Enquanto o destino (e os netizens) definem se o (G)I-DLE faz um comeback ou não, a Cube continua vendendo a imagem do grupo através de atividades solo. Foi assim com o debut da Yuqi, está sendo assim com a Minnie através da nova sitcom da Netflix, a Miyeon tem um programa de rádio e a nossa cantoura-produtoura-compositoura-versão coreana do meme da Giovanna Antonelli racefluid favorita fez sua volta solo com um mini álbum.
Desde a primeira divulgação, eu amei. Amei cada segundo do cronograma disso aqui, mais pela estética de fast food do que qualquer outra coisa. Como a Soyeon costuma estar envolvida na produção dos comebacks do (G)I-DLE, eu quero imaginar que ela explorou cada centímetro do conceito e teve a ideia genial de fazer o físico do álbum em forma de lancheirinha. Parabéns, conseguiu arrancar dinheiro fácil dessa tonta aqui.
Sobre a música? Não sei, vim com zero expectativas. Vamos dar uma olhadinha no MV.
A Soyeon é o que eu defino como artista; a gata consegue transitar entre personalidades tão facilmente como troca de roupa, e eu acho isso fantástico. Como cantora solo, ela traz a sua faceta mais divertida e irônica, resultando em músicas leves e descompromissadas que vão na contramão do kpop atual, e isso vem muito do fato dela mesma estar por trás da produção das suas músicas.
Beam Beam pode até não ser seu tipo de música, mas ela também não falha em nenhum momento. Tem verso cantado, tem rap, tem melodia, tem tudo na medida certa, sem exageros ou nada que tente provar algum ponto. É uma música de verão, feita pro verão e com características de verão: alegre e gostosinha de ouvir. Eu gosto muito dessa fusão de gêneros que ela fez aqui, com os versos emulando uma espécie de country pop meio Shania Twain que explodem num rock alternativo que lembra muito o Smash Mouth. Não é algo que a gente imagina dando certo, mas que combinaram perfeitamente nas mãos da Soyeon.
A ambientação do MV deixou um pouquinho a desejar. Têm algumas cenas soltas que poderiam ter sido substituídas por mais do dia-a-dia da Soyeon na lanchonete, ou até mesmo poderiam ter utilizado aquele food truck de forma mais inteligente, mas no geral é muito legal acompanhar essa rotina entediante de alguém que sonha em ser mais do que a funcionária do mês. Quando ela se transforma numa rock star com os hamburguinhos servindo de banda é maravilhoso; contrasta com a realidade fria descrita nas letras, “bem-vindos ao mundo dos adultos”: aqui nós precisamos trabalhar em empregos de verdade pra pagar as contas.
Eu nem acredito que eu curti isso aqui de forma genuína, sério. Nem é uma música que eu precisaria ouvir mais vezes pra entender se eu gostei, a conexão aconteceu de forma orgânica. Talvez meu estranhamento seja fruto da roupagem estranha de rapper badass que botam na Soyeon sem entenderem a tridimensionalidade dela perante os diferentes projetos que ela participa. Beam Beam tem tudo pra continuar na minha playlist por um bom tempo, sendo aquele tipo de música que me faz sorrir automaticamente logo nos primeiros segundos. E a Soyeon só precisou se apropriar do Wendy’s pra isso.
Escute também: Weather
Como eu disse lá no começo do post, a divulgação desse comeback foi extremamente diferenciada por conta da Soyeon tomar conta de basicamente tudo, e isso me fez amar cada segundo da agenda. Um dos pontos mais altos do Windy foi o audio snippet do álbum apresentado pela própria Soyeon, contando um pouquinho sobre o processo da tracklist e pra qual situação cada uma se encaixaria. Sobre Weather, que deve ser a escolha mais óbvia da blogosfera, ela explica que a música é perfeita pra ouvir durante os dias chuvosos e eu não só digo que ela tá certa como eu escutaria Weather depois de cancelar um rolezinho e ficar trancada em casa procurando alguma coisa pra fazer, mas, mais que isso, Weather é um soul bem melancólico, soando quase como uma versão mais triste de Mercy da Duffy. A fanbase tá dizendo que a Soojin serviu backing vocals… Sendo verdade ou não, a Soyeon também acertou bastante nessa música aqui.
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vc me representou em cada comentário, também amei esse álbum desde toda a programação e o fato dela ter literalmente criado uma personalidade “windy” pra criação do mesmo. Foi bem divertido acompanhar até o lançamento por causa do documentário tb, ela se doou de corpo e alma nesse solo, espero que mais artistas femininas tenham a oportunidade de criar algo genuíno assim nessa indústria desgraçada
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