Se você não conhece a BoA em 2022, você é um canalha. Simplesmente não tem como gostar de pop asiático ou qualquer outro nicho sem saber o tamanho da BoA e a contribuição dela pro cenário que existe hoje, principalmente no que se diz sobre fazer kpop. Digo isso porque, vira e mexe, eu topo com alguma criança no Twitter chamando a kween de flopada ou de inútil e, assim, não sou de ficar defendendo artista não, mas com a BoA não tem como.
E a bicha é tão insignificante que, depois de completar vinte anos de carreira coreana em 2020, agora ela tá completando duas décadas de carreira no Japão. Até agora, foram mais de 40 singles inéditos e nove álbuns japoneses, popularizando lançamentos e promoções ativas de artistas coreanos fora da Coreia do Sul, quando o álbum Valenti vendeu mais de um milhão de cópias. Agora, provando que não é bagunça, ela revisitou alguns singles importantes da carreira num compilado, além de nos agraciar com a inédita The Greatest.
Fica bem confortável aí na sua cadeira que a mamacita vai passar.
Enquanto as principais j-véias estão sucumbindo conforme os anos passam (Ayu é uma exceção já que, mesmo surda e com os vocais distorcidos, lançou uma ótima farofa semanas atrás), a BoA continua se segurando no seu status de diva pop. Isso porque The Greatest consegue passar despercebida como uma música fácil sobre o amor e tal, mas ela ganha camadas bem interessantes quando analisada de uma ótica mais egocêntrica, com a BoA celebrando as suas conquistas e vitórias durante 20 anos de carreira enquanto canta sobre ser a maioral. Não tem como The Greatest ser diferente disso, e acho que eu nem gostaria de saber se fosse.
Os melhores momentos da BoA como artista, pra mim, vieram da carreira japonesa, principalmente na década retrasada. Enquanto ela soava muito menininha inocente nos seus primeiros anos como solista da SM, a avex fez questão de tratar a imagem dela de um modo quase paradoxal. É como se existissem duas cantoras diferentes em países diferentes e, nesse aspecto, o Japão mandou bem demais com a BoA. É só ouvir Listen To My Heart e entender: a partir dali que ela lançaria singles extremamente bem feitos dentro da forma pop, um melhor que o outro, como um efeito dominó. Não é a toa que, até hoje, ela é a única artista estrangeira a ter feitos comparáveis com a Ayu e Utada.
The Greatest, além de ser uma ótima homenagem pra si mesma, é um belíssimo retorno dessa diva pop que a BoA sabe ser tão bem. O EDM é moderno e, ao mesmo tempo, remete aos anos de ouro que ela teve como uma das solistas mais queridas e bem sucedidas do Japão. Um pacote completo pra quem é fã ou pra quem simplesmente quer se desligar um pouco da vida e ouvir um batidão homossexual, grupos esses que a BoA sempre serviu de forma excelente. Quando a avex larga um pouco a vida de açougue e trabalha de verdade, coisas assim acabam saindo.
As cacuras japonesas fãs da BoA, assim como as cacuras de outras partes do mundo, provavelmente vão ficar em polvorosa em ver a bicha acertando pra caralho aqui. Acho que nesses últimos dois anos, onde vimos ela trabalhar em cima das comemorações das suas duas carreiras, foram os que mais renderam músicas fudidas de tão boas. Na Coreia do Sul, tivemos Better, com uma tracklist impecável do começo ao fim. E agora em solo japonês, temos a coletânea The Greatest, um single inédito maravilhoso e mais dez regravações de outros ótimos momentos da BoA. 35 anos e ainda dá uma surra de absolutamente tudo nas novinhas com a carreira milionária… Ela é a BoAzuda mesmo.
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