As músicas mais pau mole de 2023

É chegada a hora de baixar o nível tal qual Koda Kumi e fazer aquela lista que a família brasileira inteira ama: as piores bombas que saíram no último ano dentro do pop asiático. Confesso que fiquei empolgada pra escrever esse post porque vocês acabaram com a minha raça em várias partes do ranking das cem melhores e provavelmente devem achar que eu não tenho moral nenhuma pra chamar alguém de ruim, mas eu acredito que todo mundo ama se juntar pra falar mal de uma pessoa. Gosto muito de abrir o ano com essa lista, acho que ela representa totalmente o espírito da tal confraternização universal que tanto falam por aí. 

E como 2023 foi uma bosta, minha pré-seleção ficou enorme. Segue aí a lista de menções desonrosas: o debut superestimado do KISS OF LIFE, Yuju antes de ficar gostosa, o STAYC se disfarçando de Tidinha, o Rocket Punch se disfarçando de STAYC, Secret Number e Hwasa se embarangando cada vez mais, a morte tenebrosa do FAKY, o coice do LE SSERAFIM que foi merecidamente ofuscado, o último suspiro do FIFTY FIFTY, MAMAMOO+ e Oh My Girl ainda existindo quando ninguém mais precisa delas, Yena odiando uma nação de Rodrigos, Yeeun bebericando cocas-colas (e ambas tomando um strike por direitos autorais), EL7Z UP cujo nome não está na Bíblia e isso diz muita coisa, Hyolyn esquecendo o verão, (G)I-DLE assumindo a missão de forma constrangedora, Soojin debutando com as migalhas deixadas pela Soyeon, Naoko Takeuchi permitindo que o SG5 saísse do papel, a lembrança terrível de que o ExWHYZ pertence a WACK, a irrelevância assustadora do Dreamcatcher, ACID EYES e o remix mais desnecessário da história, Sunmi fazendo sua segunda música ruim (e sendo bem pior que a primeira) e a água de Chuuca. 

10. Singles não-coreanos do TWICE

Bom, o TWICE tá desacelerando nos lançamentos em grupo, focando mais em debutar gostosas em trabalhos solos ou units igualmente lacrativas, então já imaginava que teríamos aí um ano bem tranquilo. Só não achei que fosse ser tão broxante assim. Nem pra fingirem que teve empenho na produção, um sintetizador diferente, uma bateria eletrônica, nada: Moonlight Sunrise é Feel Special cantada em inglês, com outro nome (em inglês), mas que levou uma surra de porrete até ficar completamente inútil. Não tem brilho, não tem emoção, mas tem a mesma estrutura da sua prima mais velha e mais bonita. Já Hare Hare é a bosta mais inofensiva que esse grupo já soltou no Japão, como se a discografia delas fosse um primor por lá e pudessem se dar ao luxo de relaxar um pouco. Realmente, TWICE, 2023 foi um ano pra se esquecer. 

09. AKB48

Ao longo do ano passado, quem acompanha o megazord japonês de Akihabara viu que a situação não é das melhores. Só no grupo principal foram 27 graduações e mais 12 previstas pra acontecerem agora em 2024. Em outubro, quando uma das meninas anunciou a graduação, o AKB48 oficialmente atingiu 48 membros ativos, o que me rendeu gostosas risadas. Mas é estranho (apesar de esperado) presenciar a queda do que, um dia, foi um império idol. Não é de hoje que o AKB48 vem perdendo espaço, talvez uma lembrança distante (e constante) de que a indústria musical japonesa precisa de uma repaginada. Os lançamentos desse ano passaram reto por mim, uma chatice que tenta resgatar esse passado triunfal do grupo, mas é complicado quando até seu rival oficial vem roubando as atenções com músicas bem mais emocionantes. 

