Lexie Liu, totalmente delulu das ideias, inaugura a seção mandopop no AYO GG

Quem acompanha esse hospício que é o meu blog sabe que eu, na medida do possível, costumo comentar sobre os lançamentos do kpop e, em menor proporção, do jpop. Essa foi a ordem que eu adotei porque coreanas rendem mais cliques que japonesas, o que é uma pena já que o jpop salvou minha playlist várias e várias vezes quando as irmãs do leste asiático não estavam com o gosto tão apurado assim. Daí, quando o AYO GG fura um pouquinho da bolha, aparece um ou dois queridos me comparando com portais de notícia extremamente duvidosos, como o Nunca Pause o MV, me acusando de usar o mote “pop asiático” pra incluir outros letrapopes além do “k” como se fosse uma espécie de cota ou token. 

Quer dizer, não que eu de fato tenha viralizado nas proporções do Dougie ou do Lunei, muito menos sou uma sucessora do Asian Mixtape. A prioridade é esse lugar ser um refúgio pra minha mente que não para um segundo do que qualquer outra coisa, mas quem não quer um pouco de reconhecimento? Enfim, um exemplo é esse post aqui: reclamaram das entradas da Jolin e do Tokyo Girls’ Style serem desculpas pra dizer que eu falo de pop asiático num geral. E eu até concordo, tá? Quem me dera ter tempo além da minha vida de assalariada pra fazer as coisas que eu planejei aqui, pesquisar mais artistas fora do eixo jota-capope e tal. 

Por isso eu tirei o dia de hoje pra falar dela.

O principal motivo de não ter me aprofundado em outros pops ao redor da Ásia foi a falta de direcionamento. Nunca soube por onde começar ou em quais lugares eu posso buscar as informações que eu preciso e acho que a grande culpada disso tudo é justamente a comodidade que a popularização do kpop trouxe. Quando eu monto a agenda de lançamentos (que é literalmente uma agenda onde eu anoto com a minha própria letra), basta jogar três ou quatro palavras-chave pra encontrar o que eu preciso, às vezes no meu idioma nativo. Com o jpop é um pouco mais difícil, mas são só alguns minutos a mais pra chegar no mesmo resultado. Isso não acontece com o restante. E eu entendo de verdade o porquê desses outros mercados serem um pouco mais restritos. 

No primeiro ano de existência do blog, eu resolvi fazer uma lista de lançamentos fora do eixo que eu vim escutando durante os meses anteriores, e foi lá que eu expressei pela primeira vez o quanto eu tinha gostado da Lexie Liu, que já era famosa por fazer parte do K/DA e coisas assim que eu não dou a mínima. O Gone Gold, no entanto, EP que ela tinha soltado no comecinho de 2021, foi e continua sendo uma das minhas maiores obsessões, mas é importante notar como um punhado de músicas foi o suficiente pra fazer meu cérebro trabalhar em prol de buscar mais sobre a discografia da Lexie Liu e também outras artistas parecidas. Pra minha surpresa, esse EP foi o pioneiro nesse novo estilo “synthpop-distópico-industrial” e que, antes dele, a Lexie era só mais uma cantora de hip hop/trap com uma porção de takes medianos. E isso só aumentou a minha fixação pelos próximos passos dela.

Já são duas listas de asian hits que eu montei desde a criação do AYO GG e, nas duas, a Lexie conseguiu agarrar o primeiro lugar com folga. Em ALGTR, eu ainda estava em processo de digestão por ela ter pego a fórmula de Blinding Lights e reformulado a tal ponto que não conversasse mais com a sua referência original e criasse um novo mundo a partir disso, que é a proposta literal do MV, com todo aquele papo de planeta fragmentado machista que prende as pessoas em monitores ou algo assim. Já Magician (e, pelo menos, a primeira metade do álbum The Happy Star) me atropelou por completo e, logo depois, virou minha personalidade. O instrumental meio Castlevania 8 bits que toma corpo e se transforma num mantra eletrônico prestes a evocar uma entidade do mal foi a coisa mais quente que uma asiática lançou até aquele momento. Depois disso, a Lexie Liu sumiu do mapa musical. 

Com a estreia de delulu, eu sei e não sei o que esperar da gatona. A música é ótima, seguindo a mesma trilha eletrônica de lançamentos anteriores, dessa vez numa pegada mais drum and bass moldado a tal ponto que faz tudo soar muito caótico e frenético. E que ainda tá na moda, mas brilha na Lexie porque ela é a personificação de todo aquele rolê de futurismo que o Y2K prega. E por ser jovem, ver essa estética do passado colidindo com o conceito de ser delirante, uma maluca fanfiqueira na visão da Gen Z é muito curioso, criando esse universo completamente único que poucos artistas dentro do pop conseguem fazer. É algo meio mainstream acidental, e eu nunca sei onde a Lexie quer chegar com isso, mas ela sabe muito bem e acho que, no fim das contas, é o que importa porque, ainda que exista uma identidade musical forte, o fator surpresa sempre vai existir. Por isso ela é a peça mais interessante de se acompanhar no pop asiático atual. 

Vocês sabiam que agora eu vendo minhas artes? Lá na Colab55 tem algumas opções de produtos com estampas que eu fiz e você pode comprar pra ajudar essa pobre coitada que escreve o blog.

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Um comentário sobre “Lexie Liu, totalmente delulu das ideias, inaugura a seção mandopop no AYO GG

  1. Conheci a madrinha Lexie Liu com o BABILÔNICO “GONE GOLD” lá em 2021 e desde então também fiquei obcecada por ela. É cada bop que é impossível não se apaixonar. A Lexie e a Jolin Tsai são os meus nomes favoritos do mandopop e definitivamente duas das melhores artistas do pop asiático no geral. Inventivas, ousadas e muito talentosas.

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