[SabadOFF] Dez coisas que eu assisti enquanto estava doente

Mais um SabadOFF prontinho pra abril, mês esse que eu não sabia muito bem sobre o que falar até acontecer algo que costuma aparecer sempre na mesma época: eu fiquei doente. Não sei o que pega comigo em abril. Talvez seja a mudança de temperatura, de estar muito quente e, do nada, ficar frio, ou se são constantes coincidências, mas é quase certeza que algum vírus vai me abater em abril. Dessa vez, eu fiquei bem gripada e tive febre de quase 39 graus durante o feriado de Tiradentes. 

Então como eu fiquei de molho por, pelo menos, uns dez dias do mês, largada no sofá sempre que possível por parecer praticamente um defunto com o nariz entupido e sem forças pra fazer qualquer outra coisa, eu vi bastante TV. Daí decidi que seria legal divulgar algumas mídias que eu assisti nesse meio tempo porque mostra que eu sou bem eclética. E, olha, essa lista provavelmente vai ser a coisa mais diversa que você vai ver durante uns bons meses. Tem de tudo: série, dorama, filme, canal do Youtube, Twitch, reality… Preparem-se pro meu gosto esquisito.

iCarly (2007 – 2012)

Antes de ficar doente, eu assisti o reboot do iCarly na Paramount+ e achei muito bom, além do que eu estava esperando. Ver a série longe do Dan Schneider e com assuntos mais próximos da maturidade deu um charme inesperado, como piadas adultas realmente engraçadas e que, de alguma forma, são palpáveis mesmo que a gente não more em Seattle. Só que a original, vira e mexe, eu me pego assistindo. iCarly fez parte dos anos finais da minha adolescência e na minha TV tem um aplicativo que se chama Pluto TV, com vários canais específicos para determinadas séries. Então, antes de dormir, eu colocava no canal do iCarly até pegar no sono. Já vi a série toda umas duas vezes, mas sempre é um recurso nostálgico interessante que eu uso quando preciso.

South Park (1997 – atualidade)

Odiar South Park em 2023 é muito… Boomer. A série foi e ainda é tão transgressora que fica impossível não gostar, e eu tenho notado um crescente interesse dos jovenzinhos do Tiktok. Então, aproveitando essa explosão involuntária de popularidade, resolvi reassistir South Park desde o começo, e é muito engraçado como as primeiras temporadas tinham aquele humor tosco de peidos, cus, cocôs e todas essas coisas que crianças da idade do Cartman costumam falar mesmo, até o infame episódio com a maior quantidade de merda falada (literalmente) mudar radicalmente as diretrizes da televisão estadunidense. E daí pra frente, South Park se estabeleceu como uma mídia que, nem sempre acerta na piada crítica, mas quando acerta… É sempre uma maravilha. 

Tetris (2023)

Não só o fato do aespa ter lançado uma das melhores músicas do ano pra um filme da Apple TV foi o motivo de eu ter assistido Tetris. Na verdade, meu namorado queria ver e a gente foi adiando, até que culminou num dia sem nada pra fazer. Com muitas ressalvas, é um bom filme. Óbvio que, numa ótica ocidental, um filme que se passe durante a União Soviética sempre me deixa com o pé atrás. Aqui, Tetris se aproveita da falta de políticas de exportação de software da União Soviética pra impor os mesmos clichês que capitalistas tinham a respeito do país: de ser a cortina de ferro do mundo, extremamente burocrático, frio, atrasado. E até salvo pelo Mikhail Gorbachev, o que me rendeu uma gargalhada gostosa. Como um filme de ficção, eu recomendo. 

Ted Lasso (2020 – atualmente)

Ainda na Apple TV, Ted Lasso é minha terapia atualmente. E o melhor de tudo: eu nem preciso gostar ou entender de futebol pra assistir, porque as tramas fora do campo são tão boas e amarradas que o esporte acaba sendo o ponto de união de todos os personagens. É o que todo mundo tem em comum, e o que acaba juntando um enredo particular no outro. Fica difícil entender o porquê de poucas pessoas na minha bolha social assistirem essa série. Ver o crescimento do Ted como técnico, como pai e como pessoa me fez entender muito mais sobre mim mesma e os meus limites, a apreciar minhas conquistas e aceitar minhas derrotas. Toda vez que eu vejo Ted Lasso, eu me sinto em casa, é impressionante. Deve ser minha série favorita da atualidade. 

From Me To You: Kimi ni Todoke (2023)

Muita gente odiou essa adaptação aqui, porque os atores não tinham emoção nenhuma e o Kazehaya escolhido era feio (?). Eu mesma nunca assisti o anime ou o filme de 2010, e tenho máximo respeito pelo Haruma Miura, mas a versão da Netflix é uma graça. Em alguns momentos, eu até esqueci que eu tava doente. O romance inocente entre os dois deixou meu coração na boca por querer que eles assumissem logo que gostavam um do outro, mas ao mesmo tempo eu me senti muito boba com as borboletas no meu estômago voando de maneira desesperada enquanto o relacionamento deles queimava devagar. Kimi ni Todoke é um desses ótimos exemplos de romances colegiais que só o Japão consegue proporcionar. 

