Erm, então, isso é meio constrangedor, mas… Será que você, leitor, ainda se lembra dos bons momentos que passamos juntos nesse pequeno diário online que é popularmente conhecido como blog? 

Deixando essa sensação estranha e desconfortável de lado, ontem fez *exatamente* um ano desde que eu me despedi, ainda que momentaneamente, aqui do AYO GG (e eu juro que eu não programei esse retorno). Não preciso analisar muito pra entender que foi o movimento mais consciente que eu poderia ter feito. Naquela ocasião, eu descrevi como era a minha percepção em relação ao trabalho, a minha idade e as minhas paixões; tudo parecia se degradar com tanta facilidade. Sabe quando você é criança e monta um castelo na beira do mar, onde a areia é mais densa e ele vai derretendo com o passar dos minutos e não tem muito o que fazer porque é a física sendo aplicada diante dos nossos olhos (areia molhada = mais peso = gravidade agindo)? Então, meio que era a minha mente naquele momento. 

Dias antes de tomar aquela decisão, eu tinha me deparado com algumas situações, evitáveis ou não, que foram tirando minha motivação pra viver. Era o último ano dos meus 20 e minha saúde tava pior do que nunca, resultado de passar aproximadamente 15 horas na rua, nem sempre indo pro escritório (que era longe da minha casa), mas também visitando clientes, às vezes em lugares insalubres de São Paulo, correndo perigo e sem comer direito por falta de tempo. Durante o trabalho, eu tive meu celular pessoal roubado no centro da cidade e mesmo assim tive que aplicar o treinamento da empresa. Fiquei doente depois do show do TWICE como nunca tinha ficado antes e comecei a ficar paranoica achando que nunca mais algo ia parar no meu estômago. No meio disso tudo, eu não tinha mais cabeça pra saber a última atrocidade lançada pelo ITZY ou algo assim. 

Com o afastamento do blog, tentei me reconectar com algumas coisas que deixei pra trás por qualquer motivo que fosse. Comecei a autoescola (e reprovei duas vezes no exame final), entrei na academia (não to consistente, mas a gente vai levando), comprei um baixo (e toco mais ou menos), fiz quatro tatuagens e, principalmente, voltei pro meu conforto musical, aquilo que realmente me fez começar a ouvir música da forma que eu ouço hoje: Beatles. De quebra, acabei me aproximando do meu pai de um jeito que nunca tinha acontecido. Com o meu dinheiro, comprei ingressos pra gente ir no show do Paul McCartney que aconteceu em outubro, o primeiro da vida dele. Realizei o sonho de um senhor de meia idade depois de tudo que ele fez por mim. 

Mas aí que vem a pergunta de vocês: você se afastou do pop asiático? Mais ou menos. Pelos primeiros meses acho que sim, meio que pra evitar o arrependimento de ter largado esse espaço, mas eu nunca deixei de visitar o AYO GG e ler qualquer post aleatório que eu tenha escrito, além dos comentários que vocês deixaram por aqui, algo que foi crescendo e crescendo nos últimos meses de atividade. Foi uma forma de voltar ao eixo, de entender um dos meus propósitos dentro da internet. Por ter tanto carinho pela comunidade que eu construí que eu continuei pagando o domínio do blog mesmo sem postar nada. 

O que eu quero dizer com tudo isso? Bom, hoje eu to num emprego novo, mais flexível e mais perto da minha casa. Daqui quatro meses eu completo trinta. Voltei pra terapia. Faz um tempo que não penso em me desviver. Talvez, SÓ talvez o AYO GG retorne. É algo que eu ainda preciso pensar e me organizar caso aconteça de verdade. Como eu não pretendo mais usar o Twitter, pode ser que 90% das pessoas que me liam nem saibam que eu dei esse boletim sobre a minha situação atual, mas acho que é uma coisa que eu tenho que levar em consideração e dar o braço a torcer, nem que a minha conta por lá seja praticamente um bot disparador de posts novos. 

Enfim. No mais, meus queridos, estou viva e bem. Não prometo nada, mas a vontade de voltar a escrever sempre esteve presente aqui dentro do meu coração. Acima de tudo, queria que vocês soubessem o quanto eu me divirto com o AYO GG. 

Já diziam três sábias senhoras de Hiroshima: a busca pelo melhor é uma jornada infinita, mas é uma prova da nossa existência. 

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