Tem esse grupo de uma subsidiária da Hybe que debutou deveras parecido com outro grupo de outra subsidiária da Hybe, uma história que vocês já devem saber de trás pra frente. Eu mesma não sei dos detalhes já que o blog estava no seu período sabático, mas aparentemente o trabalho da Min Heejin era tão bom que os executivos subordinados ao porco da Telesena Bang PD resolveram se apropriar do material que, tecnicamente, já era deles também e criar a sua própria versão do NewJeans. Ou algo assim, posso estar inventando. 

Enfim, o ILLIT surgiu ano passado com a ótima Magnetic, que viralizou horrores no Tiktok e tudo mais, e isso meio que abriu uma caixa de pandora nos corredores da Hybe, levando Min Heejin a fazer uma coletiva de imprensa com cara de fudida, vestida igual um adolescente de 13 anos que não toma banho, ameaçando levar as cinco pobres do NewJeans debaixo da asa para redebutarem em outro lugar porque elas eram propriedade intelectual do seu portfólio e ninguém tinha o direito de fazer o que fizeram. Segue com o NewJeans perdendo mais uma ação na justiça, com pessoas internet afora esculhambando as coitadas por terem matado o kpop, e a Hybe enchendo o cu de dinheiro querendo soltar mais uma ameaça global que eles chamam de boygroup. Pode sair tranquiluxa de casa, bebê, porque o otário e o malandro já se encontraram na rua hoje. 

No meio disso tudo: 

Tá, eu nem me importo muito com esse ILLIT aí. Magnetic continua muito legal de ouvir e, na boa, nem é tão parecida com as músicas do NewJeans. Quer dizer, elas pegaram o mundo de calça arriada com o upload inesperado de Attention no YouTube e foi mágico acompanhar o trabalho por trás, como se realmente estivéssemos nos anos 2000 e o sucesso fosse algo orgânico. Depois todo mundo seguiu o curso natural e buscou seu próprio ganha-pão nisso, tal qual rolou com o surgimento do Blackpink anos antes. Uai, não é assim que as tendências funcionam? 

Só porque a Hybe tem mais dinheiro e realmente estava de olho no processo da Min Heejin desde o início pra conseguir reproduzir uma versão mais fidedigna das demais é um plágio? Ah, para.

Brincadeiras à parte, eu realmente acho que os produtos finais não se parecem. Ambas são músicas muito cativantes e a diferença é que o NewJeans continuou trilhando esse caminho de forma consistente, enquanto o ILLIT simplesmente não tem carisma. A Min Heejin tem amor pelo que faz, não interessa se ela é maluca ou consulta um xamã pra tomar decisões importantes; pelo catálogo da Hybe, sabemos que eles não possuem esse fogo no olhar porque, bom, é uma indústria gigantesca por si só e, como toda indústria, eles produzem manufaturados em massa. Por isso não posso chamar o ILLIT de cópia do NewJeans. 

Ainda assim, Do the Dance impressiona mais do que 90% dos lançamentos atuais. Não só por ser esse um passo mais distante da sua principal “inspiração”, se apropriando do french house pra entregar uma faixa borbulhante e simpática, mas é também uma sonoridade que faz falta no cenário atual. E é muito curioso como o principal algoz pra situação atual do NewJeans (que eu nem acho que sejam elas de fato; quem pensa assim tem dois neurônios e meio) é justamente aquele que decide se afastar desse título. Provavelmente a Hybe entendeu que elas cumpriram seu papel e agora tem outras vertentes a explorar. Provavelmente a Hybe entendeu que elas cumpriram seu papel e agora vão dar qualquer merda pra elas interpretarem. 

De qualquer maneira, o tiro meio que saiu pela culatra pra mim. Do the Dance é divertida e eu já sou adulta, não vou fingir que não gostei e nem vou me fazer de difícil. As garotas são robóticas, cascas vazias de um idol (que já é uma casca vazia por si só) e assistir esse MV beira o sinistro com esses efeitos que deixam as gatuxas parecidas com um bando de Magalus no começo de carreira, mas a música é uma graça. É a oportunidade perfeita pra espiar o que mais o ILLIT tem a oferecer, e se elas não oferecerem nada depois disso, tudo bem também. Não é como se a derrota delas fosse trazer o NewJeans de volta. A Hybe substitui todo mundo em dois tempos.

O EP, pra minha gratíssima surpresa, é um dos melhores do ano. Tirando a primeira faixa, pré-release tenebroso que saiu dias (?) atrás, todas giram em torno dessa atmosfera catita, borbulhante, adolescente, que pode até ser frenética e trazer traços de nightcore em certos momentos. Genérico, sim. Um pouco linear? Talvez. Mas, em 2025, temos que abrir mão de certos orgulhos e apreciar as oportunidades escassas que a vida nos oferece para sorrir. Então sorria com o ILLIT por enquanto. Quem sabe o NewJeans não volta numa dessas também pra reconstruir o que elas, supostamente, destruíram? 

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