Comentando alguns lançamentos do verão coreano enquanto eu continuo gripada no inverno brasileiro

Pra quem não sabe, eu fiquei bem doente essa semana e fiquei sem pique pra escrever aqui, mas isso não quer dizer que eu deixei de escutar (e criticar) os lançamentos aqui em casa. Daí resolvi aproveitar que três periféricas do kpop resolveram soltar seus respectivos comebacks (ou debuts, depende do ponto de vista) no mesmo dia e juntei tudo numa pauta só, assim a Xepa de domingo não fica tããão extensa pra comentar. 

Começando com um grupo bem low profile, o H1-KEY, cujo conceito é praticar esportes e ser saudável (essas coisas toscas fazem tanta falta no kpop), realizou seu primeiro comeback após a saída da integrante reaça que admirava o pai por ter apoiado o golpe militar na Tailândia. Já botaram outra novinha no lugar dela e eu, que já nem lembrava da cara de ninguém ou da música que elas lançaram antes, to tratando isso aqui como um debut. 

Olha, pra ser sincera, isso aqui é bem decente, tanto em termos de produção quanto de promoção, já que eu acompanhei um pouco de longe o cronograma de postagens do comeback. É um grupo aleatório com uma ideia boba vindo de uma empresa que saiu sei lá de onde e, ainda assim, o trabalho foi feito, sabe? Claro, não é um primor de música, os vocais são esquisitos em algumas partes, a letra é uma groselha, mas às vezes debutam umas coisas tão horripilantes que chega a dar dó. Aqui deu pra sentir um empenho coletivo em deixar o resultado legal sem humilhar e ser humilhado.

Run tem uma vibe bem de verão adolescente, daqueles que a gente vê nas comédias românticas. Inclusive, as locações escolhidas lembram muito a Flórida, uma coisa meio Spring Breakers sem toda a trasheira do filme por trás, além de ser tudo bem editado e com uma fotografia legal. No geral, um popzinho básico que não ofende e dá pra ouvir sem levar muito a sério. Além disso, Run rendeu um single álbum com mais duas faixas e, pasmem, uma delas é muito boa, to até agora processando o que eu ouvi e decidindo se eu gostei. 

O próximo é o IRRIS, que na verdade se trata de um re-debut, juntando parte da galera do ridiculamente hilário REDSQUARE, grupo onde os envolvidos transcenderam, atingiram o nirvana e acharam uma ótima ideia o conceito do debut ser não divulgar o rosto. As coitadas morreram sem ninguém nem saber quem era quem e, bom, agora elas agarraram a segunda chance que foi dada, sem esconder a cara de ninguém, e lançaram Wanna Know.

Tive a leve impressão de estar ouvindo uma reciclagem bem menos explosiva e mais púdica de Golden Touch, da Namie Amuro, colada num refrão saído diretamente de Focus, da Ariana Grande, mas na prática isso ficou bem ruim. Parece que elas tão sempre atrasadas em relação ao instrumental, ou que os vocais são de uma música completamente diferente e foram sobrepostos por meio de edição. Junta tudo isso com as vozes bem ardidas e, pronto, péssimo. A ideia é boa, poderia ter dado certo com outra abordagem na produção, mas do jeito que saiu achei bem desconfortável de ouvir. 

Deixei as mais “famosas” pro final pra tentar segurar quem tá lendo esse post. Eu queria ter feito uma pauta solo pro VIVIZ, mas, enfim, a gripe não deixou e elas vieram parar aqui. Só que, no fim das contas, acho que foi até melhor. Recém-saídas de uma terceira posição na final do Queendom, e com uma trajetória nem tão memorável assim, o VIVIZ resolveu abrir um espaço maior na agenda pra não competir tanto com os lançamentos que já estavam programados, como o do LOONA e do Kep1er que saíram no mesmo dia. Achei uma boa estratégia, ainda mais se eu soubesse que Loveade seria o que é.

A principal falha de Loveade é não ter o pulso que ela aparenta. Tipo, o instrumental é bem legal, tem refrescância, traz uma certa memória aegyo pra esse verão (algo que tava em falta e, pelo jeito que as coisas andam, tem demanda), mas o jeito que o VIVIZ trabalha em cima dele deixa tudo muito aguado, igual a um picolé caseiro feito com o que sobrou do Tang. Sabe? Loveade é a soma de uma música fofa e vocais mais fofos ainda e, apesar de ter elementos individuais muito bons, infelizmente ela acaba indo pra lugar nenhum. A nossa sorte é que essa outra aqui é muito bucetuda e daria uma ótima title, ou seja: o VIVIZ sabe como fazer faixas veranescas pras GLS, elas só precisam largar um pouco do morto GFRIEND. 

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2 comentários

  1. Eu queria tanto que o Viviz superasse o GFriend… Os dois lançamentos delas eu senti que o defeito foi esse negócio de reafirmar toda a hora que são um grupo de ex-membros do Gfriend, principalmente na música que elas replicam muitas das características que funcionaram bem no antigo grupo (mas será que funciona pro trio? Pois é). Tava esperando algo mais diferente delas, alguma característica que dê pra dizer “isso é muito o VIVIZ”… Enquanto esse dia não chega, eu vou só acompanhando na torcida mesmo 😞

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