Dizem que 2021 foi o ano das solistas so far, mas se tem uma coitada passando necessidade, essa pessoa é a Somi. Além de viver das sobras de alguém desde o debut solo, o material dela tem se mostrado cada vez mais fraco, o que é bem decepcionante. Bom, não dá pra esperar muito de uma subsidiária da YG, né?
Depois de colecionar um single por ano, a gatinha ex-miss bumbum do IOI viu Deus fazer um milagre diante dos seus olhos e fornecer não só mais um comeback antes de 2021 acabar, como um álbum completo também. Tudo bem que metade é reciclado, e que o marketing foi horripilante, mas parece que a vida finalmente tá sorrindo pra Somi. Parece.
Antes de começar a análise, vamos dar uma olhada no MV.
Vamos aos fatos: XOXO é xoxa. Que música mais insossa… Nada aqui consegue prender minha atenção, são só um monte de visuais bonitos num MV bem produzido (sério, a Somi tem exatos dez figurinos em quatro minutos de música, a lavagem de dinheiro da YG tá a todo vapor). Só que fica nisso mesmo: uma embalagem bem feita e cara, mas que na verdade é uma casca vazia.
Eu já falei algumas vezes que a Somi poderia carregar uma carreira solo, mas parece que nada dá certo com ela. Não sei se é a identidade da empresa que é muito forte e que simplesmente não combina, ou se a gente tava muito acostumado a ver o fenômeno que ela era no IOI, mas XOXO não lembra em nada a diversão escrachada de Birthday. É como se a Somi estivesse se dissociando da sua imagem inicial e, como eu li uma vez em algum lugar que eu não lembro, nem sempre ser versátil significa ser bom.
Pontos positivos: mesmo sendo uma produção do Teddy, XOXO se aproxima muito mais de Lovesick Girls do que o restante dos pancadões sofríveis que ele produz. Tem refrão e tem uma garotinha traída se vingando com gosto, porém (eu não acredito que eu vou dizer isso) o conceito ficou muito melhor no Blackpink do que na Somi. De alguma forma, ela não consegue segurar a imagem de chifruda surtada na sua jornada para se tornar uma nova mulher (como diria Karol Conká). Além disso, esse instrumental é bem derivado de On the Ground, que por sua vez reciclou Solo, o que dá a entender que o Teddy só trabalha em dois moods.
Eu me arrisco a dizer que DUMB DUMB acaba sendo mais simpática do que isso aqui, e olha que eu critiquei na época. Isso é reflexo do quanto a carreira da Somi é qualquer coisa, mesmo que ela se esforce e tenha suas participações no álbum. Eu sei que a culpa não é dela e eu queria muito que entendessem que a gata não tá dando conta do conceito que tá rolando aqui. Ninguém tá pedindo complexidade; a gente quer um pop fácil, mas que seja bem feito. Não sei se isso é demais pro processamento de dois neurônios do Teddy, mas pelo menos finge que dá a mínima pra essa garota, por favor.
Escute também: Anymore
Se você viu meu post das minhas apostas pro kpop no começo do ano, sabe que eu cantei a bola pra darem um mini álbum pra Somi. E eu meio que acertei, já que eu não aceito que isso é um full álbum nem que me paguem porque 1) tem oito músicas; 2) metade delas são singles anteriores. Ainda assim, dá pra considerar isso um lançamento mais encorpado; uma pena que as faixas sejam simples demais pro meu gosto. Anymore é a mais gostosinha de todas por ter uma energia de garota básica tal qual a Olivia Rodrigo e seu álbum estranhamente aclamado (toma cuidado pra não roubarem de você, Somi). É um típico número que se encaixa em qualquer série adolescente da Disney com uma pegada rock wins da segunda metade dos anos 2000. Não é a melhor coisa que você vai ouvir, mas consegue te descontrair quando você precisar.
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O que me emputece é a YG se achar o máximo e manter essa exclusividade do Teddy pras artistas mulheres. Enquanto os manos tem uma mega liberdade artística (o que infelizmente não significa muito, já que 99% do que os machos da empresa lançam é chorume), as garotas dependem totalmente do Inutiddy Park, que aliás, provou que hoje em dia, só consegue ser um produtor de verdade quando faz parceria com alguém, e de preferência, fazendo o mínimo possível na colaboração (Lovesick Girls, os trabalhos dele com a Sunmi e a Anda do porão não me deixam negar isso). Quanto a Somi, ela é só mais uma que caiu nas (des)graças dele. No mais, torcendo pra que a YG resolva dar residência pra compositores melhores, como o grupo Sweetune, que aliás, poderiam até servir de influência pro Lixeddy
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