Desde a estreia, o aespa é a grande interrogação no catálogo da SM. Elas inauguraram um universo distópico e compartilhado por outros artistas da empresa e que, ainda, me parece uma bobajada feita pra vender. E eu não ligo pra essas coisas ridículas hoje em dia, muito porque acho que to velha demais pra consumir algo além da música. Por todos esses motivos (e alguns outros), o aespa nunca entrou de verdade no meu radar.
No começo do ano, elas deixaram o roteiro um pouco de lado pra explorar uma personalidade mais “somos patricinhas metidas e peitudas” com Spicy, que ainda é um enorme hit por aqui. Não sabia como o grupo prosseguiria dali pra frente, mas já foi um alívio curtir algo de forma genuína sem precisar me questionar por dias o que eu acabei de ouvir.
Como eu to atrasada nesse lançamento, não vou me estender muito na introdução.
O caminho mais óbvio pro aespa era retomar a sonoridade industrial e meio futurista que elas vinham entregando. Para o bem ou para o mal, é a identidade que foi se moldando em torno do grupo ao longo dos lançamentos anteriores. O problema mesmo é que o projétil disparado por elas é o mesmo que atinge o calcanhar de Aquiles, sendo uma espécie de ponto forte e fraco; não à toa, a maioria das músicas nesse estilo costumam ir tão mal comigo. A exceção foi Savage, que não só me venceu pelo cansaço, como trouxe uma porção de bops na mesma pegada e todos eles acabaram invadindo minhas listas de melhores do ano, e ainda foi o ápice visual de toda essa distopia que o grupo vende.
Na minha cabeça, elas precisavam urgentemente de um follow-up pra Savage. Quer dizer, Spicy é muito boa, mas faz parte de um pedaço do projeto onde elas deveriam viver como garotas mais, hum, comuns, sem um universo inteiro pra defender. Até mesmo por isso a sonoridade é tão diferente: é uma pausa entre a morte da Black Mamba e o próximo capítulo. Quando a gente fala de aespa, por pior que seja, o que vem na mente é justamente esse caos estético e ciberespaço meio Y2K que elas, de alguma forma, dominam muito bem.
Aí a gente ouve Drama e… Novamente aquela confusão limiar se forma, e ninguém sabe direito do que gostou ou se realmente gostou do que acabou de ouvir. É um sentimento estranho como se algo parasse na garganta e a gente ficasse num processo de regurgitação, tossindo e engolindo até aquele bloco de “alguma coisa” desaparecer. Enquanto escrevo isso aqui, ouvi Drama umas três ou quatro vezes. Parece que eu fui conquistada, mas ainda tento resistir me segurando em determinados pontos que derrubam a música pra mim, mas num geral, é o seguimento que eu queria que elas tivessem tomado depois de Savage.
Um jam literalmente dramático emulando vários motes de ação é o que o aespa precisava pra matar a Black Mamba e seguir por KWANGYA em busca de uma próxima aventura, mas! É importante notar como elas retomaram as rédeas dessa narrativa cyberpunk que tinha (e ainda tem, em menor quantidade) tudo pra dar errado. O grupo se encontrou na SM e a SM encontrou espaço pro grupo, sendo aquele ato que sempre vai servir dualidade sem doses homeopáticas e polarizar a galera. Quando bem feito, sou muito a favor de quebras de expectativa e questionamentos intrínsecos no kpop. Que ano pro aespa!
Escute também: Hot Air Balloon
Falando em dualidade, essa é uma característica muito forte do EP, o que me leva a crer que Girls foi um erro e que Drama é sim a sequência moral de Savage, que também trouxe faixas nessa mesma pegada. Aqui, seis faixas passeiam por diferentes gêneros, mas todas acabam se interligando pela essência futurista, bagunçada e caótica de um jeito bem legal. Hot Air Balloon é inacreditavelmente bonitinha, com um instrumental que lembra de forma remota algo meio Oh My Girl antes do estouro, batido no liquidificador com um videogame 8 bits. Assim que eu ouvi, achei que fosse a cara de um remix dessa fase aqui do Sonic The Hedgehog 3. É como se realmente eu fosse um balão ganhando cada vez mais ar e explodindo no céu com um milhão de confetes coloridos, uma superdose de serotonina com uma pitada de estranheza pra não fugir do escopo. Deve ser a melhor album track que o aespa lançou na vida.
Vocês sabiam que agora eu vendo minhas artes? Lá na Colab55 tem algumas opções de produtos com estampas que eu fiz e você pode comprar pra ajudar essa pobre coitada que escreve o blog.
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HOT AIR BALLOON ENJOYERS LETS GOOOOOOOOOOOO
rafa se me permite gostaria de compartilhar minha experiência subjetiva como seguidor da blogosfera: é muito engraçado ver vcs gostando de drama logo de cara assim, quando comigo é o contrario, é a primeira title delas que não me desceu redondo de primeira kkkkk acho que é a roupagem cyber/kwagyanesca que dava o diferencial (negativo pra vcs, positivo pra mim) e como ela veio bem mais atenuada nesse cb, o sentimento que tive foi de um girl crush mais “tradicional” por assim dizer, e como a dra. femcelibato bem colocou la no dougie, as meninas em si são patricinhas demais pra isso (a title anterior ter acertado logo nisso não ajudou tbm)
mas enfim bastou mais algumas escutadas e eu ja me rendi, o mini tbm ta ótimo, só trick or treat eu achei mais furrequinha, o resto ta uma delicia, inclusive alguma coisa em yolo me lembra o hino veranesco hurt locker do 9muses
e é isso, obrigado pela oportunidade s2 (legal q eu não esperei sua permissão mas ok)
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ah e mais uma coisa sobre hot air balloon: veja como faz diferença ter o vocal apropriado pra cantar uma musica high-pitched dessa (sim i am to falando com vc)
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É fácil falar quando o aespa usa playback em qualquer oportunidade
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esponja + estrela = ostra?
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Amanda você é fã do NewJeans, vivem mais de lipsync do que uma Drag Queen, além do mais, aespa já mostrou que elas sabem cantar ao vivo.
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Não adianta ter o vocal bom e a mixagem ser horrível
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Drama é boa, o aespa esse ano realmente dominou, trouxeram tudo que podiam trazer, no começo não gostei muito de Drama mas ao longo dos dias eu gosto e continuo gostando mais, ainda acho que falta mais gritaria, como tem em Savage, aquele duelo de gritos da NingNing e da Winter são ICÔNICOS.
Drama pra mim é um top2 dos minis delas, não sei se é o primeiro porque o Savage tem muita música que eu gosto muito e escuto até hoje (Lucid Dream a segunda música do mundo, Iconic, Yeppi Yeppi, Ill Make You Cry, mas tem aenergy que é horrível), gosto muito de Yolo e de Don’t Blink, gosto de You e Better Things, e detesto Trick Treat, então talvez os dois estejam no 1.
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