08. Kep1er – Grand Prix

Não vou pegar tanto no pé do Kep1er esse ano, até porque logo elas disbandam e a gente nunca mais vai precisar ouvir falar de uma Choi Yujin ou algo assim. Musicalmente elas não tiveram destaques em 2023. Singles bem capengas, álbuns que eu nem me dei o trabalho de ouvir, cada vez menos relevância no mundinho kpop, nada que pudesse ameaçar a vida na Terra, mas como eu adoro infernizar a vida dessas garotas, coloquei essa daí que vão ser os únicos dois centavos que elas vão receber de mim. Numa época em que pouco se sabe sobre atos coreanos servindo jpop, Grand Prix até poderia ocupar esse espaço. Não é nada muito carismático, como elas já não sabem servir, mas os versos são legaizinhos. Só que esse refrão é ridículo de ruim. Assim, nível Stray Kids mesmo. Eu não vejo a hora de nunca mais precisar cobrir um lançamento delas.

07. ITZY – Cake

Contraditório ter o ITZY no top 10 melhores e no top 10 piores no mesmo ano? Não acho, inclusive elas já estão bem acostumadas a bater ponto por aqui porque, se entregassem música de verdade, não precisariam passar por essa humilhação. Cake é horrível, ponto. Mas o que me deixa mais chateada nisso tudo é como a JYPE negligencia esse grupo. Primeiro que, em muitos momentos, elas nem parecem isso. É como se fosse um seminário de faculdade onde ninguém se fala até os dois dias anteriores à apresentação, mas além dessa situação de barril extremo, a empresa enxerga essas coitadas como palhaças de circo. Sempre tem que ter um fundo cômico, uma piada pronta, uma gracinha, porque elas são muito diferentes dos outros grupos. Não tem um conceito mais sério, um instrumental mais soturno, é só isso que elas são. Caralho, lamentável.

06. Cherry Bullet – P.O.W

Pra você que ainda sabe o que é um Cherry Bullet, deve ter visto que elas vinham de uma sequência de lançamentos bem gostosinhos, com dois singles trabalhados no retrô de forma mais romântica e que davam a entender que essa seria uma trilogia a respeito do amor. E aí você deve saber também que a FNC dá um comeback por ano pra ver se os contratos acabam logo e dão uma balançeada no orçamento sem precisar entrar com um pedido de recuperação judicial. E aí, pra fechar essa tríade de singles, dão isso aqui nas mãos das coitadas, que é quirky, é edgy e não funciona em nenhuma das duas propostas. Não que o grupo seja um estouro de vendas (“ah, mas esse é o EP mais vendido da carreira delas”, fodas-se?), mas se com músicas boas o kpopper médio brasileiro já fingia que se importava com o que o Cherry Bullet fazia, foi com P.O.W que elas caíram de vez no esquecimento. E foi merecido, eu diria. 

05. NewJeans – Gods

Apesar de não parecer, eu sou do time que quer ver o NewJeans se arriscando em coisas novas. A sonoridade atual delas é uma delícia, adoro as referências não tão óbvias aos anos 2000, mas talvez seja algo a se pensar. Quer dizer, até tentaram nessa campanha com a Riot, mas foi uma desgraça. Poderiam ter chamado qualquer outro grupo; tem um aqui nessa lista que se encaixa perfeitamente e ainda seria a melhor música que elas já teriam lançado (e isso não é um elogio). Agora o NewJeans ficou totalmente descaracterizado, nem dá pra saber que são elas cantando. Ninguém que tenha comprado a ideia do grupo quer ouvir a centésima-primeira releitura de um single do Imagine Dragons sobre meia dúzia de coreanos feiosos que ganham dinheiro jogando League of Legends. Sei lá, que tal chamar a porra do Imagine Dragons pra gravar essa merda? 

04. A evangelização de Ryu Sera

Essa notícia chegou nos últimos minutos de 2023 e talvez fosse melhor nunca ter chegado. Sério, imagina você ter feito parte do 9MUSES, cantado em uma porção de singles extremamente icônicos, concedido uma entrevista exclusiva pra um youtuber brasileiro com acontecimentos que jamais foram contados em nenhum outro lugar, colocado a última pá de terra na sua antiga empresa e se lançar como crente. Nossa, que destino horroroso esse da Ryu Sera, tão horroroso que me dá vontade de rir de nervoso. No começo do ano, ela lançou algumas músicas de forma independente e que fugiam um pouco do óbvio, cheguei até a fazer um post sobre uma delas. E tudo bem se ela não teve o retorno que esperava, ainda tem o canal no Youtube onde ela reage às novidades da indústria, grava covers e tem um retorno até que significativo. Mas essa evangelização me deixou num desânimo… Enfim, boa sorte aí. 

