LE SSERAFIM é o maior e melhor exemplo sobre o que é ser latina na atualidade com ANTIFRAGILE

Primas, como eu tava ansiosa pra comentar esse comeback, viu? Se é o rookie do ano eu não sei porque a disputa tá bem forte, mas que o LE SSERAFIM é um dos melhores grupos dessa quarta geração do kpop que tinha nascido morta e deu aquela ressuscitada, é um fato que ninguém pode contestar. Como já vi por aí, o dinheiro que a Mnet desembolsou pra comprar as vagas do IZ*ONE foi o mais bem investido da história; o que essas meninas tão fazendo nas suas respectivas carreiras não é brincadeira.

O MV de ANTIFRAGILE saiu ontem, não sei se por uma estratégia da HYBE já que algum querido vazou tudo na internet, mas o lançamento oficial foi hoje mesmo. E, bom, como eu comentei lá em cima, fiquei extremamente ansiosa pra chegar o dia de dar meus dois centavos sobre porque, enfim, eu amo demais o LE SSERAFIM e tudo que elas se propuseram a fazer até agora (talvez seja meu grupo preferido da atual geração). Pelas prévias, ANTIFRAGILE prometia ter uma abordagem bem diferente do debut, algo meio… Latino?!

Vem entender o que diabos aconteceu aqui.

Vou te explicar o que faz do LE SSERAFIM o melhor grupo dessa geração pra mim de uma forma simples: tenta imaginar, sei lá, o IVE, o NewJeans, o STAYC, qualquer ato mais famoso da atualidade performando uma música como essa. Conseguiu? Eu sei que não porque, por mais que esses grupos que eu mencionei sejam ótimos no que fazem, nenhum deles carrega consigo essa aura desafiadora e perigosa que as meninas do LE SSERAFIM têm. E de forma surpreendentemente natural. Você nunca diria que elas são coreanas sem o mínimo de informação sobre o grupo. 

ANTIFRAGILE tem influência óbvia da Rosalía com seu último álbum, Motomami, mas também carrega traços da discografia da Isabella Lovestory, que inclusive faz parte do time de compositores dessa faixa, ressuscitando uma trend do kpop que tinha sido dada como morta nos últimos tempos. Só que, diferente do latin-pop de anos atrás, lotado de moombahton e tropical house pedantes e altamente enjoativos, dessa vez a mescla com pop experimental dá uma sobrevida pro gênero e consegue soar poderoso sem a necessidade de apelar pro tenebroso girlcrush. 

Como o Dougie explicou no post dele, o LE SSERAFIM se joga completamente nessa persona latina. Servindo vocais crus e sotaques levemente espanhóis para as frases em inglês, é uma delícia acompanhar o instrumental de ANTIFRAGILE ganhando corpo até explodir num reggaeton pop selvagem no refrão. E a canetada da Isabella Lovestory é tão importante aqui porque dá veracidade pra imagem que a HYBE quer transmitir com esse comeback como um todo. Enquanto eu escuto ANTIFRAGILE evoluir, junto do clipe, é como se eu estivesse caminhando por la calle, absorvendo todos os sons caóticos e culturas plurais de um centro comercial, como a boa latina que eu sou. Mais uma vez a sinestesia cumprindo seu papel.

Outras podem até tentar, mas o LE SSERAFIM é o grupo mais completo do momento. Elas conseguem ser coreaninhas comuns na mesma medida e intensidade que são xerecudas, e eu admiro muito isso porque é o verdadeiro significado de ser um grupo versátil. Com o debut, elas demonstraram isso muito bem, e eu não esperava nada diferente dessa vez. Como um quinteto tudo parece ainda melhor, uma imagem mais enxuta, formações mais coerentes e linhas de sobra pras japonesas do grupo, que dessa vez mostraram todo seu potencial. Impressionante que, mesmo com um meteoro chamado Kim Garam (usado como artifício propositalmente ou não, nunca saberemos), elas não deixam de oferecer carisma pra quem para e escuta ANTIFRAGILE. São as fodonas latinocoreanas do fim do mundo mesmo. 

Escute também: No Celestial

Se o EP de estreia das monas já estava, assim, maravilhoso, esse daqui além de dar sequência na qualidade musical, me surpreendeu demais com a maturidade de gêneros e composições. Não sei se vou comentar muito porque me interessei o suficiente pra fazer uma review (festival de promessas), mas a tracklist é bem consistente e diversificada pra agradar todo mundo, mas ao mesmo tempo bastante ousada. O destaque fica pra No Celestial, uma tentativa extremamente feliz de rock cru que me lembra vagamente do Hole, e talvez seja a primeira vez que o grupo aborda o seu principal conceito sobre anjos. Bom, nesse caso são anjos caídos que não escondem seus pecados e lutam pra serem vistos como pessoas normais. Uma delícia! 

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3 comentários

  1. Essa música tá alojada na minha cabeça desde que saiu, sério, acho que não teve um earworm tão poderoso esse ano quanto essa title e eu tô amando isso. A discografia do Le Sserafim é tão boa que me faz esquecer da dicotomia entre o escândalo de bullying da Garam e a total queima de arquivo da bully Sakura

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