algo que deveria ser somente um synthpop oitentista. E é óbvio que esse detalhe deixa Dream Girls muito mais saborosa. É como regredir uns 15 anos, quando o kpop ainda era ousado o bastante e levantava uma ou duas sobrancelhas dos desavisados que, sem querer, caíam numa toca de coelho infinita de asiáticas dançando ao som das produções do Sweetune, só que de um jeito muito mais caótico.
Não conheço nada do cenário pop tailandês a não ser por uma ou outra música que fui escutando nos últimos anos, e nem ao menos pesquisei o passado desse tal de Pretzelle antes de escrever algo, mas dar de cara com essa pérola camp foi maravilhoso. Pelo que entendi até o momento, parece realmente que esses grupos estão vivendo nos anos 2020 o que o kpop viveu na década passada e eu acho um ótimo recurso pra quem sente falta das gerações anteriores. Em Dream Girls, o Pretzelle emula as cafonagens deliciosas do Orange Caramel e do Crayon Pop e chamam de “uma terça-feira de trabalho”. É óbvio que não tem como saber o que se passa por trás, mas o clipe, extremamente simples e divertido (como o kpop também já foi), demonstra que elas não tem nada a perder.
Tive poucas oportunidades de falar sobre, mas o falecido (?) Ásia Asiática não só me ensinou, como também me influenciou, sem ao menos saber, a buscar artistas fora do circuito cajotapope, como a Pam Anshisa, que eu já conhecia por Toxic três anos atrás graças ao queridíssimo do Rod. E aí eu percebo de verdade como ele faz falta na blogosfera, sejam pelas reviews comparando lançamentos com comidas (nunca vou esquecer do debut da Wendy sendo um bife de fígado) ou pelas indicações sempre precisas de artistas que fogem um pouco do óbvio. Quer dizer, acho que o som que a Pam apresenta em So Good é bem palatável pro kpopper médio, mas vai dizer que tem alguém hoje no meio que apresentaria uma música sobre vingança com tanta força de vontade? Pois é, não tem.
So Good é aquele dance pop bem melódico que a Ava Max vem tentando emplacar desde 2018, mas não consegue porque ela é baranga demais pra isso (aquela nova com sample de Whenever Wherever, sério, a decadência da música pop). Nas mãos da Pam Anshisa, a faixa virou uma crocância sem tamanho, onde ela declama, com bastante deboche, que tá muito bem sem a presença do cara lixo, intercalando com coreografias extremamente bucetudas. Gosto demais da parte onde ela pinga água nos olhos pra fingir que sofre demais com o término, só pra direção cortar pra cena contendo Pam Anshisa e duas dançarinas se esfregando no chão enquanto ela geme “eu to tão bem, tão bem sem você”. Loba tailandesa, não tem como.
Quer pedir algum post específico relacionado ao mundinho do pop asiático feminino? Então me faz um pix na chave rafaellasolla@gmail.com, moreco!
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Eu curti essa música da Pam Anshina, não a conhecia.
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