Diva Depressão (2013 – atualmente)

Não importa como eu esteja me sentindo, normalmente eu corro pro Diva Depressão pra melhorar meu humor. E durante meus dias de doente, o Edu e o Fih me fizeram muito feliz, principalmente quando eu pego alguns vídeos antigos pra rever. Sei lá, muita gente não gosta deles, acha forçado e tal; eu mesma acho os dois uns queridos. Eu gosto do jeitão escrachado do Edu porque sei que, de verdade, ele é um chorão, e isso se conecta muito comigo. Já o Fih tenta ser o ponto de equilíbrio dos dois, um parceiro que todo mundo gostaria de ter: centrado, compreensivo, sensato. E, na maioria das vezes, eles conseguem mudar o rumo do meu dia, ainda mais quando eu fiquei me sentindo deprimida por ter pego a gripe que eu peguei. 

Cid (2020 – atualmente)

Na contramão do conteúdo do Diva, meu canal da Twitch preferido é o do Cid, ex-Não Salvo, ex-criador de comunidades do Orkut, ex-humorista e sempre caloteiro. Eu, que acompanho o Cid desde o Orkut, sei que ele já fez muita bosta. Muita mesmo. Mas, sei lá, o humor dele é algo que sempre foi compatível comigo e, por isso mesmo, não consigo largar de mão. É um dos programas favoritos que eu tenho com meu namorado, normalmente a gente prepara a janta e coloca a Twitch na televisão pra assistir juntos. Ele já mandou um abraço pra mim no ao vivo e os nossos gatos se parecem. No geral, eu tenho muito afeto de longa data com ele.

Caravana das Drags (2023)

Preciso deixar claro que não consigo gostar de Ru Paul’s Drag Race. Também queria dizer que acompanhei a primeira temporada em 2009 na VH1, mas eu era uma adolescente estranha e achei que aquilo não vingaria porque, sei lá. Então chegamos aqui, 14 anos depois com o formato de reality de drags já consolidado e muito difícil de ser encarado sem cair na armadilha de parecer uma cópia. Mas o Caravana das Drags é extremamente divertido, uma homenagem ao queer brasileiro. Óbvio que o programa por si só tá recheado de problemas, como a eliminação injusta da Slovakia, as críticas infundadas a Frimes e uma exaltação exagerada a Chandelly Kidman, mas no geral é uma delicinha. Xuxa e Ikaro Kadoshi fazem uma dupla inesperadamente boa.

Nostal_Gi (2021 – atualmente)

Um tipo de conteúdo que eu me interessei durante esses dias doente foi o de lost medias, que basicamente são pedaços de mídia (ou mídias inteiras) que se perderam com o tempo, por diversos motivos. E o canal da Nostal_GI provavelmente é o melhor sobre o assunto aqui no Brasil. Ela é bem didática e paciente nas explicações e muitas coisas eu só soube da existência graças a ela. E o maior diferencial do canal é, sempre que possível, resgatar a memória de canais brasileiros através dos chamados icebergs, onde quanto mais funda for a camada, mais obscura é a mídia retratada. Tem algo muito charmoso e, ao mesmo tempo, triste sobre fragmentos da televisão que não estão mais disponíveis porque me faz refletir sobre como o audiovisual brasileiro é destratado. 

Treta (2023)

E por último, já seguindo os dias finais da minha gripe (inclusive eu nem terminei de assistir ainda) é essa nova série da Netflix. De um jeito inusitado, Treta mostra como um evento pequeno pode desencadear uma série de outros acontecimentos nas respectivas vidas dos envolvidos. E não necessariamente isso é culpa de alguém, mas às vezes a gente tá tão frustrado, puto, desgostoso com as coisas que qualquer motivo é um bom motivo pra briga. O ruim disso tudo é que o Steven Yeun se meteu numa polêmica meio pesada durante as promoções da série e isso tirou um pouco do meu foco pra assistir, mas ainda assim eu recomendo, porque é aquele tipo de história que pode acontecer com qualquer um. Isso se já não tiver acontecido.

Vocês sabiam que agora eu vendo minhas artes? Lá na Colab55 tem algumas opções de produtos com estampas que eu fiz e você pode comprar pra ajudar essa pobre coitada que escreve o blog.

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2 comentários

  1. Nostalgi e casal diva e depressão uns queridos. Um casal hétero que acompanho tem bem uns 10 anos é a Nilce com o Leon. Hoje em dia acho o Leon um chatão, mas a Nilce é um ser tão iluminado e carismático que eu simplesmente acompanho todos os canais deles por ela

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