Deu pra perceber que o Kep1er não pode receber 20 centavos de atenção, caso contrário elas ameaçam acabar com toda a vida na Terra com armamento pesado, tipo We Fresh

Lançamento do Kep1er é sempre um evento onde várias gays amarguradas se juntam pra tacar o pau (eu inclusa). O pobre ano de 2022 tinha começado há somente três dias e elas acionaram o alarme de catástrofe em 180 países com aquele debut que, muito provavelmente, é um dos piores da história dessa jovem senhora que chamamos de pop coreano. Nada contra as gatinhas que foram obrigadas via “voto popular” a fazer parte dessa joça, mas o grupo soma mais erros do que acertos (estes que nem são tão acertados assim) e a possibilidade de um comeback é sempre acompanhada de um perigo global iminente.

Quando as fotos do novo EP saíram, junto de outros detalhes do conceito, eu confesso que fiquei balançada, mesmo sendo macaca velha e sabendo que, em 98% das vezes, as empresas nunca seguem à risca o material que elas fornecem como teaser (afinal, já fui EXO-L). A questão é que, depois do lançamento simpático de verão, eu decidi apostar novas fichas no Kep1er, até porque o terceiro comeback é, na maioria, aquele que define se um grupo vai deslanchar ou se autodestruir ao longo dos anos. 

De que lado vocês acham que o Kep1er se encaixa?

Aquela máxima de não poder elogiar senão estraga faz total sentido aqui. We Fresh já é o terceiro lançamento do Kep1er que eu cubro na íntegra e a total falta de noção da Wake One em como lidar com essas garotas é quase palpável, num nível, assim, desesperador. Claro que isso não chega aos pés da tenebrosa WA DA DA (e eu nem quero que algum dia chegue), mas como foi que o trem descarrilhou tanto desde junho? Eu até tive que fazer uma pausa e ler meu post anterior pra entender como esse grupo é o mesmo que o de meses atrás. 

Ainda que não soe tão ruim quanto o debut, We Fresh falha miseravelmente nas duas vertentes que se propôs a apresentar. Como música “séria”, de uma forma que mostre que as meninas amadureceram de lá pra cá, não funciona, pelo simples fato de que elas tentam ser iguais a grupos como (G)I-DLE ou até mesmo o Billlie, que lançaram lá seus rockzões e que deram muito certo. E We Fresh até tem esses momentos; a música começa forte, com uma coreografia super marcada que fez meu coração bater bem forte, mas tudo é completamente desperdiçado segundos depois. Eu nunca tinha sentido frustração física até hoje. 

E o instrumental excelente é arruinado pelo próximo ponto, que é essa tentativa irritante de parecer uma faixa engraçadinha. Existem várias maneiras de adicionar descontração na música, e o rock de We Fresh JÁ ESTAVA CUMPRINDO ESSA COTA MUITO BEM, então por que DEMÔNIOS colocaram todos essas onomatopeias e sintetizadores e vocais falados? Elas tinham o comeback que faria O FAVOR de virar o jogo e dar um pouco de dignidade pra carreira, mas a produção porca sem definição em prol de parecer mais “descolado” e “pop” faz o Kep1er cair de um barranco tão alto que é difícil se levantar de novo.

We Fresh é um comeback que quer parecer ousado, mas é exaustivo. Sério, achei a música lotada de informação e, boa parte dela, é encheção de linguiça pra ficar maior, claramente um resultado de más escolhas, desde o time de produção até um direcionamento artístico que faça com que elas realmente se destaquem como um grupo forte da nova geração. A essa altura, outros atos que surgiram na mesma época, como o IVE e o LE SSERAFIM, tão botando o Kep1er pra mamar bonito e, se a empresa não correr atrás desse tempo que perderam fazendo gracinha na sala de gravação, dois anos e meio é mais que o suficiente pro grupo implodir com as suas próprias armas nucleares.

Escute também: Downtown

O EP também não tá lá aquelas coisas, não. Quer dizer, pela estética retrofuturista, eu imaginei um direcionamento maior para músicas new wave ou, sei lá, qualquer coisa que me remeta aos anos 80 sem parecer óbvio demais (juro, a estética da capa linda demais pra ser desperdiçada assim). A boa novidade é que acertaram em metade das faixas (já que são quatro), e não são coisas que eu vá ouvir uma vez pra nunca mais. Tem uma tentativa de refazer aquele hino de gostosa gemendo no Cine Privê que o WJSN fez no ano passado (certeza que elas trocaram figurinha no Queendom) que é bem boa, mas pro post eu vou recomendar Downtown porque eu, por algum motivo, achei a cara do Red Velvet nos seus bons anos. É um R&B adulto, suavemente dark e bem feito por um bando de pirralhas (e a vovó Yujin), vale a pena escutar. 

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