03. IVE – Baddie

Eu tenho um sério problema com esse tipo de música. Além de, naturalmente, sentir repulsa, não é um conceito que funciona com todo mundo, como é o caso do IVE. Vocês não vão me convencer de que a música é irônica, que é música de patricinha, que é a música do caralho a quatro. A Starship tentou dar uma volta drástica na imagem do grupo e não deu certo, é simples. Cara, às vezes é muito mais saudável pra todo mundo admitir que o ruim nem sempre faz a volta e fica bom. Baddie é ruim mesmo, faz jus ao nome e tudo bem, elas já tão consolidadas o suficiente pra fazer essa porcaria hitar em solo doméstico, onde todo mundo é conhecido pelo péssimo gosto. E não só isso: tudo em Baddie é feio, as fotos da Hannah Diamond parecem inteligência artificial, o esquema de cores que escolheram pra divulgação não faz sentido, o EP é fraco, a Wonyoung poderia calar a boca de vez em quando e os gatos de CGI com certeza foram maltratados. Essa vai direto pro hall dos lançamentos infames e vocês nunca mais vão me ouvir falar dela de novo. 

02. GOT the beat – Stamp On It

Já a SM insiste em juntar essas daqui pra fazer acontecer (quer dizer, acho que desistiram, cinco de janeiro e não teve nada até agora). O GOT the beat é o grupo que eu disse que poderia ter gravado a campanha pra Riot e ainda assim seria a melhor coisa que elas teriam lançado, mas Stamp On It também não é tão horrível assim; só ficou em segundo lugar dessa vez. Agora que eu disse os pontos positivos, vamos ao que interessa: por quê? Não tem razão concreta desse “supergrupo” existir e continuar trabalhando. A música não faz o menor sentido, é como se tivessem juntado todos os samples da casa pra produzir isso, tem a porra do guguguu chatíssimo e a voz distorcida que eu já ouvi em metade da discografia do EXO. É um bagulho sonoro feito às pressas, certeza que o retorno do SuperM não ficou pronto a tempo e descongelaram a Taeyeon de novo, olha a cara de quem tomou uma dose cavalar de fentanol. Esse negócio todo é constrangedor. Ninguém tem sinergia, ninguém realmente quer estar ali satisfazendo as fantasias da BoA de fazer parte de um girlgroup depois de velha. E ainda assim não foi a pior coisa do ano.

01. YG Entertainment

Eu poderia colocar as músicas da Jisoo e da Jennie, a renovação do Blackpink como grupo, o debut do Babymonster, mas quero reunir tudo no tópico YG Entertainment porque essa empresa continua existindo e soltando “talentos” que absolutamente ninguém pediu. Como meus amigos já falaram, a YG representa tudo de ruim e atrasado que existe no kpop atualmente. Eles se aproveitaram do sucesso do Blackpink pra dar qualquer merda pra elas lançarem, e agora se aproveitam pra meter algum acordo duvidoso que ainda prendam essas meninas a eles de alguma forma, mesmo que seja só pra ter. Começaram um “projeto” de solos do Blackpink com músicas cada vez mais sem graça depois de três anos porque o foco sempre foi a Jennie (e não é culpa dela). Agora querem ter um pedacinho dessa nova geração lançando a coisa mais ridícula, feita em cima de muita falcatrua e tiro no pé ao expulsarem a garota mais popular do grupo; não à toa o negócio flopou. Não tem muito que falar que já não tenha sido dito. Tudo que essa empresa faz é patético, medíocre, desnecessário, pobre, sem a menor relevância cultural, não consegue acompanhar as evoluções da indústria, tem um monte de processos nas costas, é simplesmente um caixa eletrônico massivo que cospe dinheiro e sonega impostos. Se ao menos as músicas fossem boas, então pra quê? Não existe mais espaço pra YG no kpop. 

