E veio aí a notícia que ninguém esperava: o Apink voltou! Muito importante o grupo fazer seu comeback depois das polêmicas da Chorong e a recente mudança da Naeun para a YG (e, junto disso, a empresa fazendo de tudo pra atrapalhar a agenda da coitada) porque só prova que elas são um dos grupos (se não O GRUPO) mais consistentes e longevos, e a existência delas gera um impacto significante no cerne do kpop como indústria.
O comeback veio em formato de “álbum especial”, talvez uma comemoração mais digna e memorável aos dez anos de carreira, já que, apesar da importância do marco que elas alcançaram como um grupo que veio de lugar nenhum, não dá pra dizer que Thank You foi um retorno tão bom. Dessa vez, as monas voltaram com um material de DEZ FAIXAS INÉDITAS, macetando todas as outras empresas que se propõem a fazer a mesma coisa (sim SM, estou falando com você).
Como será que tá essa nova das chifrudas do house coreano? Vamos dar uma olhadinha.
O que eu mais tenho gostado no Apink nesses últimos anos é a fidelidade e o comprometimento delas com essa nova sonoridade. Não só foi um revamp necessário, como encaixou nelas como uma luva, e é muito nítida essa quebra de conceitos quando a gente analisa a linha temporal do grupo, quase como se a gente conseguisse dividir entre Antes de Cristo e Depois de Cristo. Esse caso do Apink como a nova trupe de gostosas do kpop foi o mais bem sucedido de toda a história porque foi aquele tipo de oportunidade no tempo e lugar certo, daquelas que só aparecem uma vez na vida.
E não só isso. Quando a gente pega a história do Apink desde I’m so sick, que foi basicamente o renascimento delas na indústria, é muito louco como essa sonoridade vai se aprofundando e se refinando cada vez mais. Claro, existem muitas similaridades entre esses últimos trabalhos, mas não é algo cansativo de ouvir. Elas sabem servir o público LGBTQIA+ como ninguém, proporcionando farofas melancólicas que pulsam dentro da nossa alma, uma demanda que, atualmente, tá sendo difícil de preencher no kpop.
Pra mim, Dilemma é o Apink em um novo patamar, talvez o auge do que elas poderiam fazer com esse novo som-assinatura, e ainda assim consegue ser muito mais. Produzida pelo brilhante Black Eyed Pilseung, é o melhor resultado possível de uma produção dessa fase atual do grupo: um pop triste esperado e imprevisível ao mesmo tempo, bem estruturado tanto pelos sussurros versados, quanto pela potência vocal da Eunji, dessa vez bem mais contida, fazendo uma escadinha com a Bomi, dando esse contraste entre vozes profundas e estridentes no refrão.
Porém, a força de Dilemma mora nos sintetizadores. Não lembro de ter ouvido algo assim, pelo menos, nos últimos cinco anos, mas mesmo que não seja exatamente novo, o Apink serve de uma forma que parece fresco. Tem algo aqui que me lembra trance, com todas essas notas entrelaçadas que formam uma coisa maluca, mas hipnótica de se ouvir. E quando a gente pensa que não tem como ficar melhor, chega a ponte. E que ponte, amigas! É aqui que dá pra notar como essa música é superior a tudo que o Apink lançou até hoje porque, sem dizer uma única palavra, Dilemma se torna uma fortíssima candidata ao meu top 10 de 2022.
Até aqui, o grupo conquistou muita coisa, talvez mais do que elas pudessem imaginar um dia. O MV vale milhões e mostra o poderio que cada integrante tem individualmente (aliás, uma coisa que esse revamp soube trabalhar muito bem também), mas eu sinto que, se o Apink morrer depois disso, elas vão morrer com MUITA dignidade. Mesmo que a segunda parte não seja lá aquelas coisas, hoje em dia não tem um ato coreano que sirva esses popzões classudos assim, com tanta maestria, e acredito muito que elas serão lembradas principalmente por isso. Tem que respeitar.
Escute também: Red Carpet
Ao contrário do que eu esperava, o Horn é um álbum bem lugar comum. Tem de tudo e, apesar de bastante qualidade e faixas que nem se aproximam do que um dia o Apink foi, ainda assim eu não curti tanto. Mas é aquilo, né? São boas músicas, bem produzidas, algumas conseguem até exalar um pouco da maturidade que o grupo veio trabalhando durante todos esses anos, e mesmo aquelas que são mais calmas, fofas ou baladinhas entregam alguma coisa. Red Carpet, que parece ser uma música de unit, formada pela Bomi, Naeun e Hayoung, foi a que eu mais gostei. É um número bem divertido, com um instrumental que soa como um retrô não-convencional, por vezes melódico, por vezes meio girlcrush? Enfim, foi uma surpresa agradável ali na tracklist e eu tenho certeza que essa música vai descer redondinha comigo ao longo dos dias.
Acompanhe o AYO GG nas redes sociais:
Se você gosta muito do AYO GG e quiser transferir uns trocados pelo Pix, utilize a chave rafaellasolla@hotmail.com.