Vocês sabiam que agora eu vendo minhas artes? Lá na Colab55 tem algumas opções de produtos com estampas que eu fiz e você pode comprar pra ajudar essa pobre coitada que escreve o blog.

Acompanhe o AYO GG nas redes sociais:

Facebook | Twitter | Youtube | Tiktok | Behance

13 comentários sobre “As músicas mais pau mole de 2023

  1. Amiga, tá tudo bem? Eu vi que vc deixou o seu bom gosto cair lá por dezembro, mas não imaginei que era tão grave assim… Pode chamar para conversar, a gente te ajuda, nem que seja judicialmente com a minha advogada

    Curtir

  2. Esse debut do Babymonster me rendeu muitas risadas, principalmente dos fãs da YG dizendo que replicar a mesma fórmula (já datada e que nunca foi boa) em quase todos os acts é, na verdade, identidade sonora. Dito isso, concordei com tudo, inclusive com as menções desonrosas.

    Curtir

  3. Com as menções (des)honrosas não concordo com algumas. Soojin teve um debut iconiquinho sim, eu gosto, Cupid saturou mas não é ruim e Queencard tá no meu top porque eu amo essa tosqueira. Agora com o resto do top eu concordo totalmente e as coitadas do ITZY devem ser o NCT feminino na blogosfera (ou Stray Kids).

    Mas só um adendo: eu também achava que aquela voz distorcida de algumas músicas do EXO era algo “exclusivo” até Stamp On It sair e eu descobrir que aquilo é coisa do produtor Dem Jointz (que é o que aquela voz fala).

    Curtido por 1 pessoa

  4. Twice já tá totalmente esquecido, toda vez eu fico rindo quando vejo as onces forçando que o twice é o maior grupo do Kpop e rivaliza com o blackpink KKKKKKKKK

    Dito isso, eu gostei dessa musiquinha delas, twice devia fazer conceito Feel Special sempre, elas foram artistas, as 8 foram demais.

    Curtir

  5. Vou defender Stamp on It de novo SIM!
    Se tirar essa versão de dança e deixar a música só, é uma delícia, é uma experiência, senti falta da rivalidade feminina que Step Back trouxe, mas a música é gostosa demais gente sério como vocês não gostaram? O refrão é de milhões, e a Taeyeon mesmo extremamente medicada e sendo arrastada a força do asilo arrasou.

    Curtir

    1. Mentira, tenho sim, elas são péssimas, toda vez que eu vejo o MV eu sinto que elas foram obrigadas a gravar (não julgo, uma música ruim dessas) não tem UMA que sustenta o conceito.

      Além disso, a música não ajuda NADA, por que o Blackpink é tão famoso? Porque as meninas VENDEM, elas sustentam tudo como se fosse a maior música da história, a YG jurou que a magia ia se repetir mas errou TOTALMENTE, a YG devia ter usado elas como grupo vocal, até mesmo se elas debutassem com uma ballad sairia melhor.

      E segundo o YG eles vão meter um hip-hop, não sei se elas vão sustentar, espero que não sustentem porque eu ainda quero falar mal delas, tô quase virando fã das calça jeans, não tô conseguindo parar de ouvir OMG e eu preciso de um grupo pra criticar.

      Curtir

  6. Não achei a do BABYMONSTER tão ruim assim. É bem esquecível, mas passa nas vezes em que lembrei de escutar ela (no caso, quando o dougie colocou ela como a mais pau mole do ano e agora com você também colocando).

    Curtir

  7. mal posso esperar para o derradeiro dia do FIM da yg entertainment o mundo já teve tragédias DEMAIS a hayi saiu daquela espelunca e assim que o chanhyuk cansar de fazer caridade e enfiar uma pica meia-bomba na bunda do yang como último adeus e levar a suhyun junto aquela empresa vai SUCUMBIR pq não tem blackpink de cinco em cinco anos que salve o estado calamitoso em que aquela pseudo-empresa se encontra

    Curtido por 2 pessoas

Deixar mensagem para isaabellaa Cancelar resposta